Keira Knightley na Netflix | Tudo sobre o seu novo thriller com Guy Pearce “The Woman in Cabin 10”
A atriz britânica, Keira Knightley, regressa aos mares da tensão psicológica com The Woman in Cabin 10, a nova aposta da Netflix que transforma o bestseller de Ruth Ware num thriller elegante, claustrofóbico e com aroma a Hitchcock. Mas antes de descobrirmos quem caiu (ou foi empurrado) pela amurada, vale a pena embarcar devagar nesta viagem.
O que se passa em The Woman in Cabin 10?
Keira Knightley interpreta Laura “Lo” Blacklock, uma jornalista de viagens que embarca num iate de luxo chamado Aurora Borealis para cobrir a sua viagem inaugural. O cenário é idílico: vistas de cortar a respiração e passageiros com contas bancárias capazes de comprar continentes. Até que, numa noite, Lo ouve um grito e vê uma mulher ser atirada borda fora. O problema? Na manhã seguinte, todos estão “presentes e felizes”, e o capitão garante que ninguém desapareceu.
O guião, coescrito por Simon Stone (The Dig) e pela dupla Joe Shrapnel e Anna Waterhouse (Seberg, Rebecca), adapta o livro homónimo publicado em 2016 por Ruth Ware, a mesma autora de In a Dark, Dark Wood e The It Girl. Assim, segundo o próprio realizador, o objetivo era criar “um thriller clássico, na veia de Hitchcock ou dos paranoicos anos 70 de Alan J. Pakula, mas com uma mulher no centro da narrativa”.
Mas a comparação não é gratuita, o filme é todo ele uma lição de suspense atmosférico. As cabines de vidro e corredores estreitos do iate são transformados num labirinto de reflexos e dúvidas, com uma fotografia de Ben Davis (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri) que torna o luxo claustrofóbico. A música, composta por Benjamin Wallfisch, vai de cordas tensas a silêncios cirúrgicos, o tipo de banda sonora que faz o espectador prender a respiração.
Quem embarca nesta viagem com Keira Knightley?
A estreia mundial acontece hoje, 10 de outubro de 2025, em exclusivo na Netflix, depois de uma antestreia discreta no BAFTA Theatre, em Londres. Com 1h35 de duração, o filme promete condensar os 100 mil caracteres de paranoia do romance original num mergulho visual direto ao ponto.
O elenco é, literalmente, um cruzeiro de luxo:
- Keira Knightley é a protagonista Lo Blacklock;
- Guy Pearce interpreta Richard Bullmer, o filantropo enigmático que organiza a viagem;
- Hannah Waddingham (sim, a de Ted Lasso) é Heidi, uma presença tão carismática quanto suspeita;
- Kaya Scodelario surge como Grace, a mulher do camarote 10;
- e ainda David Morrissey, Gugu Mbatha-Raw, Art Malik e Daniel Ings, entre outros.
Portanto, nas palavras de Waddingham ao ScreenRant, “a energia entre o elenco foi o que me convenceu. Mesmo que tivesse apenas uma fala, queria estar neste barco”.
Mas, curiosamente, filmar num barco revelou-se menos glamoroso do que parecia. Assim, Keira Knightley confessou à imprensa britânica que “não podíamos tocar nas paredes nem sentar-nos em certas áreas, havia 70 técnicos e 20 atores todos encurralados no meio do convés, não foi o luxo que eu esperava”. Um pesadelo logístico que, ironicamente, contribuiu para o tom sufocante da história.
Onde foram as filmagens?
A produção decorreu entre setembro e novembro de 2024, em Dorset e na Escócia, com destaque para o iate Savannah, um dos primeiros iates híbridos do mundo. Segundo a revista Televisual, o navio foi escolhido pela sua arquitetura “de vidro e aço”, perfeita para criar reflexos enganosos e ângulos distorcidos, como se o próprio cenário conspirasse contra a sanidade da protagonista.
Assim, o realizador Simon Stone e o diretor de fotografia Ben Davis optaram por lentes grande-angulares e enquadramentos muito próximos dos atores, o que provoca uma sensação de distorção espacial e de isolamento. “Queríamos que o espectador sentisse o mesmo desconforto de Lo, aquele momento em que já não se distingue o real do imaginado”, explicou Stone ao Collider.
E, claro, o mar faz o resto. O movimento constante, o som grave das hélices, o brilho hipnótico das ondas — tudo contribui para um estado de quase delírio. É Hitchcock encontra Ari Aster, com um toque de glamour britânico e uma Keira Knightley que nunca esteve tão inquietante.
Keira Knightley vai aparecer para uma continuação?
Talvez. Ruth Ware publicou este ano The Woman in Suite 11, a sequela literária que volta a acompanhar Lo Blacklock, agora entre os Alpes suíços e os fantasmas do seu passado. A autora confessou à ELLE que começou a escrevê-lo antes mesmo de saber que a Netflix avançaria com a adaptação do primeiro livro, o que torna a coincidência “um feliz acidente criativo”.
Logo, caso o sucesso do filme corresponda às expectativas (e às métricas de streaming), poderá haver continuação. Afinal, Ware já se tornou uma espécie de Agatha Christie da era digital e a Netflix adora uma saga. Portanto, por agora, resta-nos esperar pela estreia e tentar não cair por cima da amurada.
Keira Knightley está de volta, não como heroína romântica, mas como mulher assombrada num oceano de dúvidas. Assim, The Woman in Cabin 10 promete ser mais do que um simples thriller: é uma reflexão sobre como o medo, a solidão e a verdade podem coexistir num mesmo camarote. Assistirias a um filme inteiro passado num iate onde nada é o que parece?