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Elden Ring Nightreign – análise

Elden Ring está de volta, mas está diferente.

Elden Ring: Nightreign não é o que esperava. E porque é pior do que o jogo principal? Não, simplesmente porque é muito mais diferente do que esperava. Não é apenas uma questão de ser um conceito diferente, é toda a abordagem ao jogo, toda a forma como teremos de jogar, toda a mecânica e dinâmica, completamente diferente, por vezes mais difícil, mas igualmente recompensadora caso tenhamos a tenacidade de continuar…

Nightreing pega na base de um dos melhores RPGs de mundo aberto de sempre e transforma-o não só num roguelite onde a morte tem ainda mais peso, mas também num roguelite cooperativo focado em três jogadores. E, em muitos aspetos, esta proposta experimental resulta. Nas condições certas, as sessões de cerca de 45 minutos de Nightreign são verdadeiramente emocionantes – repletas de encontros surpreendentes, decisões difíceis, oportunidades gratificantes de trabalho em equipa e algumas das melhores batalhas contra bosses que a FromSoftware já criou – o que é um enorme elogio.

O grande problema, no entanto, é que essas condições ideais são muito mais difíceis de alcançar do que deveriam. É essencial ter um grupo coeso de jogadores com habilidades semelhantes e tempo disponível para conseguir realmente apreciar o que Nightreign tem de especial. Quando isso não acontece, os defeitos do design tornam-se muito mais evidentes. Há excelência neste spin-off de Elden Ring, mas é uma excelência com algumas manchas. O resultado? Um jogo em que podemos dizer que mais vale só do que mal acompanhado. Sim, é mesmo isto!

Várias surpresas, tudo diferente!

Elden Ring Nightreign
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Para perceber porquê, é preciso primeiro entender o que é, afinal, Nightreign. De forma simples, trata-se de um roguelite passado numa ilha chamada Limveld – uma espécie de mistura dos ambientes, inimigos, bosses e estruturas de Elden Ring. A estrutura de cada sessão segue um ciclo de três dias: nos dois primeiros, o foco está em obter equipamento, derrotar bosses e subir de nível para te preparares da melhor forma possível para enfrentar um dos oito exigentes bosses Nightlord no terceiro dia.

É uma fórmula bem conseguida. Embora o mapa seja maioritariamente fixo, existe uma boa dose de geração automatizada em cada sessão, alterando a localização dos pontos de interesse e obrigando-te a traçar um percurso único em cada tentativa. Além disso, há eventos aleatórios como invasões de bosses, portais de invocação e outras surpresas que introduzem um nível elevado de caos de forma imprevisível. Gostei bastante disto!

Intenso e estratégico

O que temos aqui é um dos jogos mais estratégicos da FromSoftware, mesmo tendo em conta que se tornou mais fácil ao longo do tempo. No entanto, preparem-se para morrer, e muito. E vai doer! É verdade que este conceito é comum nos roguelites, mas normalmente existe algum tipo de rede de segurança, mas aqui, principalmente se jogarem sozinhos, vai ser penoso.

Por exemplo: Hades tem as “Death Defiances”, e uma parte da progressão do jogo passa por desbloquear mais delas a cada tentativa; Returnal permite encontrar artefactos que concedem vidas extra, recompensando a exploração cuidadosa; Spelunky tem atalhos que te deixam saltar os níveis iniciais e praticar nas zonas mais avançadas, onde tens menos experiência com os inimigos, armadilhas e bosses.

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O que ajuda À experiência de Nightreign é que, quando tens uma equipa de três jogadores que sabem o que estão a fazer, comunicam bem e têm alguma experiência com Elden Ring, o jogo torna-se fantástico. A ideia central de condensar a progressão de um jogo inteiro numa sessão de 40 minutos é muito forte. O jogo é intenso! Passar de matar ratos com uma arma básica para derrotar alguns dos bosses mais temíveis de Elden Ring com um arsenal poderoso – que talvez nem tenhas chegado a usar no jogo principal – é das partes mais gratificantes. São mais de 80 horas de evolução de personagem concentradas em menos de uma hora, como uma dose direta de adrenalina.


Primeiro é difícil, depois é especial

Elden Ring
Elden Ring © From Software

Com o tempo, comecei a perceber que recompensas estavam associadas a cada acampamento, quais eram as melhores, quais só valiam a pena se tivesse tempo de sobra, a que nível devia enfrentar certos bosses, e quais devia evitar completamente, a menos que a equipa estivesse muito confiante.

Explorar estas áreas pode ser mais frustrante do que devia, sobretudo por causa da nova mecânica de escalada, que está fraca tendo em conta que isto é Elden Ring. Ainda assim, aprender a conhecer bem o mapa aumentou a minha eficácia e proporcionou uma sensação de progressão de habilidade muito gratificante, independente do sistema de progressão permanente entre tentativas.

O regresso esperado

Quando Elden Ring: Nightreign é jogado exatamente como foi concebido, é um dos melhores exemplos de um jogo cooperativo para três jogadores. As oito classes disponíveis são divertidas de usar e oferecem uma surpreendente profundidade, apesar dos conjuntos de movimentos limitados. As novas batalhas contra os bosses Nightlord estão entre as melhores que a FromSoftware já criou, tirando excelente partido da dinâmica a três. E o ritmo acelerado de cada sessão, com uma constante corrida contra o tempo, gera momentos emocionantes de decisões instantâneas e corridas frenéticas para terminar combates antes que o círculo se feche.

No entanto, a ausência de crossplay, de matchmaking para duas pessoas e de ferramentas de comunicação integradas dificulta muito a criação das condições ideais para aproveitar o jogo ao máximo — a menos que tragas sempre dois amigos contigo. E se quiseres jogar a solo, tens de ser bom, muito bom.

Contudo, o resultado é claro: a FromSoftware arriscou, com uma ideia diferente e bem conseguida, apesar de não tão perfeita. O problema aqui é a expectativa, sempre muito alta quando estes senhores lançam um jogo. é um jogo perfeito? Não, mas é uma experiência intensa, cheia de detalhes de qualidade e que certamente irá evoluir para ser muito melhor do futuro. Mas uma coisa é certa, é das melhores experiências de co-op que tive nos últimos tempos

Estás preparado para algo muito difícil?



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