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Adeus Electronic Arts, o fim de uma grande era dos videojogos

Já se passou uma semana desde que a Electronic Arts anunciou as intenções de ser adquirida pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. A notícia chegou de surpresa, marcando tudo e todos aqueles que acompanham a indústria de videojogos.

Desde a sua criação em 1982, a Electronic Arts tem-se mantido como um dos grandes pilares do mundo dos jogos. Detentora de vários estúdios populares, como a DICE, BioWare e Respawn Entertainment, a empresa tem construído um catalogo de IP popular que tem vindo a acompanhar o crescimento de várias gerações de jogadores.

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No entanto, o percurso da empresa não tem sido isento de polémicas e complexidade. Assim, a dedicação da empresa às microtransactions, bem como a transição de single-player para GaaS acabou por degradar a popularidade da empresa perante os jogadores. Porém, a empresa tem-se mantido em crescimento, com finanças estáveis e sempre lucrativas.

Embora a aquisição da empresa pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita possa parecer inofensivo, há vários aspecto que fazem querer o contrário.

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O que se passa com a Electronic Arts?

No início da semana passada, a Electronic Arts anunciou ao mundo que iria transitar para o estatuto de empresa privada. Isto deve-se ao acordo de aquisição realizado com o trio composto pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, Affinity Partners e Silver Lake, por 55 mil milhões de dólares.

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Ao longo dos últimos anos, os investidores da Arábia Saudita têm vindo a procurar formas de diversificar o seu portfólio. O país tem procurado distanciar-se do petróleo, numa altura em que vários países a nível mundial começam a fazer preparativos para abandonar os combustíveis fosseis.

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No entanto, o envolvimento da Arábia Saudita no negócio, tem vindo a levantar diversas questões éticas. Embora este parece mais um de centenas de negócios em que a Arábia Saudita tem investido, os perigos de censura e de abuso dos direitos humanos são bem reais.

Em conversa com a Eurogamer, Joey Shea, investigador da Human Rights Watch revelou as suas preocupações. “Descobrimos que o fundo de investimento público contribuiu para, e é responsável por, violações dos direitos humanos”, revela Shea. “Trata-se de um bilião de dólares de riqueza do Estado saudita que deveria ser investido na realização dos direitos económicos e sociais dos cidadãos sauditas”, acrescenta.

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Qual o futuro da Electronic Arts?

Electronic Arts
Crédito editorial: Sergei Elagin / Shutterstock.com (ID:2024753303)

Como acontece com qualquer aquisição, os lay-off e o encerramento de estúdios estão no futuro da Electronic Arts. Isto deve-se não só à restruturação necessária, mas também devido aos 20 mil milhões de dívida que a nova empresa terá após a conclusão do negócio.

Além disso, a nova empresa deixará de responder às necessidades dos seus acionistas, dando agora foco à vontade das três organizações responsáveis pela sua gestão. Assim, torna-se possível que uma avaliação dos projetos seja conduzida, levando ao cancelamento de vários jogos. Além disso, isto pode ainda levar ao encerramento de projetos que não estejam a obter os resultados necessários.

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Assim sendo, a BioWare torna-se o estúdio em maior rico de encerrar. Embora a BioWare seja responsável por alguns dos maiores projetos da publisher, a verdade é que tem passado um mau bocado nos últimos anos. O estúdio liderado por Gary McKay sofreu várias reestruturações e, além disso, está a passar uma uma onda de flops.

Apesar do seu pedigree histórico, “Mass Effect: Andromeda“, “Anthem” e “Dragon Age: The Veilguard” falharam financeiramente. Com um currículo recente como este, qualquer outro estúdio já teria fechado portas há muito tempo. No entanto, ainda há esperança para a Electronic Arts.

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O que esperar da Electronic Arts nos próximos anos?

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© 2025 Electronic Arts Inc.

A Electronic Arts é responsável não só por algum do maior IP do mundo dos videojogos, mas também de diversas parcerias históricas. A empresa continua responsável por trazer até ao público de desporto anuais, como FIFA (EA Sports FC), NFL e NHL. Além disso, esta semana vê ainda o regresso de “Battlefield” com mais um jogo, com lançamento marcado para dia 10 de outubro.

Por fim, a BioWare procura ter tempo para revigorar a sua imagem com um novo jogo de “Mass Effect”, enquanto a Motive trabalha na parceria com a Marvel num jogo single-player de Iron Man e a Respawn Entertainment procura concluir a trilogia Star Wars Jedi.

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