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Magic Mike: A Última Dança, em análise

Quase uma década depois, Magic Mike regressou ao grande ecrã com “Magic Mike: A Última Dança”. Mas será que o stripper ainda sabe fazer magia?

Há muito que nos habituámos a ver os movimentos sensuais de Magic Mike, o personagem de um stripper interpretado por Channing Tatun, nos grandes ecrãs. O primeiro filme da trilogia havia estreado em 2012, tendo-lhe somado uma sequela três anos depois. Agora, o stripper mais cobiçado do cinema regressou para uma última dança. Desta vez, Mike não é a atração principal do espetáculo, mas sim o encenador que acaba por transformar um clássico dos palcos numa peça cheia de sensualidade, levando o seu ritmo até Londres, num mero ato de loucura que mostra bem a sua vocação para o show business.

Em traços gerais, no inicio da longa-metragem vemos um Mike inconformado com a sua nova vida como barman, uma profissão que surgiu após ter posto um ponto final na sua carreira de bailarino. Quando surge a oportunidade para voltar a mostrar os seus movimentos sensuais, Mike ainda recusa, afirmando que esse é um tópico que faz parte do seu passado. Mas nada faz o homem da Flórida mais realizado do que expressar-se através da dança. E a verdade é que não são precisos muitos minutos de filme para entendermos que a magia do stripper continua bem apurada. Nos minutos que se seguem, vemos uma performance sem igual, recheada de sensualidade e muito sex appeal. Em boa verdade, Max (Salma Hayek) fica tão encantada que oferece uma proposta milionária a Mike para que este aceite uma última dança.

Magic Mike
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Apesar de a oferta feita por Max ser deveras irrealista e demonstrar uma fantasia do argumento, a verdade é que acaba por proporcionar valentes gargalhadas enquanto vemos a personagem de Channing Tatun questionar quais os seus deveres e direitos durante o exercício do seu novo trabalho, ao mesmo tempo que Max tenta colocar o seu novo funcionário no lugar enquanto esconde a atração que sente pelo rapaz. E por falar em funcionários, é impossível não fazer uma menção ao empregado de Max, interpretado brilhantemente por Ayub Khan Din. Com interações muito pontuais, esta é uma personagem que acrescenta uma grande dose de comédia à longa-metragem.

Quando tomamos consciência do serviço para o qual Mike foi contratado, temos noção de que este não é apenas mais um filme sobre striptease, mas sim uma longa-metragem que aborda os vários passos para a construção de uma relação afetiva. Ao longo das várias cenas vemos os percalços que podem afetar a relação, as gargalhadas e os momentos de boa disposição que transformam o dia do casal, o passado e a influência que ele exerce no presente e, acima de tudo, o quão importante é lutar para manter a estabilidade da relação e fazer o outro feliz. Esta é uma das características mais importantes deste filme que mistura dança com comédia e drama, enquanto as personagens mostram um desenho perfeito do contraste entre um americano e o sangue latino que incendeia tudo por onde passa, o que confirma a boa escolha deste elenco.

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Em suma, este é um filme que contraria as duas longas-metragens feitas anteriormente, uma vez que o realizador decidiu apostar num amor monogâmico e verdadeiro em que o desejo comada a relação. Esta é uma forma criativa de dar continuidade à trilogia, sem repetir as temáticas anteriormente apresentadas, o que resultou num filme muito mais leve e ligeiro, capaz de nos arrancar gargalhadas sem sentirmos que estamos perante mais uma obra cor-de-rosa cheia de clichés.

Mas nem tudo é perfeito no novo filme de Steven Soderbergh, já que existem elementos que nos causam estranheza. Comecemos pelo facto de a filha de Max transformar a história de Mike numa narrativa dos séculos passados, o que não assenta totalmente no ambiente do filme. Do mesmo modo, este seria um verdadeiro regresso se o norte-americano convidasse os seus antigos companheiros para participarem neste espetáculo com uma apresentação única. No entanto, importa ressalvar que estes não foram esquecidos, surgindo numa conversa online, o que mostra também que o argumento do filme acompanhou a evolução das tecnologias que entretanto foram surgindo desde o lançamento da primeira longa-metragem da saga.

Magic Mike
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No que toca à última dança encenada por Mike, o momento para onde converge todo o clímax do filme, esta suscita uma mistura de sentimentos. Por um lado, a mistura da história clássica original com o surgimento de um unicórnio em cena, deixa no ar a sensação de que a introdução poderia ter sido muito mais bem trabalhada. Por outro lado, é inegável a capacidade que os bailarinos tiveram para criar verdadeiros momentos de sensualidade. Contudo, nada se compara à dança apresentada por Mike, o que se torna na metáfora perfeita para resumir toda a mensagem do filme, envolvendo o desejo e a atração por alguém por quem se está verdadeiramente apaixonado. Esta é a simbiose perfeita entre a introdução da longa-metragem e a conclusão da mesma, o que deixa o espectador colado ao ecrã com atenção aos detalhes.

Por fim, há que destacar as piadas subis introduzidas ao longo do argumento, o que confere uma certa leveza ao filme, fazendo com que este não seja um filme apenas para mulheres, mas sim para qualquer pessoa que se queira divertir um pouco. A escolha do elenco foi, sem dúvida, bastante acertada, apesar de a narrativa apresentar alguma fantasia quando transportamos o argumento para a vida real. No entanto, “Magic Mike: A Última Dança” merece, sem dúvida ser visto e revisto.

Já tiveste a oportunidade de assistir a “Magic Mike: A Última Dança”? Qual o teu filme preferido da saga?

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