A chegada de Mandalorian e Grogu ao cinema já está a causar controvérsia
Desde a estreia da série, o capacete prateado de Din Djarin tornou-se quase tão icónico como o sabre de luz de Darth Vader. Mas agora, seis anos depois do último filme de Star Wars, a Lucasfilm decidiu dar o salto: “Mandalorian e Grogu” é o próximo capítulo da galáxia, não no streaming, mas no cinema. O problema? O trailer que devia ter sido uma celebração acabou transformado em combustível para críticas… e não necessariamente ao filme.
O que revela o trailer de The Mandalorian & Grogu?
O trailer divulgado pela Disney mostra Pedro Pascal de regresso como o Mandalorian, acompanhado do inseparável Grogu. O tom é mais leve do que muitos esperavam: criaturas digitais, batalhas espaciais animadas e até uma breve aparição de Sigourney Weaver como coronel da Aliança Rebelde. Assim, a aposta parece clara, captar tanto os veteranos como os mais novos, num estilo que beira o familiar.
Mas a recepção foi… complicada. O comentário com mais likes no YouTube ironiza o retorno da mítica nave: “De alguma forma a Razor Crest voltou”. Outro utilizador disparou: “Não sabia que isto era um filme até aos últimos cinco segundos do trailer”. A ironia correu solta e, mais do que a ação no ecrã, foram os bastidores da Disney que dominaram a conversa.
Vale lembrar que este será o primeiro filme da saga desde “The Rise of Skywalker” (2019), realizado por Jon Favreau e escrito em parceria com Dave Filoni. Portanto, além de Pascal como o Mandalorian, o elenco inclui Jeremy Allen White como Rotta, o filho de Jabba the Hutt, e Jonny Coyne como um senhor da guerra imperial. É, sem sombra de dúvida, um regresso com peso.
Porque estão os fãs a criticar a Disney?
O trailer saiu numa altura péssima para a empresa. A suspensão do apresentador Jimmy Kimmel incendiou as redes sociais, e muitos acusaram a Disney de usar o filme como distração. Um dos comentários mais votados resumia o sentimento: “Executivos da Disney: ‘Parem todos de falar do Jimmy Kimmel! Olhem para o novo filme de Star Wars!’”
Logo, a ironia ficou ainda maior quando se percebeu que o próprio Pedro Pascal tinha assinado uma carta aberta, juntamente com mais de 400 celebridades, a criticar a decisão da empresa. Um momento embaraçoso: o próprio Mandalorian que devia limpar a imagem da Disney está do outro lado da barricada.
Por isso, a recepção online não se focou apenas em Grogu a ser adorável (o que, convenhamos, é sempre eficaz). Muitos comentários misturaram frustração com piadas: “Se ao menos a Disney fosse tão corajosa como as suas personagens” ou “Já não tenho Disney+. This is the way”. A tentativa de reposicionar o debate correu mal, e a narrativa passou a ser a de uma empresa em crise a tentar empurrar nostalgia como cortina de fumo.
Vai Star Wars conseguir brilhar novamente no cinema?
Há aqui uma espécie de círculo completo. A série The Mandalorian foi o que salvou Star Wars no streaming, depois de anos de divisões entre fãs sobre as sequelas. Agora, o desafio é provar o inverso: que o cinema ainda é um espaço fértil para a saga.
Assim, Jon Favreau disse no evento D23: “Voltar ao grande ecrã permite-nos contar uma história com personagens que as pessoas já conhecem numa aventura totalmente nova. Mas também é uma oportunidade de chegar a uma audiência diferente, sobretudo com o Grogu, todas as crianças sabem quem ele é”. É uma jogada arriscada, mas inevitável: a bilheteira precisa de um novo herói verde e pequenino.
O trailer podia ter sido um momento de união entre fãs, mas acabou transformado em palco para críticas à própria Disney. O filme só chega em 22 de maio de 2026, mas já nasce cercado de polémica, memes e ironia. Mas, no fundo, pode ser precisamente isso que mantenha a saga viva: o debate constante, o choque entre gerações, a nostalgia em luta com a realidade corporativa. Achas que Mandalorian e Grogu vai salvar Star Wars ou apenas distrair dos problemas da Disney?