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Luca Guadagnino adapta um drama real sobre Inteligência Artificial

A história, que parecia saída de um thriller sobre Inteligência Artificial, agora vai ser contada por um dos maiores cineastas de Hollywood.

Quando se fala em drama corporativo, raramente se pensa em reviravoltas dignas de Shakespeare. Mas em novembro de 2023, a OpenAI protagonizou um golpe, uma revolução e uma restauração em menos de uma semana. E, como nada escapa ao olhar de Hollywood, essa história vai chegar aos ecrãs pelas mãos de um dos maiores realizadores dos tempos modernos.

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Luca Guadagnino realiza filme sobre Inteligência Artificial

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Luca Guadagnino, o cineasta italiano conhecido por “Call Me by Your Name” e “Challengers“, está em negociações para realizar “Artificial”, um filme que reconstitui os dramáticos eventos em torno da demissão (e recontratação) de Sam Altman na OpenAI. De acordo com a Hollywood Reporter, o projeto, produzido pela Heyday Films (“Harry Potter“, “Barbie“), está a ser acelerado pela Amazon MGM, com planos para começar as filmagens ainda este verão.

O elenco em perspetiva é tão intrigante quanto a história: Andrew Garfield (“The Social Network“) está na mira para interpretar Altman, enquanto Monica Barbaro (“Top Gun: Maverick“) poderá dar vida a Mira Murati, a diretora de tecnologia da OpenAI. Yura Borisov (“Anora“) está a ser considerado para o papel de Ilya Sutskever, o cofundador que liderou a tentativa de afastar Altman. Se fechados, estes nomes garantiriam ao filme uma mistura de carisma e intensidade dramática.

O argumento, escrito por Simon Rich (“The Secret Life of Pets”), promete explorar não só os bastidores do golpe corporativo, mas também as tensões éticas por trás da inteligência artificial. Afinal, a demissão de Altman não foi apenas uma disputa de poder – foi também um reflexo do medo global em relação aos riscos da IA.

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Mais relevante do que parece

Luca Guadagnino
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À primeira vista, “Artificial” pode soar como mais um filme de tech-bros. Uma narrativa sobre homens (e algumas mulheres) em salas de reunião a decidir o futuro do mundo. Mas a verdade é que a crise da OpenAI foi um momento decisivo na história da tecnologia. Pela primeira vez, o público percebeu que as discussões sobre IA não eram apenas teóricas: havia vidas e empregos em jogo.

Guadagnino, conhecido pela sua sensibilidade visual e narrativa, é a escolha perfeita para humanizar esta história. Assim, se em “The Social Network” Aaron Sorkin transformou a criação do Facebook num drama judicial cheio de diálogos afiados, aqui podemos esperar um tom mais introspetivo – talvez até claustrofóbico. Afinal, a OpenAI não é uma startup qualquer: é uma empresa que lida com tecnologia capaz de redefinir o que significa ser humano.

E há ainda outra ironia. Enquanto a OpenAI desenvolve ferramentas de Inteligência Artificial que podem substituir escritores, artistas e até guionistas, é um filme sobre a OpenAI que vai empregar atores, realizadores e técnicos. Ao que parece, Hollywood está interessada em filmes sobre as ferramentas que a querem substituir.

Será que Guadagnino vai conseguir traduzir o frenesim da IA para o grande ecrã? Ou será apenas mais um drama de Silicon Valley com bons atores? Deixa a tua opinião nos comentários.



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