Chromecast v2, em Análise
O anúncio do lançamento do Chromecast por parte da Google, em Julho de 2013, criou bastante hype entre os amantes do streaming. Com a entrada da Netflix em Portugal, mais do que nunca, o Chromecast merece toda a nossa atenção.
Apesar do sucesso que a primeira versão deste dispositivo teve fora de Portugal, no nosso país o aparelho continuou um ilustre desconhecido da grande maioria dos consumidores. Mas com a entrada da Netflix em Portugal, mais do que nunca, o Chromecast merece toda a nossa atenção.
Media Streamer: Sim ou Não?
Antes da análise ao Chromecast em si, convém perceber o que realmente é este dispositivo. Apesar de ser chamado de Media Streamer, o Chromecast dificilmente se encaixa neste tipo de aparelhos, pelo menos, no que são os Media Streamers tradicionais.
Ao contrário destes, o Chromecast é um recetor de streaming, não propriamente um streamer. Ao contrário dos tradicionais Streamers, que vão buscar vídeo e áudio aos dispositivos que temos em casa (independentemente da forma, seja ela por DLNA, File Share entre outros), ou que disponibilizam vídeo e áudio para os aparelhos que temos em casa (como é o caso dos servidores de Streaming), o Chromecast depende de um dispositivo externo para receber a stream, ou seja, vídeo/som é lhe enviado, não é ele quem o vai buscar. Este dispositivo externo deverá ser compatível com o Chromecast, e tipicamente é um smartphone, tablet ou PC.
Unboxing
O Chromecast é tão minimalista no conteúdo da sua embalagem quanto é nas suas funcionalidades, isto por para além do próprio dispositivo apenas trás um cabo de alimentação.
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Instalação
A ligação do Chromecast à televisão é muito straight forward. Apenas é necessário ligar o dispositivo a uma porta HDMI, e o cabo de alimentação à corrente. A partir daqui “apenas” é necessário efetuar a configuração do mesmo. É na questão da configuração que o Chrome poderá dar alguma luta.
Após colocar a televisão na entrada HDMI onde este está ligado, torna-se necessário ligar o dispositivo à rede Wireless de casa. É neste ponto onde podem surgir alguns problemas para os menos atentos ou habituados a estas coisas. A configuração obriga sempre à utilização de um smartphone com a aplicação do Chromecast instalada. De seguida torna-se necessário ligar o smartphone à rede wireless criada pelo próprio Chromecast (sim, leu bem, o dispositivo cria uma rede wireless), e a partir daí efetuar a ligação do Chromecast à rede wireless de casa. A partir daqui a rede criada pelo Chromecast desaparece, passando smartphone e Chromecast a ligar-se pela rede wireless que já possui em casa.
Controlo e Streaming
O Chromecast não trás qualquer comando remoto, nem possui qualquer menu. Sendo um recetor de streaming, todas as operações relacionadas com a escolha da media que pretende ver (áudio e/ou vídeo) são feita no smartphone, tablet, PC, ou qualquer outro dispositivo compatível com o Chromecast.
Estas operações são bastante simples: escolher no dispositivo compatível com o Chromecast (por exemplo, o smartphone) a aplicação a utilizar para ler o conteúdo multimédia (por exemplo, Netflix), e carregar no icon de streaming para o Chromecast.
A partir daqui a parte de áudio/vídeo é enviada para o Chromecast, que a reproduz na televisão, ficando a componente de menu e controlo do streaming a cargo do dispositivo que o efetua (por exemplo, do smartphone).
O Chromecast permite igualmente efetuar mirroring do smartphone (android apenas) para a televisão. Este modo de streaming permite ver todo e qualquer conteúdo do telemóvel na televisão, embora se perca, neste caso, a componente de áudio multicanal, estando a resolução da componente de vídeo dependente não só da qualidade da fonte, mas também da resolução do próprio smartphone.
Imagem e Som
Dada a forma como o Chromecast funciona, a qualidade dependerá em grande parte da televisão em si, e da forma como está ligada ao sistema de som que possui. Em situação normal o som multicanal perde-se ao entrar na televisão, isto porque a grande maioria das televisões fazem, nesta situação, downmix do sinal áudio para PCM (2 canais). As exceções são as ligações ARC (onde a televisão faz bypass do sinal áudio para o sistema de som) e os recetores AV com entrada HDMI. Este é, portanto, um ponto importante a ter em consideração.
Já a componente vídeo depende sobretudo da qualidade do Wifi do dispositivo móvel/PC, bem como da rede Wireless de casa. Nos nossos testes obtivemos performances que variaram entre o sofrível (soluços na imagem) e o muito bom (imagem HD fluida), sendo que a diferença dos resultados foi mesmo o aparelho utilizado para disponibilizar ao sinal ao Chromecast, e a rede sem fios em si. Ultrapassadas as questões de ligação o aparelho portou-se de forma ótima.
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Versão 1 vs Versão 2
Para aqueles que possuem a versão 1 do Chromecast, esta é talvez a grande questão. Entre as versões 1 e 2 do Chromecast as diferenças não são muitas, não significando isto que não sejam importantes.
A mais visível é a parte estética do dispositivo, que passa do formato stick para um formato redondo ligado à televisão por um cabo flat. Embora esteticamente a nova versão do Chromecast seja mais bonita, o facto do dispositivo ficar tradicionalmente escondido atrás da televisão anula um pouco a sua importância visual.
As diferenças mais relevantes são, no entanto, o processador, que passou de um single core Cortex A9 para um dual core Cortex A7, a memória flash, que passou de 2 GB para 256 MB, e a conetividade WiFi, que passou agora a suportar, para além dos 2.4 GHz, também os 5 GHz.
À primeira vista processador e memória flash parecem ser um downgrade. Isto não é, no entanto, a realidade. O processador dual core é claramente uma mais valia face à versão single core, permitindo uma maior fluidez na reprodução dos conteúdos.
Quanto à memória flash, o facto do Chromecast não guardar conteúdos e apenas os reproduzir limita-o na memória que é realmente necessária. Se a versão 1 do Chromecast necessitava de bastante espaço para cache, as otimizações efetuadas na versão 2 eliminaram essa necessidade, permitindo “cortar” no espaço não necessário.
As alterações feitas ao nível do controlador de wireless permitem igualmente uma imagem mais fluida.
Estas diferenças são mais notadas quando o conteúdo reproduzido é 1080p multicanal.
Chromecast |
Versão 1 |
Versão 2 |
Saída | HDMI | HDMI |
Processador | Marvell Armada 1500 Mini 88DE3005 SoC, 1.2GHz ARM Cortex-A9 | Marvell Armada 1500 Mini Plus 88DE3006 SoC, 1.2GHz dual ARM Cortex-A7 |
Memória RAM | 512 MB | 512 MB |
Memória Flash | 2 GB | 256 MB |
Resolução Vídeo | 1080p | 1080p |
Conectividade | 802.11 b/g/n (2.4GHz) |
802.11 ac (2.4GHz/5GHz) |
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Veredito
Em termos do que é o mercado nacional, até há relativamente pouco tempo o Chromecast estava direcionado para um nicho de mercado muito particular. A entrada da Netflix em território português aumentou grandemente o seu target, sobretudo porque grande parte dos consumidores são possuidores de Televisões, leitores Blu-ray e media streamers sem capacidade/possibilidade de correr a aplicação da Netflix e, consequentemente, reproduzir o seu conteúdo. Isto torna o Chromecast um dispositivo bastante apetecível e único no mercado.
Se enquanto streamer puro e duro, o Chromecast não é a melhor das soluções (mas também não é esse o seu objetivo), enquanto reprodutor de conteúdos de dispositivos móveis é quase perfeito. Se a isto alearmos o preço (bastante mais barato que um cabo vídeo para ligar um dispositivo Android/Ios à televisão), temos no Chromecast um vencedor.
Efectivamente um dispositivo a considerar ter em casa. Comprei um há 1 mês e não quero outra coisa.
Queria só dizer que o artigo não está 100% correcto no que toca à parte do streaming de conteúdos. Na verdade o Chromecast, por exemplo no caso do Netflix, faz o streaming por ele próprio (tal como no youtube e outras aplicações semelhantes), sendo que o telemóvel apenas envia a ligação ao dispositivo e serve como controlo. Fazer o streaming para o telemóvel e enviá-lo para o Chromecast seria extremamente ineficiente e é esta a “magia” do dispositivo. Podem encontrar esta informação facilmente e comprová-la de igual forma – basta porem um episódio do Netflix a reproduzir e desligar o telemóvel de seguida, o Chromecast continuará o seu trabalho sem problemas.