Missão: Impossível elimina personagem icónica
Nem todas os filmes de Missão: Impossível terminam com um resgate. Alguns exigem sacrifícios e este foi o mais difícil de aceitar.
A saga Missão: Impossível nunca teve medo de correr riscos. Desde o início, Ethan Hunt enfrentou traições, explosões e quedas de arranha-céus, mas uma coisa sempre permaneceu intocável: a gravidade da morte. Quando “Ajuste de Contas” eliminou Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), os fãs revoltaram-se. Afinal, como ousam tirar-nos uma das personagens mais carismáticas da saga? Mas Christopher McQuarrie, o mestre por trás dos últimos filmes, não recua. E a sua explicação é tão brutal quanto a decisão.
Ilsa não regressou á saga
A morte de Ilsa Faust não foi um acidente do guião de “Missão: Impossível”. Foi um cálculo frio, estratégico, quase tão implacável como as próprias missões de Ethan Hunt. Christopher McQuarrie, em entrevista ao podcast Happy Sad Confused, deixou claro: “É uma questão de custo-benefício. A morte de personagens essenciais acompanha Ethan desde o primeiro filme. Até então, nenhuma personagem tão querida pelo público tinha morrido.”
Os fãs esperavam um regresso triunfal. Afinal, este é o cinema, onde os mortos ressuscitam mais vezes do que num sermão bíblico. Mas “Missão: Impossível” não é “Fast & Furious“. Aqui, quando alguém morre, fica morto. McQuarrie reforça: “Sabia que haveria insatisfação, mas retroceder seria tirar o único elemento que dá dentes a esta franquia: a morte é permanente.”
E que dentes afiados eles têm. Desde “Missão: Impossível III“, onde Julia (Michelle Monaghan) foi “executada” diante de Ethan, até à traição de Jim Phelps no original, a saga nunca fugiu ao impacto emocional da perda. Ilsa era diferente – inteligente, letal, e com uma química inegável com Hunt. Mas foi exatamente essa conexão que tornou a sua morte necessária. Sem risco real, não há verdadeira tensão.
O significa para o futuro de Missão: Impossível?
Alguns argumentam que a morte de Ilsa foi mal executada – rápida, quase desperdiçada. Outros especularam que tudo não passava de um estratagema, uma “dead reckoning” (cálculo de navegação, como sugere o título) para enganar a Entity, a IA antagonista. Até as referências bíblicas alimentaram teorias de ressurreição. Mas McQuarrie não deixou margem para dúvidas: Ilsa não voltará.
E talvez seja melhor assim. “Missão: Impossível” vive da adrenalina da incerteza. Se os espectadores soubessem que, no fim, todos sobrevivem, as fugas de Cruise pelos telhados ou as lutas em comboios em movimento perderiam a urgência. A morte de Ilsa mantém a franquia honesta. Como McQuarrie diz, “perigo real exige consequências reais”.
Claro, há quem discorde. Ferguson trouxe inegavelmente uma energia única ao elenco, e a sua ausência deixará um vazio. Mas “Missão: Impossível” segue em frente, com Hayley Atwell e Pom Klementieff a assumirem papéis centrais. Assim, o mundo de espionagem não tem espaço para sentimentalismos – e Ethan Hunt menos ainda.
Achas que a Ilsa devia ter tido outra sorte, ou acreditas que, por vezes, uma morte é o preço a pagar por uma narrativa que não nos trata como ingénuos? Deixe a tua opinião nos comentários.