Do Livro à Tela – Eu sou a Lenda

 

 

Eu sou a Lenda

Do livro à tela– Escrito por Richard Matheson e lançado em 1954, Eu sou a Lenda tornou-se num sucesso instantâneo e impulsionou o género de Ficção-científica apocalíptica.

Adaptado ao cinema por várias vezes, com nomes distintos,  todas as adaptações alcançaram o sucesso, mas nenhuma foi realmente fiel. A que mais se aproxima da obra original (em relação ao conceito base) é a adaptação de Francis Lawrence, com Will Smith na personagem principal, mas mesmo assim, continuou a ser uma adaptação que se afastou bastante da visão do escritor. No entanto, por ser, atualmente, a mais famosa e também a mais “próxima”, será com esta última que faremos algumas comparações.

Eu sou a Lenda é um daqueles casos que merece uma melhor adaptação. Enquanto livro, a crítica foi dura com o ritmo lento da obra mas rendeu-se ao resultado final. Considerado por muitos como o melhor livro de Vampiros do séc. XX, Eu sou a Lenda é muito mais do que um livro de vampiros… é sim um dos melhores livros alguma vez escritos sobre a solidão humana.

 

As diferenças notam-se rapidamente quando começamos a ver o filme, e o facto de Will Smith estar perante “zombies” (ou algo parecido) e não vampiros, muda de imediato grande parte da história. No livro, Neville (personagem principal) depara-se com seres tão inteligentes quanto ele, destoando dos zombies que apenas se baseiam nos seus instintos. Este pequeno detalhe muda toda a rotina de sobrevivência do personagem principal e as diferenças continuarão a aumentar.

Outro facto interessante é o livro passar-se na década de 70 onde a tecnologia ainda não é global, e não, Neville não tem um carro desportivo com o qual caça, nem armas do exército.

 

O filme apresenta mais ação, algo normal numa adaptação, enquanto o livro nos mostra a rotina diária de Neville, levando-o à exaustão psicológica e à mudança repentina de atitudes, mas acima de tudo, mostra-nos o valor que tem de ser dado a coisas que para nós nos parecem insignificantes e sempre garantidas. Todos os valores estão trocados e ficamos perante um livro sem qualquer esperança. É neste ponto que as adaptações falham: no melhor que este livro tem, a solidão humana.

 

Interessante ainda a forma como o filme e o livro abordaram o nascimento da epidemia que mudaria o mundo. No filme vemos um vírus, que inicialmente seria a cura para o cancro, que se descontrola, infetando a população. No livro vemos um Neville que estuda tudo a que tem acesso, mas que se vê rodeado de textos religiosos, sendo que lhe caberá tentar arrancar, com pensamento lógico, todos os factos científicos que conseguir, tornando o vampiro, aos seus olhos, uma criatura evolutiva e não mitológica. Toda esta busca torna o livro ainda melhor, pois é com esta busca de factos que Neville tentará sobreviver.

 

Os finais são muito diferentes e o próprio significado que damos ao título da obra difere de filme para livro, e por isso dizemos que os filmes são agradáveis de se ver, mas o livro é obrigatório de se ler. Vencedor de inúmeros prémios, aclamado pela crítica e marcante para quem o lê, esta obra leva o leitor a sentir a tristeza e a ausência de esperança, e no fim percebemos que o que é aceite numa sociedade é o que é banal, e não o moralmente aceitável. E qual é o momento em que cada um de nós irá desistir? Porque continua a lutar um homem que está sozinho?

Mesmo que tenham visto as adaptações, este livro não pode deixar de ser lido pelos amantes da leitura.

 

LP

 



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One thought on “Do Livro à Tela – Eu sou a Lenda

  • Muito bom post, eu gostei o filme. É um ator que as garotas amam por que é lindo, carismático e talentoso. gosto muito de seus filmes, sempre faz um trabalho muito profissional e tem histórias muito lindas, o filme Beleza Oculta é uma escolha perfeita para assistir para uma tarde de lazer é uma boa opção.

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