© Frederic Legrand - COMEO via Shutterstock.com (ID: 181985711) / © Max ( Editado por Vitor Carvalho, © MHD)

Ator de Succession interpreta Mark Zuckerberg na sequela de A Rede Social

Em 2010, Aaron Sorkin e David Fincher criaram uma obra que parecia ficção, mas que era história real: A Rede Social, o nascimento do Facebook. A elegância da sua escrita e a pulsação quase shakespeariana das rivalidades tecnológicas transformaram a vida de Mark Zuckerberg em algo maior do que ums biopic, foi uma tragédia moderna de ambição e traição, semelhante à série Succession no seu retrato intenso de poder e família.

Agora, 15 anos depois, Sorkin volta para um “acerto de contas” cinematográfico. E sim, desta vez Zuckerberg não será interpretado por Jesse Eisenberg, mas sim por um ator de renome que ganhou destaque.

Pub

Lê Também:
A Rede Social está de regresso nesta sequela inspirada pelos Facebook Files

Quem de Succession vai interpretar Mark Zuckerberg?

Mark Zuckerberg
Crédito editorial: Frederic Legrand – COMEO / Shutterstock.com

Segundo a Variety, Jeremy Strong, conhecido pela intensidade quase maníaca com que deu vida a Kendall Roy em Succession, foi escolhido para interpretar Zuckerberg em The Social Reckoning, a sequela oficial de A Rede Social. A estreia está marcada para 9 de outubro de 2026 e a realização volta a estar nas mãos de Aaron Sorkin, agora sem David Fincher.

O elenco é um festim de curiosidades: Mikey Madison, vencedora de Óscar por Anora, será Frances Haugen, a engenheira que denunciou as práticas internas da Meta; Jeremy Allen White, estrela de The Bear, interpreta Jeff Horwitz, o jornalista do Wall Street Journal que publicou a série de artigos conhecidos como The Facebook Files; e Bill Burr, sim, o comediante corrosivo de Old Dads, junta-se para apimentar o drama.

Pub

Assim, Sorkin descreveu o filme como uma “peça complementar”, que segue de perto o estilo dramático que se tornou icónico em séries como Succession. O primeiro explorava a criação, este promete dissecar as consequências. Onde antes tínhamos dormitórios universitários e advogados em salas escuras, agora veremos salas de audiências, denúncias e uma rede social acusada de manipular democracias e devastar a saúde mental de adolescentes.

Pub

Lê Também:
MIT revela o impacto silencioso associado às relações amorosas com Inteligência Artificial

Pub

Mas afinal, sobre o que trata The Social Reckoning?

jeremy strong the apprentice Succession
Jeremy Strong no 60th New York Film Festival © lev radin via Shutterstock, ID 2213747513

A história é inspirada em factos reais e em documentos explosivos. Frances Haugen, a “whistleblower” que abandonou a empresa em 2021, expôs relatórios internos que mostravam como o Facebook tinha plena consciência dos danos causados pela sua plataforma. “O Facebook está a prejudicar crianças, está a dividir sociedades e a enfraquecer as nossas democracias”, disse Haugen no Congresso dos EUA, uma citação que ecoará certamente no filme.

É aqui que entra Jeff Horwitz, jornalista do Wall Street Journal, cuja investigação deu origem aos célebres Facebook Files. Foram esses artigos que revelaram não só os danos psicológicos em adolescentes, mas também a forma como o algoritmo da plataforma alimentava desinformação e ódio para maximizar cliques. Este tipo de investigação ressoa, pois repete-se a dinâmica de jogos de poder e manipulação social tão presentes na série Succession.

Sorkin não vai inventar monstros, vai apenas dramatizar monstros já existentes. O enredo não é sobre “como Zuckerberg criou o Facebook”, mas sim sobre “como Zuckerberg já não o consegue controlar” (ou talvez nunca tenha tentado). Jeremy Strong, conhecido pela forma visceral como entra nas suas personagens, parece a escolha óbvia para retratar um Zuckerberg envelhecido, isolado e com o peso da sua própria criação às costas, algo que também ressoou na série Succession.

Este novo filme vai repetir o sucesso do primeiro?

The Social Network foi um fenómeno cultural, arrecadando mais de 226 milhões de dólares e oito nomeações aos Óscares, incluindo Melhor Filme. Muitos acreditam que é a obra-prima de Sorkin, com diálogos que se tornaram memes académicos: “Se inventasses o Facebook, tinhas inventado o Facebook”. Difícil ultrapassar isto, certo?

Mas a verdade é que o novo capítulo chega num contexto diferente. Assim, em 2010, o Facebook era uma curiosidade em crescimento; em 2026, será o retrato de uma empresa já considerada vilã global. O público mudou, a própria indústria do cinema mudou, e Sorkin terá de lidar com a sombra da sua própria obra-prima.

Ainda assim, há algo irresistível nesta sequela. Não é apenas a curiosidade mórbida de ver Jeremy Strong a fazer de Zuckerberg (já imaginaste o seu Kendall Roy a gritar “I’m CEO, b*tch!”?). É também o apelo universal de histórias sobre poder, corrupção e queda, elementos também marcantes em Succession,  que continuam a seduzir o público. Vais correr para ver Kendall Roy encarnar Mark Zuckerberg ou achas que Sorkin devia ter deixado a primeira obra como estava?


About The Author


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *