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Lilo & Stitch | As polémicas do novo sucesso da Disney estão a dividir a internet

No clássico Lilo & Stitch da Disney, Ohana significa família. Família significa que ninguém fica para trás… ou será que fica?

Há filmes que marcam gerações não só pela sua narrativa, mas pelo que representam. “Lilo & Stitch” (2002) foi um desses casos—uma história sobre uma menina havaiana e o seu “cão” alienígena desastrado que conquistou o mundo com o seu humor peculiar, coração gigante e representação rara da cultura polinésia. Agora, mais de duas décadas depois, a Disney decidiu trazer de volta a dupla numa versão live-action. E, como era de esperar, a internet não ficou calada.

Os remakes são sempre um terreno minado. Por um lado, há a nostalgia; por outro, a exigência de que a nova versão tenha competência narrativa que justifique o remake. Mas quando se trata de “Lilo & Stitch”, os debates vão muito além do enredo. Desde o casting até às escolhas criativas, tudo está a ser dissecado com lupa—e nem todos gostam do que veem. AVISO – SPOILERS

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Lilo & Stitch: O remake que acendeu a polémica

"Lilo e Stitch" este verão nos cinemas.
Lilo e Stitch Disney/DISNEY – © 2025 Disney Enterprises, Inc

O anúncio do live-action de “Lilo & Stitch” trouxe inegavelmente uma onda de expectativa… e de críticas. O filme, que estreou a 22 de maio de 2025, já enfrenta escrutínio em três frentes principais: o casting de Nani, a controvérsia em torno de um ator inicialmente escolhido para David Kawena e a ausência de um detalhe icónico do original—o travestismo do Agente Pleakley.

Nani

Comecemos por Nani. No “Lilo & Stitch” original, a irmã mais velha de Lilo é retratada como uma jovem havaiana de pele mais escura, uma representação importante para muitas pessoas da comunidade polinésia. Sydney Agudong, a atriz escolhida para o papel, é natural do Havai, mas a sua tez mais clara gerou protestos. Assim, quando partilhou um teaser no Instagram, comentários como “Tu és uma mulher de pele clara e branca, roubaste este papel a uma mulher de pele morena e visivelmente havaiana” surgiram em força. A discussão sobre colorismo e representação autêntica reacendeu-se, com fãs a questionar se a Disney optou por um rosto mais “comercial” em vez de fidelidade cultural.

David

Depois, há o caso de Kahiau Machado, inicialmente considerado para o papel de David Kawena, o interesse amoroso de Nani. Screenshots de supostos comentários racistas nas suas redes sociais levaram a que fosse substituído por Kaipo Dudoit. A Disney não comentou publicamente o assunto, mas a troca rápida de ator deixou muitos a questionar: como é que um studio deste calibre não faz uma verificação mais rigorosa antes de anunciar um nome?

Pleakley

Por fim, a ausência do Pleakley em trajes femininos—um aspeto que, no “Lilo & Stitch” original, era não só hilariante, mas também visto como uma celebração subtil da não-conformidade de género. Assim, no remake, a personagem aparece como um humano comum, o que levou usuários do X (antigo Twitter) a acusar a Disney de “apaziguar transfóbicos”. O realizador Dean Fleischer Camp admitiu que tentou incluir a versão cross-dressing, mas, aparentemente, certos fatores impediram as sua inclusão. Será uma explicação válida ou um recuo conservador?

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O que significa para o futuro de Lilo & Stitch?

lilo e stitch
“Lilo e Stitch” |© 2005 Walt Disney Pictures

Apesar das críticas, o interesse em “Lilo & Stitch” é inegavelmente enorme. O trailer tornou-se o segundo mais visto na história da Disney (158 milhões de visualizações), apenas atrás do live-action de “O Rei Leão” (2019). O spot do Super Bowl, onde Stitch invadia o campo de futebol, bateu recordes com 173 milhões de visualizações em 24 horas. O filme em si, está a ser um sucesso financeiro. Ou seja, não está a afastar o público—pelo contrário, pode estar a alimentar a curiosidade.

O “Lilo & Stitch” original, em 2002, foi inegavelmente um sucesso inesperado. Assim, num período em que a Disney enfrentava quedas nas bilheteiras, o filme arrecadou mais de 273 milhões de dólares e uma nomeação ao Óscar. Agora, a aposta da Disney é que o remake repita o feito—mesmo com as faíscas que já causou e está a causar.

Mas será que o público perdoa as mudanças a “Lilo & Stitch”? Ou será que, no fim, o que importa é que “Ohana significa família”—mesmo que essa família te deixe num lar adotivo enquanto vão para uma universidade (Sim, isto acontece. Não, não é paródia.).

Vais ver o remake no cinema ou preferes ficar com o original? Deixa tua opinião nos comentários.



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