Este livro inspira “Batalha Atrás de Batalha”, o novo filme com Leonardo DiCaprio
O filme “Batalha Atrás de Batalha”, lançado na passada quinta-feira, é a décima longa-metragem do realizador Paul Thomas Anderson e apresenta-se como um thriller de ação com ênfase na luta política, um confronto entre ativismo radical e poder autoritário. A narrativa acompanha Bob Ferguson (Leonardo DiCaprio), antigo revolucionário e especialista em demolições do coletivo militante French 75, conhecido por libertar imigrantes de centros de detenção, destruir equipamento militar e edifícios do governo, bem como assaltar bancos. Tais são atos que os tornam um incómodo constante para nacionalistas conservadores.
O grupo, liderado por Perfidia Beverly Hills (Teyana Taylor), enfrenta a perseguição implacável do Coronel Steven Lockjaw (um grande Sean Penn), figura racista e vingativa que procura aniquilar o movimento após sofrer uma humilhação por Perfidia. Entretanto, da relação entre Perfidia e a personagem de DiCaprio nasce Willa (a jovem revelação Chase Infiniti). Quando Perfidia desaparece, a filha fica aos cuidados de Bob.
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Dezasseis anos depois, encontramos Bob transformado num recluso paranoico, obcecado pela segurança da filha e praticamente invisível à sociedade, vivendo fora do sistema. O ressurgimento do Coronel Lockjaw traz de volta a ameaça, agora direcionada a Willa, e Bob vê-se forçado a protegê-la, apesar de estar longe do revolucionário destemido que outrora tinha sido.
Qual é o livro que inspirou esta história de Paul Thomas Anderson?
Paul Thomas Anderson revelou que desenvolveu o projeto durante quase vinte anos, tendo inicialmente imaginado a adaptação de “Vineland“, romance de Thomas Pynchon. O livro, publicado nos anos 80, versa sobre o impacto duradouro do ativismo radical dos anos 1960 nos Estados Unidos e o ambiente de repressão dos anos Reagan.
A história do romance foca-se em Zoyd Wheeler, ex-hippie que cria sozinho a filha Prairie e enfrenta a perseguição do agente federal Brock Vond, ex-amante da mãe de Prairie, Frenesi Gates. Frenesi, antiga militante de um coletivo radical, acaba por trair os seus companheiros por influência de Brock e assim desaparece.
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Tanto o filme como o romance retratam o desgaste do idealismo revolucionário face à vigilância e ao conservadorismo crescentes, mas divergem em aspetos essenciais. Enquanto Frenesi se rende, Perfidia permanece algo fiel aos seus princípios revolucionários.
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Assim, “Batalha Atrás de Batalha” não é uma adaptação literal de “Vineland”, mas antes uma obra livremente inspirada nos seus temas e personagens. É aqui adaptada para uma realidade dos Estados Unidos da década de 2020, com os seus problemas políticos e sociais específicos.
Curiosamente, não é a primeira vez que Anderson adapta Pynchon: “Vício Intrínseco”, de 2014, foi uma adaptação mais direta de um livro do autor norte-americano.
Já foste ver “Batalha Atrás de Batalha”?