Esta série inspirada em factos reais já é a mais vista da Netflix
A nova temporada da antologia “Monster, Monster: The Ed Gein Story”, estreou a 3 de Outubro e rapidamente ascendeu ao topo das rankings de streaming global. Embora as temporadas anteriores já tivessem estabelecido a franquia como uma das mais vistas da Netflix, esta terceira temporada reforçou esse estatuto, captando a atenção de milhões em todo o mundo.
Qual é a nova história de “Monsters”?
Em contraste com narrativas meramente chocantes, a produção investe numa reconstrução visceral da vida de Ed Gein, o assassino em série, ladrão de túmulos e figura que moldou para sempre o género de terror. Charlie Hunnam assume o papel principal, enquanto Laurie Metcalf aparece como Augusta Gein, a mãe autoritária cuja influência moldou a psique perturbada do filho.
Desde o arranque, “Monster: The Ed Gein Story” garantiu lugares de destaque nos Top 10 da Netflix. A projeção de visualizações reflete não apenas o interesse pelo crime real, mas também a curiosidade sobre os limites entre ficção e realidade. De facto, há uma forte tensão narrativa entre o que é historicamente comprovado e as liberdades criativas que os argumentistas assumem.
A série divide-se por oito episódios, cada um deles meticulosamente ambientado no Wisconsin rural da década de 1950. À medida que Ed Gein emerge como um homem aparentemente tranquilo e isolado, revela-se uma existência marcada pelo isolamento, pela pressão religiosa da família — sobretudo da mãe — e por visões macabras que vão para além do visível. Além disso, a série explora como este homem se transformou num arquétipo do terror moderno, servindo de inspiração para personagens icónicas como Norman Bates (“Psycho”), Leatherface (“The Texas Chain Saw Massacre”) e Buffalo Bill (“The Silence of the Lambs”).
No entanto, embora a produção tenha sido amplamente consumida, as críticas não tardaram a surgir. Por um lado, há apreciações que elogiam a estética cuidada, o desempenho intenso de Hunnam e a direcção que não poupa em detalhes visuais fortes.
Quão próxima está dos factos reais?
Por exemplo, algumas das cenas mais controversas envolvem relações românticas nunca comprovadas, interacções com outros criminosos famosos, e episódios de violência extrema e fantasia que não encontram apoio nos registos históricos. Essas liberdades criativas dividem o público. Enquanto uns aceitam que a série não se apresenta como documentário, outros sentem que tais distorções comprometem a credibilidade geral.
Mais um sucesso da Netflix
Apesar das polémicas, “Monster: The Ed Gein Story” parece manter-se firme como a série mais vista do momento. Esse domínio deve-se, em parte, à reputação da franquia, que já acumulou sucesso com as temporadas sobre Jeffrey Dahmer e os irmãos Menéndez. Além disso, o tema do crime verdadeiro continua a gerar fascínio global, sobretudo quando se associa à cultura do terror, cinema icónico e obsessões sociais.
Em suma, embora Monster: The Ed Gein Story tenha reacendido debates sobre a linha que separa factos e ficção, confirma-se como um fenómeno cultural de alcance global. Porque, no fim, o que o público parece querer não é apenas saber o que fez Ed Gein, mas perceber quem é Ed Gein. E como esse “monstro” nasceu em contexto humano e, por vezes, aterradoramente reconhecível.