Dead or Alive introduz realidade virtual na série juntamente com assédio sexual

Pelos vistos existe um mercado para jogos sem jogabilidade mas com muitos apalpões sem consentimento.

Esta é uma era fascinante para os amantes dos videojogos. Cada vez há mais jogadores, todos eles com gostos e predileções distintas, e a indústria dos videojogos tem conseguido cada vez mais fornecer o mais variado leque de experiências para todos. Há cada vez mais jogos que nos fazem rir, que nos fazem chorar, que questionam várias facetas das nossas vidas, que conseguem fazer-nos acreditar que somos mesmo um guerreiro imparável, um astuto comandante ou um sobrevivente assustado. E depois há os jogos da série Dead or Alive que continuam determinados a seguir na direção oposta.

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Para aqueles menos familiarizados com esta franquia, Dead or Alive é uma série de jogos de luta na qual especialistas em artes marciais vindos dos quatro cantos do mundo se enfrentam em combates um-contra-um, tal como nas séries Street Fighter, Mortal Kombat ou Tekken. Há sem dúvida muitos jogadores que apreciam a jogabilidade mais acelerada e o estilo de combate mais “realista” da série, mas sem dúvida que aquilo que sempre chamou mais atenção à série desde a sua génese em 1996 foram as suas… voluptuosas personagens femininas, com os seus atributos peitorais capazes de desafiar as leis da física. E este ênfase não se ficou apenas pela criação dos jogos em si, tendo-se estendido ao marketing, o qual sempre se focou muito mais em publicitar os novos sistemas de “movimentos peitorais” e o aspeto sedoso da pele das personagens do que qualquer novidade em termos de jogabilidade ou conteúdo do jogo em si.

Aliás, as raparigas da série tornaram-se tão populares que foi criado um spin-off denominado Dead or Alive Xtreme, os quais abandonam por completo a premissa dos combates de artes marciais, preferindo colocar todas as personagens femininas numa ilha privada onde podem jogar voleibol, participar em corridas, jogar no casino, massagerem-se entre si e comprar os mais variados biquinis e acessórios. E, como não podia deixar de ser, existe um modo dedicado exclusivamente a… “apreciar” estas beldades com as suas novas roupinhas enquanto relaxam nas suas camas, rebolam na areia, tomam banhos de sol, entre outras atividades nas quais a única interação do jogador é o controlo total da câmara por forma a escolher o ângulo de visão que preferir.

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E é aqui que entramos numa das maiores novidades da série: a introdução de um modo de realidade virtual no jogo mais recente da série, Dead or Alive Xtreme 3. De acordo com as informações divulgadas pelos sites japoneses Famitsu e Gamer, o jogo irá receber uma atualização no mesmo dia em que o Playstation VR for lançado em Outubro que abrirá um novo mundo de oportunidades para os que escolham mergulhar naquela que deve ser a maior “novidade” da série na última década.

E se isto fosse tudo o que esta nova funcionalidade tivesse para oferecer, nem seria nada de tão especial quanto isso. O mundo da realidade virtual já é usado para “estimulação sensorial” praticamente desde que ficou disponível ao público e até mesmo os sites de pornografia não perderam tempo em adotar esta nova tecnologia. No entanto, a parte que torna esta situação desconfortável é quando notamos que o novo modo de realidade virtual permite usar o comando da Playstation 4 como uma “mão” virtual para apalpar as raparigas. No seguinte vídeo podemos ver a ninja Kasumi (a personagem mais conhecida da série e uma lutadora que já enfrentou os  maiores perigos e desafios tendo sempre conseguido superá-los graças às suas habilidades) a mostrar-se completamente indefesa perante os apalpões do jogador, repetindo “não gosto disso”, pedindo-lhe que pare, e chegando até mesmo a gritar de aflição enquanto se tenta cobrir com os braços com uma expressão de medo estampada no rosto.

https://www.youtube.com/watch?v=xXwQHIsH4Ew

Aparentemente há mesmo uma porção significativa de fãs do Dead or Alive que quer muito ver as personagens da série não como lutadoras capazes, mas apenas como objetos para serem usados conforme quiserem, e de preferência que os seus alvos se sintam completamente desconfortáveis com essa ideia mas que ao mesmo tempo não tenham qualquer maneira de se defenderem. É uma fantasia que se calhar nem vale a pena tentar perceber, senão ainda podemos acabar deprimidos com as conclusões a que chegarmos, pelo que se calhar mais vale focarmo-nos no que os videojogos ainda conseguem fazer de realmente interessante. Alguém prefere ir jogar Overwatch ou algo do género? Francamente, estamos abertos a sugestões e depois disto praticamente qualquer coisa serve.


 

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