Buffy the Vampire Slayer renasce na Disney com novos projetos anunciados
Em cada geração, nasce um caçador… mas, aparentemente, também nasce um estúdio disposto a espremer até à última gota o legado de Buffy the Vampire Slayer.
Há certas sagas que, como vampiros, recusam-se a morrer. E Buffy é uma delas. A notícia de que a Disney está a expandir o universo da Caçadora para além da série da Hulu, com uma nova linha de banda desenhada e possíveis spin-offs, é tanto uma bênção como uma maldição. Por um lado, há mais Sunnydale para os fãs devorarem; por outro, há o perigo de se cair no mesmo buraco negro da saturação que engoliu Star Wars e a Marvel. Mas vamos por partes.
Buffy vai ser o próximo universo partilhado da Disney
De acordo com a Popverse, a Disney confirmou que Buffy the Vampire Slayer vai ganhar uma expansão multimédia, incluindo:
- Novas séries de BD pela Dynamite Publishing (substituindo a BOOM! Studios), sugerindo um reboot do cânone gráfico.
- Um revival live-action na Hulu, com Sarah Michelle Gellar de volta como Buffy (e como produtora), juntamente com uma nova Caçadora interpretada por Ryan Kiera Armstrong.
- Potenciais spin-offs, filmes, e até animações, num modelo que espelha o da Marvel e Star Wars.
Ou seja, a Disney quer transformar Buffy numa saga transversal, algo que Joss Whedon já tentou nos anos 2000 com Angel, Firefly e Fray, mas sem o poder de fogo corporativo que a Disney tem hoje. Logo, a pergunta que se impõe é: será que o universo de Buffy aguenta esta expansão sem perder a alma? A série original funcionava porque equilibrava o sobrenatural com o mundano. Replicar essa fórmula em múltiplas plataformas é um desafio… e um risco.
Quando mais é demais
A Disney adora um universo partilhado. Mas nem todas as sagas nasceram para isso. Buffy sempre foi uma história pessoal, sobre crescer, sobre lutar contra demónios internos e externos, sobre a solidão do poder. Portanto, transformá-la num cross-over infinito arrisca esvaziar o que a tornou especial. Além disso:
1. O cânone já é confuso. Entre as temporadas da série, as BD pós-final (que continuaram a história oficial), e os reboots gráficos, há múltiplas linhas temporais. Se a Disney não definir um caminho claro, vamos ter Buffy versão Spider-Man: No Way Home, com caçadores de realidades alternativas a esbarrar umas nas outras.
2. O fantasma de Joss Whedon. Apesar de já estar afastado do projeto, a sua sombra paira sobre o legado da série. A Disney vai ignorar o seu contributo? Vai reformular a mitologia para se distanciar?
3. O perigo da nostalgia. O revival traz de volta Gellar, o que é ótimo… mas e se for só fan-service vazio, sem a mordida especial do original?
Há razão para otimismo?
Nem tudo é pessimismo. Há elementos promissores:
– Chloé Zhao (Nomadland) a realizar o piloto é uma escolha intrigante. Se alguém consegue capturar a melancolia e a força de Buffy, é ela.
– Ryan Kiera Armstrong (a nova Caçadora) tem um passado sólido em horror juvenil (Firestarter).
– As BD da Dynamite podem trazer sangue novo ao universo, explorando mitos secundários.
Mas o sucesso depende de uma coisa: respeitar o tom original. Mas, eu cá estou dividido. Assim, quero acreditar que Buffy pode renascer sem se tornar noutra vítima de fatiga de franchise. Mas também me lembro do reboot falhado de 2018 e do desastre que foi Willow.
Estás preparado para voltar a Sunnydale? Ou achas que algumas coisas deviam ficar nos anos 2000, onde pertenciam? Deixa a tua opinião nos comentários.