Final Fantasy XIII-2 (PS3)

 

Editora: Square-Enix   Produtora: Square-Enix   Género: RPG   Plataformas: PlayStation 3, Xbox 360   Classificação Etária: 16+

Enredo:	8/10
Jogabilidade:	8/10
Gráficos:	8/10
Som:	9/10
Nota Final:	8/10

 

“Final Fantasy XIII” foi ao mesmo tempo, um excelente jogo, e uma desilusão. Na parte positiva estava aquilo que tornava o jogo sólido e jogável enquanto “jogo”, mas na parte má estava o facto de não ser o que os fãs pediam. O jogo foi adorado por uns, lamentado por outros. Mas conseguirá “Final Fantasy XIII-2” voltar a colocar no caminho certo, uma das sagas mais vendidas de sempre?

O que imediatamente salta à vista é o facto de Lightning não ser a personagem principal, sendo substituída, por uma não tão carismática Serah. No entanto, e apesar de não ter o brilhantismo da sua irmã, Serah consegue cativar o jogador!

Enredo: É o único ponto em que este jogo não consegue vencer o anterior. “FF XIII-2” tem uma boa história, que nos levará a mais de trinta horas de jogo, e é menos linear que o seu anterior, dando a sensação de maior liberdade. Mas, infelizmente, podia ter sido muito mais! Este facto torna-se óbvio quando pensamos em tudo o que este jogo poderia ter sido graças à fantástica capacidade de viajarmos no tempo, visitando cidades, alterando o futuro. Mas que fique claro, a história é boa, apenas podia ter sido melhor!

Se olharmos para um dos grandes defeitos dos últimos jogos da saga, percebemos que falta um bom vilão desde Sephiroth no fantástico “FF VII”, mas finalmente a Square-Enix resolveu esse problema. Caius é um excelente vilão, com motivações sólidas, e torna-se ainda mais agradável quando percebemos que se trata de alguém que não é genuinamente mau, mas sim alguém com convicções e que acredita no seu objetivo.

Por último temos de aplaudir a inclusão de um Guia que resume toda a história de “FF XIII”, não deixando que ninguém se sinta perdido neste universo por não ter jogado o jogo anterior.

Jogabilidade: O sistema de combate tem a mesma base que FF XIII e são poucas as alterações. Está mais rápido e também está mais fácil na maioria dos combates, mas preparem-se para ter de dominar os Paradigms para conseguirem derrotar alguns monstros.

Uma alteração significativa prende-se com a possibilidade de “colecionar” os monstros que vamos vencendo, e que devemos evoluir com items. De seguida, estes monstros lutarão ao nosso lado, sendo o terceiro membro!

A evolução das personagens está, ao contrário do resto do jogo, mais linear do que o anterior, e não são precisas muitas horas até atingir um nível considerável de poder.

Devemos ainda realçar, uma tendência mais “ocidental” quando temos a possibilidade de escolher as falas durante alguns diálogos. Não sentimos que todos possam influenciar o futuro, mas em alguns casos acabaremos recompensados com as nossas escolhas.

Gráficos: Usando o mesmo motor de jogo que o anterior, “FF XIII-2” não consegue o impacto que “FF XIII” teve em 2010, mas mesmo assim notam-se melhorias nas personagens, essencialmente nos cenários, diversificados e fantásticos, com excelentes cores e efeitos de iluminação.

Os menus são agradáveis e nas batalhas vemos uma velocidade estonteante de efeitos, tornando-as num prazer que se prolonga por várias horas.

Mas é nas full motions que o jogo mostra todo o seu potencial gráfico, mostrando, uma vez mais, um dos grandes trunfos que esta saga sempre apresentou. De realçar ainda que temos agora a capacidade de influenciar momentos de ação que antes nos limitávamos a observar, pois carregando nos botões indicados nos momentos certos, poderemos alterar o dano dado ou recebido durante a ação.

Som: A banda sonora está muito boa, tal como a saga sempre nos habituou. Os efeitos sonoros estão bons e as vozes cumprem o seu papel na perfeição, existindo apenas uma ou outra que se tornará irritante ao fim de algumas horas. No entanto são vozes secundárias, e como tal, em nada retiram qualidade ao jogo. De mencionar ainda o número gigantesco de personagens que têm direito a voz, sendo cada vez menos aquelas em que apenas aparece o texto.

No geral este jogo resolve a grande maioria dos problemas apontados pelos fãs ao jogo anterior, sem que seja obrigatoriamente um jogo apenas para os fãs. É mais vasto, com mais opções para o desenvolvimento da história e sem cenários lineares que nos obrigavam a seguir apenas numa direção. Agora podemos explorar e sentir um pouco aquela liberdade que tivemos, por exemplo, em “FF VII” e “FF VIII”. Falta ainda um bom mini jogo (quem se lembra das corridas de chocobos em “FF VII”, de jogar às cartas em “FF VIII”, ou de marcar uns golos no Blitzball de “FF X”?).

Sendo assim, este jogo é melhor que o anterior, pecando apenas por não apresentar uma personagem principal tão forte quanto Lightning, nem uma história tão boa, mas em momento algum envergonhou a saga.

“Final Fantasy XIII-2” representa o caminho que a Square-Enix terá de percorrer até voltar aos marcantes “FF VII” e “FF X”. Os fãs querem liberdade, uma história longa, um bom personagem principal e um excelente vilão. E se continuar a evoluir neste sentido, então “Final Fantasy” voltará aos seus melhores momentos! Ficamos agora à espera de “Final Fantasy XIII-3” e do já muito atrasado “Final Fantasy Versus XIII”.

Pontos fortes:

• Qualidade sonora de altíssimo nível
• Jogo menos linear, dando liberdade ao jogador
• Bom trabalho de vozes no global
• A introdução de “monstros colecionáveis” é viciante, bem conseguida e pode ser um dos caminhos da série no futuro
• Cenários fantásticos
• Se tiverem espírito explorador, terão muitas horas de jogo pela frente
• “Final Fantasy” volta a ter um excelente vilão

Pontos fracos:

• A evolução das personagens é mais limitada
• A história é boa, mas tem um conceito base para ser algo muito melhor
• As duas personagens mais marcantes, Lightning e Caius, aparecem pouco.

LP