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O Match Perfeito – Análise

O novo filme de Celine Song, “O Match Perfeito”, estreou a 12 de junho nos cinemas e já conta com uma avaliação de 84% no Rotten Tomatoes.

Em 2023 Celine Song lançou o seu primeiro filme como realizadora, “Past Lives”. Este filme foi um grande sucesso, que chegou a receber duas nomeações para os Óscares, nas categorias de Melhor Filme e Melhor Argumento Original.

Dois anos após o romance que conquistou as audiências, Celine Song volta com o seu segundo filme, “Materialists” (em português “O Match Perfeito”), que estreou no dia 12 de junho.

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O filme conta com Dakota Johnson, Chris Evans e Pedro Pascal nos papéis principais. Acompanha, então, Lucy, uma Matchmaker em Nova York que tenta perceber o que quer para o seu futuro, ao mesmo tempo que entra num triângulo amoroso entre um homem rico e aparentemente perfeito e o seu ex-namorado de 37 anos que ainda vive numa casa partilhada.

O marketing errado

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Se há coisa que está errada neste filme é o marketing. O filme tem sido apresentado como uma comédia romântica. A sua tradução para “O Match Perfeito” até induz ao erro de pensarmos que é uma daquelas comédias românticas leves do Streaming.

Adoramos esse tipo de filmes, mas “O Match Perfeito” não é um deles. Efetivamente tem comédia e romance, mas é muito mais do que isso. O tipo de humor é mais uma sátira, que brinca com o dating scenario nesta época que vivemos, e com uma sociedade cínica e individualista que coloca os seus standards e expectativas num lugar inatingível.

Assim, o romance no filme é utilizado como um veículo para ligar os vários temas, incluindo o dating, o amor, o consumismo, o assédio e o desenvolvimento pessoal. Aliás, a própria Celine Song já foi Matchmaker durante seis meses e afirmou que foi a época em que mais aprendeu sobre pessoas, mas também sobre ela própria.

E é esse o ensinamento que passa para o filme e que é totalmente notório. A personagem de Dakota Johnson têm um grande entendimento da forma como as pessoas agem, mas passa por uma grande jornada em que descobre mais sobre si própria.


O tom satírico do filme

O filme tem momentos de muito humor, sempre com um tom irónico e satírico. Faz-nos rir com elementos com que todos nos conseguimos identificar. Seja porque encontramos esses elementos em nós próprios ou sendo porque identificamos esses temas na nossa sociedade.

Assim, celine song não tem medo de mexer em temas sensíveis que nos forçam a refletir sobre a sociedade mas também sobre nós mesmos e na forma como contribuímos para a perpetuação destas ações.

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Ainda assim, a realizadora consegue misturar este humor de exageros com momentos dramáticos, realistas e credíveis. O seu ritmo, que muda constantemente, é um paralelismo com a própria vida, que está em constante mudança.

Nesse sentido, a primeira cena do filme, que parece deslocada quando a vemos pela primeira vez, tem um grande sentido quando chegamos ao final. Celine Song faz-nos rir destes temas e depois dá-nos um final emocional e carinhoso que nos faz pensar e refletir.


O Match Perfeito também é feito dos seus atores

É caso para dizer que estes atores são um “Match Perfeito” para o filme. Chris Evans deixa os super-heróis para trás e tem uma performance que é uma lufada de ar fresco. Entrega-se, aqui, a uma personagem mais leve do que as que estamos habituadas nos seus filmes de ação.

Dakota Johnson não tem tido os melhores papéis para mostrar a sua qualidade como atriz. Contudo, em “O March Perfeito” traz o seu carisma para esta personagem, continuando a ser credível. Pedro Pascal já mostrou a sua qualidade, sendo que no último ano já fez papeis muito diversificados.

É o caso de “The Last of Us”, “Eddington” ou “Gladiator 2”. Neste filme dá um pézinho no romance e no humor, estilos onde o queremos ver mais vezes.

E tu, já viste “O Match Perfeito” no cinema? Conta-nos a tua opinião nos comentários.

Conclusão

  • O Match Perfeito pode parecer, à primeira vista, uma comédia romântica convencional, mas é muito mais do que isso. Tem uma visão satírica e inteligente sobre o amor, o consumismo e a identidade. A escrita escrita afiada de Celine Song, aliada a performances sólidas e surpreendentes do trio principal, resulta num filme que entretém, emociona e faz pensar.
Overall
8/10
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