Noé, em análise

 

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  • Título Original: Noah
  • Realizador: Darren Aronofsky
  • Elenco: Russell Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins, Emma Watson
  • Género: Aventura, Ação, Drama
  • 2014 | 138 min

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“Noé” é muito mais do que o seu elenco de luxo ou o seu realizador de excelência. É uma mensagem, e uma metáfora poderosa.

 

Através do episódio biblíco da Arca de Noé, Aronofsky faz um paralelismo entre a corrupção da Humanidade que levou a que Deus decidisse purgar o mundo e a atitude geral do ser humano na época em que vivemos. O objectivo é mostrar que o ser humano, como entidade colectiva, perdeu o rumo, sucumbindo à ganância e à gula por acreditar que tudo o resto que existe no mundo tem como única função servir‐nos. Seja animal, mineral, ou vegetal, exploramos intensivamente os nossos recursos até nada existir, por pensarmos neles como isso mesmo, apenas recursos.

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Todos os actores encarnam as suas personagens de forma espantosa, com especial destaque a Emma Watson e Russell Crowe. Os efeitos do filme são fabulosos também, mas aquilo que faz de “Noé” um excelente filme é a sua mensagem subjacente.

 

É certo que este não é o filme mais forte de Aronofsky, nem o mais marcante… Mas é o mais importante, pois contém uma mensagem extremamente relevante para o momento em que vivemos. Numa época em que progresso em nome do progresso é aceite e celebrado, e os fins justificam todos os meios, é necessário fazer ver que este não é o caminho, e Aronofsky decide assumir esta responsabilidade sob pretexto de realizar um filme sobre Noé. Sim, porque Deus está muito pouco presente no filme, quando pensamos verdadeiramente nisso. Esta é uma história de sensibilização, com o objectivo de fazer as pessoas pensarem no seu papel no rumo que a Humanidade está a seguir. Contudo, a melhor característica de “Noé” é a sua mensagem final.

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Essa mensagem é que existe maldade e bondade em todos nós. Sim, isto é óbvio, mas raramente tomamos mesmo a consciência deste facto, porque a possibilidade da existência de maldade em nós mesmos é algo que afastamos da nossa consciência. Apesar da possibilidade ser assustadora, ela acarreta consigo uma hipótese de escolha. Se ambos os pólos existem em cada um de nós, podemos sempre mudar as escolhas que fazemos. Se estamos errados, podemos repensar as nossas posições. Se temos hábitos que danificam os outros ao nosso redor, outros esses que não têm que ser necessariamente humanos, podemos mudá‐los. Esta tomada de consciência é algo bastante poderoso, que pode mudar a vida de muita gente, e talvez todo o rumo da Humanidade. Se todos os seres humanos analisassem os motivos que os levam a fazer as escolhas que fazem, as possibilidades para daqui a cinco, dez, vinte anos são inúmeras. E se “Noé” fez com que algumas pessoas chegassem a essa conclusão, então cumpriu o objectivo a que se propôs.

 

SL


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