Nebraska, em análise

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  • Título Original: Nebraska
  • Realizador: Alexander Payne
  • Elenco: Bruce Dern, Will Forte, June Squibb
  • Género: Drama, Aventura
  • Zon |2014 | 115 min

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“Nebraska” conta a história de Woody, um homem idoso (Bruce Dern), alcoólico e senil que quer a todo o custo ir a Lincoln reclamar o seu prémio de um milhão de dólares, que recebeu pelo correio. Após várias tentativas de demover o seu pai, por saber que o prémio não passa de uma estratégia de marketing e que não existe verdadeiramente um milhão de dólares à sua espera, David (Will Forte) decide finalmente levá-lo ao Nebraska, por saber que Woody apenas quer encontrar algum sentido para a sua cada vez mais curta vida… E talvez porque também ele procura o mesmo.

 

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Mas “Nebraska” é muito mais do que isto. Nele são exploradas as relações complexas entre familiares, e o quanto muitas vezes não obtemos as respostas que queremos uns dos outros, mas ainda assim temos que ser o apoio que esperamos um dia mais tarde encontrar num momento de necessidade. Ao contrário de muitos enredos típicos, que tentam exaltar uma grande história inovadora e inacreditável, neste filme é retratada uma história de vida comum, em todos os sentidos. A senilidade e teimosia que vêm com a velhice, problemas entre pais e filhos, ganância, falhas de comunicação entre a família, e uma geral falta de um sentido de grandiosidade para as acções que tomamos no dia a dia. Tem-se sempre a sensação que estamos a observar pessoas e as suas vidas, e não personagens idealizadas na cabeça de alguém, e é neste ponto que o filme se torna magnífico.

 

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A normalidade acaba por ser quebrada com o brilhantismo das personagens e dos actores que as encarnam. Os seus passados, as suas personalidades, os diálogos inteligentes. É aí que vemos Woody e os seus familiares ganharem vida no cenário a preto e branco, e não tardamos a sentir uma espécie de instinto protector em relação a este homem cheio de defeitos. Porque sim, Woody não é de todo um ser humano perfeito, nem o são as outras personagens, mas é isso que os torna humanos. É isso que nos faz ver alguma sombra dos nossos pais, dos nossos avós, dos nossos irmãos e até mesmo de nós mesmos quando vemos este filme.

 

No geral, “Nebraska” é brilhante porque provoca todo um leque de emoções em vários cenários que poderiam muito facilmente se tornar demasiado monótonos. E dentro dessas emoções encontramos uma janela para as nossas próprias ideias daquilo que significa ser uma família. E é esta capacidade excepcional que o torna único.

SL

 


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