Molly Gordon, "Oh, Hi!" © AmorFortuna

Oh, Hi! – Análise

“Oh, Hi!” chegou recentemente aos cinemas. Esta é a minha análise do novo filme de Sophie Brooks, com Logan Lerman.

A comédia romântica “Oh, Hi!” chegou aos cinemas. Realizada por Sophie Brooks e protagonizada por Molly Gordon e Logan Lerman, apresenta uma abordagem ousada e contemporânea sobre os desafios dos relacionamentos modernos. Estreado este mês nos cinemas, o filme mistura humor ácido com momentos de tensão psicológica.

Quando o romance encontra o caos

Logan Lerman e Molly Gordon em “Oh, Hi!”

“Oh, Hi!” conta a história de Iris (Molly Gordon) e Isaac (Logan Lerman), um casal que decide passar um fim de semana romântico numa casa isolada, longe do ritmo acelerado da cidade. Contudo, o que deveria ser um refúgio para fortalecer a relação rapidamente se transforma numa experiência desconfortável e tensa. 

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À medida que a conversa avança, fica claro que Isaac não partilha o mesmo compromisso emocional, o que deixa Iris profundamente magoada e insegura. Sentindo-se traída e desamparada, Iris toma uma decisão radical para forçar uma conversa que permita esclarecer o futuro da relação.

É aqui que o filme se torna inesperado: o uso de algemas, que coloca o casal numa situação absurda e carregada de tensão, cria uma dinâmica desconfortável mas cheia de humor negro. Esta escolha narrativa traz à tona questões como o desequilíbrio de poder nas relações e as expectativas desajustadas que tantas vezes marcam os encontros amorosos hoje em dia.

Contrastes e vulnerabilidades

Mais do que uma simples comédia romântica, “Oh, Hi!” propõe uma sátira afiada que explora as inseguranças, os mal-entendidos e a dificuldade de comunicação numa era dominada pelas redes sociais e pelas mensagens instantâneas. 

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Molly Gordon entrega uma performance cativante como Iris, equilibrando momentos de vulnerabilidade com ações impulsivas e, por vezes, irracionais. A sua interpretação traz profundidade ao personagem. Logan Lerman, por outro lado, interpreta Isaac com uma mistura de charme superficial e evasão emocional, representando o “softboy” moderno que evita compromissos profundos.

Os personagens secundários, como Max (Geraldine Viswanathan) e Kenny (John Reynolds), adicionam alívio cómico à história, embora as suas intervenções por vezes pareçam deslocadas no contexto crescente de tensão.

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Tempestade Visual

“Oh, Hi”

A realização de Sophie Brooks é um dos pontos fortes do filme. A sua abordagem mistura o tom leve da comédia romântica com elementos de suspense psicológico, criando uma atmosfera que muda gradualmente de calma para desconforto. 

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A escolha do cenário não é apenas estética. Esta funciona como um espelho das emoções dos protagonistas, realçando a sensação de claustrofobia e de isolamento emocional.

A cinematografia de Conor Murphy destaca, assim, o contraste entre a tranquilidade bucólica da paisagem e a crescente turbulência interna do casal. A luz natural, os enquadramentos apertados e as cores neutras contribuem para um ambiente visual que sublinha a vulnerabilidade e o conflito que se desenrolam ao longo do filme.

Questões morais

“Oh, Hi!” é uma comédia romântica que subverte as convenções do género, ao oferecer uma visão crítica e satírica dos relacionamentos modernos. Embora a narrativa por vezes se desvie para o absurdo, o filme mantém uma base emocional sólida, principalmente devido às atuações.


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