As 4 razões de Adolescência (Netflix) ser uma minissérie perfeita
A série Adolescência da Netflix é um sucesso mundial e considerado por muitos como perfeita, estas são as razões
Nos últimos anos, a televisão tem assistido a uma revolução narrativa, com produções que apostam no realismo e na imersão para contar histórias impactantes. Uma das obras que melhor exemplifica esta tendência é “Adolescência”, a nova série britânica da Netflix, que tem sido amplamente elogiada por críticos e espectadores.
Filmada em plano-sequência, sem cortes visíveis, a produção torna-se uma experiência visceral e intensa, destacando-se como um dos projetos mais ambiciosos da atualidade. Criada por Stephen Graham e Jack Thorne, “Adolescência” não só redefine o género do drama televisivo, como também levanta questões sociais urgentes sobre a juventude e o impacto da era digital.
Um Fenómeno Global
Lançada na semana passada, “Adolescência” rapidamente se tornou um fenómeno global, alcançando o topo da lista dos programas mais assistidos da Netflix em vários países durante o fim de semana de estreia. Além disso a série, composta por quatro episódios, recebeu aclamação unânime da crítica. Tom Peck, do The Times, descreveu-a como “perfeição total”, enquanto Lucy Mangan, do The Guardian, afirmou que se trata de “algo mais próximo da perfeição televisiva que já vimos em décadas”.
Igualmente, figuras influentes também expressaram a sua admiração pela série. O realizador Paul Feig, conhecido por “Mad Men“, classificou o episódio de estreia como “uma das melhores horas de televisão que já vi”, enquanto o apresentador britânico Jeremy Clarkson chamou a produção de “magistral”.
A História de “Adolescência”
A série acompanha as consequências do esfaqueamento de uma adolescente. Jamie, um rapaz de 13 anos e colega da vítima, é detido pelo homicídio. Owen Cooper, ator estreante, interpreta Jamie e tem recebido grande destaque pela sua performance. Stephen Graham, além de co-criar a série, assume o papel do pai do protagonista e entrega uma atuação intensa e emocionalmente devastadora.
Além disso narrativa explora temas cruciais da atualidade, como a influência das redes sociais e das figuras públicas na identidade dos adolescentes. Graham revelou que a inspiração para a série surgiu ao ler duas reportagens sobre jovens que cometeram crimes semelhantes.
“Perguntei-me o que está a acontecer numa sociedade onde isto se tornou comum”, afirmou Graham no programa The One Show, da BBC. “Não conseguia compreender e quis explorar essa realidade, trazendo-a para o centro do debate
A Crítico Social e a Ira Masculina.
Jack Thorne, co-criador da série, explicou que “Adolescência” pretende examinar “a ira masculina” e como ela cresce sob a influência de figuras misóginas.
“O protagonista foi doutrinado por vozes como a de Andrew Tate, mas também por outras ainda mais perigosas”, disse Thorne no programa Front Row, da BBC Radio 4. “A série tem coragem de desconstruir essas camadas e trazer essa discussão”.
A atriz Erin Doherty, que interpreta uma psicóloga infantil na série, reforçou que “Adolescência” promove debates importantes dentro das famílias: “A série permite que pais, tios, tias e amigos participem dessa conversa”.
O Impacto do Plano-Sequência
Além disso, a execução técnica de “Adolescência” é um dos aspetos mais inovadores. Cada episódio foi filmado num único plano-sequência, eliminando cortes visíveis e transportando o espetador para o centro da ação. Stephen Graham já tinha utilizado essa técnica no filme “Ponto de Ebulição” e volta a aplicá-la para criar uma experiência cinematográfica imersiva.
Lucy Mangan, do The Guardian, destacou o impacto desta escolha: “A execução técnica da série alia-se a atuações dignas de prémios e a um guião que consegue ser intensamente naturalista e, ao mesmo tempo, profundamente evocativo”.
Atuações Memoráveis
Igualmente elogiado foram as performances de Owen Cooper e Stephen Graham. Anita Singh, do Telegraph, descreveu a atuação de Cooper como “impressionante”, destacando a sua capacidade de transitar entre vulnerabilidade, raiva e medo de forma autêntica.
Além disso Jake Kanter, do site Deadline, afirmou que “Adolescência” é “o drama de quatro horas mais impecável que já vi na TV”. Alan Sepinwall, da Rolling Stone, considerou a produção “uma das melhores do ano”. Também Margaret Lyons, do New York Times, descreveu o terceiro episódio como “uma das horas de televisão mais fascinantes que assisti em muito tempo”.
“Adolescência”: Um Drama que Permanece na Memória
Por isso, mais do que um thriller intenso, “Adolescência” levanta questões profundas sobre a sociedade moderna, o papel das redes sociais e a crescente normalização da violência entre os jovens. A série vai além do entretenimento e reflete a realidade, proporcionando uma experiência que permanece na mente do espetador muito depois do final.
Por isso, caso não tinhas visto a “Adolescência”, a minissérie está disponível na Netflix e promete continuar a ser um dos tópicos mais discutidos no mundo do entretenimento nos próximos meses.
Já viste a série “Adolescência”?