Indie Mania | 7 estreias que não podes (mesmo) perder em junho

Com as Tartarugas Ninja já em exibição e o fenómeno das adaptações de videojogos/apps em aterragem nos nossos cinemas (com as estreias de Angry Birds e Warcraft), voltamos a virar atenções para o circuito mais independente e para um conjunto sólido de obras bastante promissoras.

É em junho que começa o Verão, mas no cinema essa estação é antecipada em maio com a estreia de alguns dos maiores blockbusters que as produtoras e distribuidoras agendam para esse ano. Portanto, considerando o facto que estamos no sexto mês do ano, é seguro afirmar que a época dos blockbusters já lá vai em velocidade cruzeiro.

Mas a existência de filmes pipoca em massa nas nossas salas não ofusca uma série de propostas alternativas para aqueles que fogem a sete pés das explosões em massa e do abuso do CGI. Este mês propomos uma seleção de títulos bastante diversificados no que respeita ao tema e ao seu público alvo. Não será difícil encontrar um título a seu gosto.

Nota: as datas de estreia apresentadas estão sujeitas a alterações.

Love (3D)

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Porque não podes (mesmo) perder? Poderá a ter não ter uma densidade de enredo tão substancialmente superior a um desses vídeos pornográficos que se descobrem pela Internet, mas quando esse mesmo enredo é filmado por Gaspar Noé, tudo muda de figura. O filme erótico (?) do realizador de “Irréversible” é uma preciosa descoberta no campo técnico, mesmo que o acting e o argumento sejam descurados no processo de criação de um filme opulente e provocador. É essencialmente pela qualidade inegável dos enquadramentos, fotografia, banda sonora e o 3D (!) que o colocamos nesta lista de títulos imperdíveis. E se no final de contas não levar o filme no coração, pelo menos pode dizer que nunca viu nada assim.

De que é que trata? O telefone toca. Murphy acorda ao lado da sua mulher e da sua criança de dois anos. Ouve as mensagens do voice-mail: a mãe de Electra quer saber se ele tem tido notícias da sua filha. Electra desapareceu há algum tempo e ela teme que alguma coisa de grave lhe tenha acontecido. No decorrer de um interminável dia de chuva, Murphy vê-se sozinho no seu apartamento, relembrando o maior amor da sua vida, os dois anos com Electra. Uma fervorosa paixão cheia de promessas, jogos, excessos e erros…

Estreia: 9 de junho

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El Club / O Clube

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Porque não podes (mesmo) perder? O realizador Pablo Larraín, que encantou Cannes 2016 com o seu “Neruda” e foi nomeado ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com “No”, regressa com um filme sobre a fé, o desejo, o celibato e a castidade de quatro padres chilenos. O filme encontra mais uma vez Pablo Larraín a colocar perguntas difíceis, a mexer na ferida, a explorar o peso do enredo e a tirar o melhor proveito do seu elenco. Venceu o Grande Prémio do Júri no Festival de Berlim e conquistou uma nomeação para o Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

De que é que trata? Quatro homens moram juntos numa casa isolada, numa pequena vila à beira mar. Foram enviados para este lugar para expiarem pecados do passado. Vivem sob um rigoroso regime, debaixo do olhar atento de uma vigilante, até que o frágil equilíbrio desta rotina é interrompido pela chegada de um quinto homem, um companheiro recentemente caído em desgraça, trazendo com ele o passado que todos julgavam ter deixado para trás.

Estreia: 9 de junho

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Sing Street

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Porque não podes (mesmo) perder? Um autêntico hit de Sundance chega agora aos nossos cinemas. O novo filme de John Carney (que assinou “Once” e “Begin Again”) é mais um filme seu com wallpaper musical, mas desta vez focado no coming-of-age. Descrito como um tremendo feel-good movie, com um coração gigante e um otimismo irresistível, “Sing Street” é seguramente um daqueles títulos imperdíveis. Não do mês, mas do ano.

De que é que trata? Tão simples quanto isto: em Dublin, durante os anos 80, um rapaz deixa tudo para trás para criar uma banda para impressionar uma misteriosa rapariga de quem gosta.

Estreia: 16 de junho

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Hitchcock/Truffaut

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Porque não podes (mesmo) perder?  É a estreia do mês mais essencial para qualquer cinéfilo. Este documentário de Kent Jones é uma dissecação preciosa dos filmes do mestre Hitchcock feita também pelo olhar de François Truffaut. Cinema em discussão: câmaras, luzes, enredo, enquadramentos, atores. Uma “Bíblia do Cinema” à distância de uma ida à sala escura.

De que é que trata? Em 1962, Hitchcock e Truffaut encontram-se longe de Hollywood durante uma semana para esmiuçar os segredos por detrás da encenação no cinema. Com base nas gravações originais deste encontro – usado para produzir o mítico livro Hitchcock / Truffaut – este filme ilustra a maior lição de cinema de todos os tempos, levando-nos a viajar pelo universo do criador dePsycho, Os Pássaros e Vertigo. A arte incrivelmente moderna de Hitchcock é escrutinada e explicada pelos principais cineastas da actualidade: Martin Scorsese, David Fincher, Arnaud Desplechin, Kiyoshi Kurosawa, Wes Anderson, James Gray, Olivier Assayas, Richard Linklater, Peter Bogdanovich e Paul Schrader.

Estreia: 23 de junho

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Victoria

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Porque não podes (mesmo) perder? A forma singular como é filmado – 140 minutos num único take – fazem deste “Victoria” um achado. Mas, para lá da impressionante forma como as cenas se interligam, há um drama-romântico-que-vira-heist-thriller que sobrevive de forma independente desse atributo técnico. Principal vencedor dos prémios do cinema germânico, presente na competição em Berlim e Toronto e ainda selecionado na short-list de oito filmes da Alemanha para submissão ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro (acabou por ser desqualificado devido à percentagem de diálogo falado em inglês). Os prémios falam por si. O triunfo, esse, é indescritível.

De que é que trata? Victoria, uma jovem espanhola, diverte-se na noite berlinense. Encontra quatro rapazes numa discoteca: Sonne, Boxer, Blinker e Fuß. Começam a falar, Sonne e Victoria sentem-se atraídos um pelo outro, mas o flirt é interrompido pelos outros amigos. Por causa de uma dívida, acabam por arrastar Victoria para conduzir um carro roubado. O que começa como um jogo acaba por se tornar em algo perigoso. Uma noite, um filme filmado num só plano, de cortar a respiração.

Estreia: 23 de junho

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Free State of Jones / Estado Livre de Jones

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Porque não podes (mesmo) perder? É só mais um capítulo da McConaissance. E para quem não quer perder um único filme deste período histórico do Cinema – para, quiçá, um dia mais tarde contar aos netos como é que Matthew McConaughey viajou das comédias românticas para a A-list de Hollywood -, “Estado Livre de Jones” é um indie obrigatório. O filme é realizado por Gary Ross (The Hunger Games, Pleasantville, Seabiscuit) e adapta um importante história verídica da América do século XIX.

De que é que trata? Durante a guerra civil, Newt Knight, um agricultor pobre do Mississipi, deserta do exército sulista, junta-se a outros pequenos proprietários de terra e, com a ajuda dos escravos da zona, lança uma revolta que conduz à separação do condado de Jones do restante território confederado, criando assim o Estado Livre de Jones. O casamento de Newt com Rachel, uma antiga escrava, e o estabelecimento de uma comunidade interracial, foram únicos no sul do pós-guerra. Knight prosseguiu com a sua luta durante a reconstrução, algo que o distinguiu como uma figura marcante, embora controversa, muito tempo depois do fim do conflito entre a União e os Estados Confederados.

Estreia: 30 de junho

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Love & Friendship / Amor & Amizade

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Porque não podes (mesmo) perder? Kate Beckinsale protagoniza esta comédia de Whit Stillman, o primeiro filme de época do realizador que coincide com a sua primeira aventura a adaptar Jane Austen ao grande ecrã. E transcrevendo as palavras do nosso crítico Cláudio Alves aquando da apresentação do filme no último Indie Lisboa: “No final e apesar da estranha escolha de um título pertencente a uma outra obra de Jane Austen, Amor e Amizade é um dos melhores feitos de adaptação na história desta célebre autora no cinema, e é, ao mesmo tempo, uma incalculável delícia no panorama atual do costume drama.”

De que é que trata? Lady Susan Vernon (Kate Beckinsale), uma jovem e bela viúva, decide passar uns tempos na propriedade de familiares, ausentando-se assim dos salões da alta sociedade londrina que frequenta, de modo a dissipar alguns rumores coloridos, que por lá circulam, sobre os seus variados casos. Mas embora supostamente recatada, Lady Susan decide assegurar um marido para si e perspetivar outro para a sua elegível mas relutante filha, Frederica (Morfydd Clark). Ao fazê-lo, acaba por competir pelas atenções do jovem e bonito Reginald DeCourcy (Xavier Samuel), do rico e um pouco imbecil Sir James Martin (Tom Bennett) e do divinamente bonito, mas infelizmente casado, Lord Manwaring (Lochlann O’Mearáin), o que acaba por complicar os seus planos.

Estreia: 30 de junho

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Depois desta nossa viagem pelas estreias de filmes independentes do mês de junho, quantas delas é que pensas ver no cinema?


 

 

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