Da Vinci’s Demons – Primeiras Impressões
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Os dois primeiros episódios de “Demónios de Da Vinci” já foram exibidos na Fox, e não passaram despercebidos, causando sentimentos paradoxais.
O primeiro episódio, cujo objetivo é apresentar as personagens e o enredo global, tem muitos pontos fortes, mas está longe da perfeição. Com uma caracterização belíssima, tal como os efeitos especiais, o ambiente de Florença é completamente revivido. Somos presenteados com excelentes actores, que fazem um ótimo trabalho a interpretar as suas personagens, especialmente Tom Riley na representação de Da Vinci. Logo nos primeiros minutos, fica uma impressão forte da sua personalidade obsessiva e conflituosa.
O problema neste primeiro contacto é que parece que a série tenta fazer demasiado em muito pouco tempo. Todo o episódio parece ser demasiado rápido e a continuidade tem sérios problemas, pelo menos aos olhos de quem dá um elevado valor ao desenvolvimento das personagens. Apesar de certos momentos mágicos, como a criação do pássaro para o Carnaval de Florença ou o voo inicial de Nico (Eros Vlahos), alguma desta magia é perdida quando temos o romance entre Da Vinci e Lucrezia Donati (Laura Haddock) a avançar a uma velocidade que não permite que haja qualquer sentimento por parte da audiência, e uma série é apenas tão forte quanto as emoções que consegue provocar. Isto acaba por diminuir o efeito chocante que o final do episódio tenta atingir.
Contudo, no segundo episódio, há um imenso progresso em todos estes aspectos. “Demónios de Da Vinci” já não tenta deslumbrar-nos em todos os aspectos, em todos os momentos, e isso é bastante bom. Há espaço para certas subtilezas que fazem a diferença para melhor, como insinuações entre as personagens e um maior destaque aos jogos políticos entre as grandes famílias italianas. Apesar da relação entre Lucrezia e Da Vinci continuar um pouco forçada, talvez devido ao ínicio de velocidade vertiginosa que teve, todo o episódio foi bastante melhor, com um verdadeiro foco no enredo, sem problemas de continuidade. É-nos apresentada uma personagem nova, Girolamo Riario (Blake Ritson), que deverá ter uma grande importância no decorrer da série, e que está bastante bem caracterizada, sendo visíveis várias nuances da malvadez da sua personalidade.
É de esperar que “Demónios de Da Vinci” seja marcante. A produtora Starz elevou a fasquia em “Spartacus” e não pode dar-se ao luxo de apresentar algo inferior à excelência, se quer manter a sua reputação. O início foi bastante bom, esperamos que o restante seja ainda melhor.
SL
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