As Melhores Séries Estreadas em 2017
O ano passado foi recheado de grandes séries! Neste artigo relembramos as Melhores Séries Estreadas em 2017 para a equipa de Televisão da Magazine.HD.
10º The Punisher
The Punisher foi criado por Gerry Conway, John Romita Sr. e Ross Andrux para a Marvel Comics em 1974, mundo época em que o crime era rei, e foi transportado para a actualidade com a introdução do anti-herói no canto da Netflix que explora os heróis de baixo calibre do Universo Cinematográfico da Marvel.
A série segue a história de vingança de Frank Castle, com uma surpreendente atuação de Jon Bernthal. Ao longo dos episódios, Castle divide as suas atenções entre vingar a morte da sua mulher e filhos, com a promessa de ajudar Micro com a sua família, pela qual sente uma enorme nostalgia ao vê-la como uma família substituta.
Apesar de Bernthal brilhar nas cenas de acção e de violência grotesca é Ebon Moss-Bachrach como David Lieberman/Micro que rouba a atenção ao protagonista com a sua presença nos momentos mais calmos. A acção é forte e espalhada por episódios chave ao longo da temporada. No entanto o seu realismo e brutalidade intensa é capaz de causar PTSD a alguns.
Esta monumental obra da Netflix chega a esta lista não só pela sua qualidade ou por ser uma surpreendente adição ao MCU, mas também devido à promessa de satisfazer o macabro interesse com que a audiência ficou em saber o resultado da transformação de Billy Russo (Ben Barnes) em Jigsaw.
João Fernandes
10º American Gods
American Gods é uma autêntica viagem surreal que une o mundo da mitologia antiga às ambições tecnológicas do dia de hoje. Uma série baseada no popular livro escrito por Neil Gaiman, por detrás da adaptação estão Bryan Fuller (“Hannibal”) e Michael Green (“Blade Runner 2049”) que são ideais para trazer a irreverência necessária para a série.
A obra segue Shadow Moon (Ricky Whittle) que é recrutado por um con-man chamado Wednesday (Ian McShane) para o proteger numa batalha entre os deuses das mitologias antigas com os deuses tecnológicos do presente. O elenco está repleto de atores talentosos. No entanto, é Gillian Anderson que brilha ao roubar todas as cenas em que entra com a interpretação de Media (que encarna Lucy Ricardo, David Bowie, Judy Garland e especialmente Marilyn Monroe).
Esta série chega ao nosso top das Melhores Séries Estreadas em 2017 por ser um espectáculo visual que consegue unir organicamente momentos de grande drama e violência com instâncias de comédia negra. O futuro desta série fantástica é, no entanto, um pouco incerto. Apesar de uma renovação ter sido anunciada não muito depois de ter estreado, Fuller e Green abandonaram os seus postos de criativos e Gillian Anderson também afirmou que não irá regressar.
João Fernandes
9º The Defenders
“The Defenders” chegou e arrasou com todos. Jessica Jones, Luke Cage, Iron Fist e Daredevil juntaram-se em 2017 para salvar a cidade de New York. A Netflix e a Marvel voltaram a juntar-se e desta vez o resultado foi ainda melhor do que esperado. Quando a ideia de “The Defenders” surgiu foram muitos aqueles que questionaram se a série teria sucesso. E para que os nossos Defensores têm uma imagem a defender! Juntar heróis numa só história tem vindo a revelar ser uma receita para o sucesso. Quando a Netflix criou os sucessos de Jessica Jones, Luke Cage, Iron Fist e Daredevil estava a meio caminho de criar “Os Defensores.”
Esta série reúne estes quatro, e bastante diferentes, heróis. “The Defenders” estreou em 2017 e mostra como é que Iron Fist, Luke Cage, Daredevil e Jessica Jones unem forças para salvar Nova Iorque. E as expectativas estavam bastante elevadas. Afinal individualmente as séries têm resultados bastante positivos. Esta série mistura ação e muito humor. Claro, humor um pouco mais sarcástico, mas verdadeiramente único. Um humor a que a Netflix e a Marvel já nos habituaram e cujos resultados são incríveis.
Beatriz Monteiro
8º Atypical
A Netflix já nos habituou a séries de qualidade e causadoras de polémica. Em 2017, depois de “13 Reasons Why” ter abalado pais, professores e adolescentes por abordar temas atuais e preocupantes, chegou a vez de “Atypical” colocar em holofote uma doença cada vez mais em voga.
O protagonista da produção é um jovem autista, aluno do ensino secundário, que passa por todos os dilemas típicos da adolescência. Indiferente aos estereótipos que sofre, Sam (Keir Gilchrist) procura encontrar uma namorada. Ao seu lado, está uma família confusa e amigos que desconsideram a visão especial que ele tem do mundo.
A irmã, que a princípio parece ser a mais ingénua e rebelde, é a única que compreende Sam. Os irmãos constroem uma pura relação e mostram que ninguém é completamente normal. Os pais estão em caminhos opostos. Enquanto Elsa (Jennifer Jason Leigh) é a mãe superprotetora que se entregou de tal maneira ao filho que entrou num colapso existencial; Doug (Michael Rapaport) é o pai divertido e sorridente, que luta com um dilema interno que resulta numa das lições que “Atypical” nos dá.
Tudo se desenrola a partir de Sam, apesar da história aprofundara vida de cada uma das personagens. Com uma esta mudança constante de perspetiva, a série questiona as atitudes e comportamentos de todos. A imprevisibilidade da série intensifica-se pela forma direta e racional com que Sam aborda todas as situações.
Catarina Fernandes
7º The Handmaid’s Tale
“The Handmaid’s Tale” chegou de uma forma muito discreta, mas ninguém conseguiu ficar-lhe indiferente. De tal modo que entrou diretamente para as escolhas da Magazine.HD das Melhores Séries Estreadas em 2017. Adaptando a obra homónima de Margaret Atwood, a série da Hulu conta uma história centrada nas mulheres e nos vários problemas que elas sofrem enquanto vivem numa sociedade patriarcal.
Com uma segunda temporada já confirmada, “The Handmaid’s Tale” promete ser uma das séries dramáticas mais marcantes dos próximos anos. A sua história irá continuar a chocar os espectadores. Mas também a relembrá-los de um mundo cruel e injusto que está mesmo debaixo do nosso nariz, e que nós continuamos a ignorar ou a desconhecer. E o seu incrível elenco, juntamente com toda a equipa técnica, vão continuar a maravilhar-nos com performances e episódios de cortar a respiração.
Filipa Machado
6º Young Sheldon
Sheldon Lee Cooper inspirou-nos e encantou-nos desde a primeira vez que o vimos em “A Teoria do Big Bang”. Jim Parsons deu a vida a uma personagem que dificilmente seria esquecida. Afinal a sua forma estranha mas muito querida de ser não conquistou apenas Amy, mas sim todos nós. Portanto quando vimos o primeiro episódio de “Young Sheldon” a expectativa era no mínimo elevada. E o resultado? Ainda melhor. Esta série de sucesso conta-nos a história de Sheldon Cooper e até já foi renovada para a sua segunda temporada. A CBS decidiu renovar a série de comédia por mais uma temporada.
“Young Sheldon” não deixa ninguém indiferente. E, para os fãs, é incrível perceber de onde vêm as manias de Sheldon Lee Cooper. Afinal esta série tem-nos mostrado da melhor maneira como é lidar com o pequeno Cooper. Young Sheldon vive aventuras do dia-a-dia e tem que conviver com a sua irmã e irmão que são totalmente diferentes de si. Além disso na escola é o mais jovem e a sua forma peculiar de ser e falar não deixa ninguém indiferente. Mas ele consegue manter-se são com muita honestidade e, claro, diversão. E foi isso que vimos durante 2017! Uma personagem incrível, com uma história que é capaz de nos prender ao ecrã!
Beatriz Monteiro
5º 13 Reasons Why
Polémica. Controversa. Relevante. A estreia de “13 Reasons Why”, ou em português, “Por Treze Razões”, foi recebida com um grande alvoroço. A série da Netflix foi uma autêntica bomba que caiu nas redes sociais. Todas as pessoas falavam sobre ela. Como é óbvio, dividiu opiniões. Houve quem a criticasse severamente, especialmente pela forma como retratou a questão do suicídio. E por outro lado, houve quem aplaudisse a série, pelo facto de esta abordar temas importantes e atuais, sem qualquer tabu ou preconceito. Para além de querer alertar, a série da Netflix procurou sensibilizar e consciencializar o espectador para as questões que decidiu abordar.
A verdade é que, para bem ou para mal, “13 Reasons Why” colocou uma comunidade inteira a falar sobre problemas que existem no nosso dia-a-dia. Mas que nem sempre recebem a devida atenção. E muito menos a preocupação para os resolver.
Ao longo de treze capítulos, “Por Treze Razões” explora três grandes temas: bullying e cyberbullying, assédio e abuso sexual, e suicídio. Estes assuntos são abordados a partir da história de uma das personagens principais, Hannah Baker. A série começa depois do suicídio da jovem, e desenrola-se à medida que o protagonista Clay Jensen ouve as cassetes que Hannah gravou antes de morrer, onde explica as razões que a levaram a suicidar-se.
Filipa Machado
4º Dark
A germânica “Dark” foi uma das assinaláveis novidades de 2017 e um tesourinho ambicioso da Netflix. Com uma narrativa cruzada, distribuída entre três períodos de tempo (2019, 1986 e 1953), revelou-se um puzzle sobrenatural, bem interligado e a cada episódio mais intrigante.
Embora publicitada como uma espécie de “Stranger Things”, mostrou através do tom ter bastante mais de Damon Lindelof (autor de “Lost” e “The Leftovers”). Os criadores, Baran bo Odar e Jantje Friese, construíram para os espectadores uma série exigente. Não tanto na narrativa, com saltos temporais inteligentes, mas sim na exposição de um vastíssimo leque de personagens, preocupando-se em desenvolver (e bem) todas as aranhas que formam a teia.
Do sexto “Sic Mundus Creatus Est” até ao final a série mantém um nível bastante alto, convidando ao consumo compulsivo, servindo de plataforma de afirmação internacional para actores como Oliver Masucci, Karoline Eichhorn e Maja Schöne e de possível rampa de lançamento para Lisa Vicari.
Entre analepses e prolepses, “Dark” é acima de tudo uma trama entre quatro famílias (Nielsen, Kahnwald, Tiedemann e Doppler) com esqueletos no armário e passados por resolver.
Miguel Pontares
3º Legion
Com tantas produções de super-heróis – “Arrow”, “Gotham”, “Agents of SHIELD”, “Daredevil”, “Gifted”, entre tantos outros – a criação de Noah chega como uma lufada de ar fresco. “Legion” foi a série de super-heróis que nós não sabíamos que precisávamos.
Com o fim de uma era no cinema, os canais de televisão apostaram fortemente em “X-Men”. Mas a série que conta a história do anti-herói filho do Professor X é a única série que realmente importa, pela sua complexidade e inovação.
“Legion” acompanha David Haller (Dan Stevens), um jovem diagnosticado com esquizofrenia que passou seis anos institucionalizado. No Hospital Psiquiátrico, sempre acompanhado de Lenny (Aubrey Plaza), o protagonista apaixona-se por Syd Barrett (Rachel Keller), que o tenta convencer que as vozes da sua cabeça são reais. Depois de um incidente no hospital, que termina com o escape de David e a morte de Lenny, o protagonista junta-se a um grupo de mutantes que tenta derrotar a Divisão 3, a força anti mutante do governo.
À primeira vista, a premissa não tem nada de extraordinário. Mas rapidamente nos apercebemos que nem tudo aquilo que acontece na história é real. Hawley usa o estado mental de David, cujo diagnóstico de esquizofrenia escondia uma poderosa mutação, para brincar com as nossas perceções.
O grande trunfo de “Legion” é o facto de não subestimar a inteligência da audiência. Hawley deixa que os espectadores criem as suas próprias interpretações da história, enquanto fornece o mínimo de contexto para que a audiência se encontre no mosaico que é o argumento.
A banda sonora foi outro ponto de sucesso da série. De The Rolling Stones a The Who, Jeff Russo confirmou aquilo que tinha prometido: queria que “Legion” exprimisse a sensação de estar livre de “doenças mentais”, tal como o álbum The Dark Side of the Moon dos Pink Floyd tinha expresso anteriormente.
Em conclusão, “Legion” é uma série de super-heróis sobre mutantes. Mas também é um produção que explora a procura de sabermos quem somos.
Catarina Fernandes
2º Mindhunter
Mindhunter decorre nos assombrosos finais dos anos 70, onde o crime é crescente e a violência não tem igual. Os acontecimentos da série contam o desenrolar da excepcional investigação e trabalho de John E. Douglas adaptado no livro “Mindhunter: Inside the FBI’s Elite Serial Crime Unit” escrito por Douglas e Mark Olshaker.
A série exibe uma brutal dramatização da vida de um agente da Federal Bureau of Investigation (FBI) a quando dos primórdios da investigação psicológica e profiling de criminosos. A genialidade de David Fincher conduz a audiência pela vida de Holden Ford (Jonathan Groff), tanto como agente, mas também como pessoa, enquanto este analisa os mais negros aspectos da mente humana. Anna Torv e Holt McCallany compõem um elenco cheio de talento que viu a interpretação de Cameron Britton como Edmund Kemper tornar-se num dos personagens favoritos dos fãs.
Esta extraordinária série foi uma das grandes apostas da Netflix para 2017. O investimento da plataforma de streaming foi grandemente agradecido, não só pelos críticos, mas também pelo público que abraçou esta visão negra do espírito humano que nos deixa esperançosos por um raio de luz. A série já em um futuro garantido com a renovação para uma nova temporada pela Netflix. Nós por cá estamos ansiosos.
João Fernandes
1º Big Little Lies
Nenhuma nova série de 2017 apresentou, em média, desempenhos tão fortes por parte dos membros do elenco. No começo, “Big Little Lies” até parecia uma versão madura de “Pretty Little Liars”. Mas é muito mais do que isso.
A obra de Liane Moriarty inspirou a HBO a apresentar um cativante mistério captado com elegância pela lente inconfundível de Jean-Marc Vallée (baixa de peso para a segunda temporada, entretanto confirmada). Não é à toa que “Big Little Lies” arrecadou 4 globos de ouro, tendo já feito antes um brilharete nos Emmy Awards com 8 distinções.
Até ao seu clímax, vivido no sétimo e derradeiro “You Get What You Need”, “Big Little Lies” foi uma verdadeira masterclass para actores. Das quatro mães (interpretadas por Whiterspoon, Kidman, Dern e Woodley), é impossível não destacar Nicole Kidman, que encontrou em Celeste Wright a oportunidade perfeita para nos relembrar a todos quão incrível é como actriz. Um patamar ao qual em 2017 só chegaram Carrie Coon (“The Leftovers”) e Maggie Gyllenhaal (“The Deuce”).
E, entre decisões corajosas, sessões de terapia a três e corridas pela praia, importa valorizar o ingrediente secreto numa série que gritou female power – Alexander Skarsgård como o marido perfeito mais imperfeito de todos.
Miguel Pontares
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