As Cinquenta Sombras de Grey, em análise
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“As Cinquenta Sombras de Grey” é um filme que tem gerado muita polémica. Há quem o adore, e veja esta como uma história de amor legítima, e há quem simplesmente o odeie pelos mais diversos motivos, um dos quais a perpetuação da ideia de que a vida de uma mulher muda radicalmente para acomodar os caprichos (neste caso, maioritariamente sexuais) de um homem por forma a manter o seu amor. A verdade não é tanto a preto e branco, mas mais em tons de cinzento.
Anastasia Steele (Dakota Johnson) é a típica jovem virgem que é completamente seduzida pela fortuna e pelo charme de Christian Grey (Jamie Dornan), ao substituir uma amiga jornalista que estava demasiado doente para entrevistar o milionário. Pronta a ajudar, Anastasia vai em seu lugar ao escritório de Grey para lhe fazer algumas perguntas, e uma obsessão nasce, de parte a parte. Mas Mr. Grey não é dado ao romance, e a sua relação com Anastasia tem que ser definida num contrato que a assusta pelo seu conteúdo algo agressivo sexualmente. Será que o assina?
O filme não é uma experiência cinematográfica má, apesar do enredo ser extremamente pobre, particularmente na primeira meia hora. Há demasiados clichés, desde o facto de ela ser jovem e inexperiente e sentir-se deslumbrada pela insistência de Grey (que não vem sem as suas prendas de valor monetário extremamente elevado), até à sua acomodação no que diz respeito à ideia romântica que tem de uma relação, que acaba por ser abandonada porque Grey simplesmente não se envolve romanticamente com ninguém, e Anastasia prefere ignorar os seus próprios limites intrasponíveis no que diz respeito às suas necessidades românticas para poder tê-lo. Com isto vêm alguns problemas morais, é certo, especialmente porque a trilogia que inspirou o filme parece retratar que é possível uma jovem envolver-se com um homem poderoso como Grey e conseguir mudá-lo e curá-lo dos seus “traumas” que o impedem de ser “normal”, e essa é uma expectativa bastante perigosa de se incutir nas pessoas. Deve ser referido, no entanto, que há consentimento, e que Anastasia deixa-se levar por sua livre vontade, por muito que possa ignorar alguns sinais de aviso de que Grey é demasiado controlador.
Contudo, nem tudo é mau, e “As Cinquenta Sombras de Grey” consegue entreter noutros aspectos. A banda sonora é excelente, e adequa-se perfeitamente ao ambiente da história, assim como o design dos espaços, que foi bastante bem pensado. Dakota Johnson e Jamie Dornan fazem um par interessante na tela, o que acaba por compensar em parte o mau argumento, se bem que Dakota acaba por ter o seu trabalho dificultado pelo facto de Anastasia ser uma personagem completamente desinteressante que parece não ter identidade própria.
Em relação às cenas de sexo, as principais causadoras da polémica, não pode ser dito que sejam algo de transcendental, pois mesmo dentro do BDSM acabam por ser bastante “vanilla”, com muitas situações mais ousadas a serem ignoradas na adaptação do livro para o ecrã.
É um filme medíocre, de mero entretenimento, sem dúvida, mas tem algumas qualidades redentoras, que infelizmente não chegam para compensar o bilhete de cinema.
SL
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“As Cinquenta Sombras de Grey”: 3*
Recentemente vi “As Cinquenta Sombras de Grey” e não é tão mau como o pintam, eu gostei do que vi. O livro é mais aprofundado, mas o filme vê-se bem.
Gostei do que vi em “Fifty Shades of Grey” e recomendo, mesmo não sendo tão bom quanto o livro. O filme emana sensualidade, mas falta sexo e nudez.
Cumprimentos, Frederico Daniel.