Como nasceu o hábito das pipocas no Cinema
Quem nunca sentiu aquele cheiro inconfundível ao entrar numa sala de cinema? É quase uma promessa: as pipocas frescas, estaladiças e quentes, que conquistam os mais céticos e até quem não tem paciência para um snack gorduroso.
Mas a pergunta é: por que raios é que as pipocas são tão associadas ao cinema? Claro, temos aquela ideia do combo perfeito de uma boa história e um petisco fácil. Mas a história de como este petisco se tornou sinónimo de um bom filme começa de forma um pouco improvável.
Porque é que comemos pipocas no cinema?
No início, as pipocas estavam mais associadas a feiras e espetáculos, longe da sofisticação das primeiras salas de cinema. Quando Charles Cretors inventou a máquina de pipocas em 1885, a magia do milho a estourar não era bem-vinda nos cinemas. Aliás, a palavra “cinema” na altura ainda estava muito ligada à ideia de uma experiência mais “refinada”, como um teatro de luxo. Pipocas eram coisas de rua, e o cinema queria se distanciar disso, com um ambiente mais sério.
A mudança só aconteceu quando a indústria cinematográfica precisou de se reinventar. A crise da Grande Depressão, em 1929, foi o ponto de viragem. As pessoas, que já estavam a lutar financeiramente, começaram a ver os cinemas como uma forma barata de escapar da realidade. Mas os cinemas, a enfrentar sérios problemas financeiros, estavam a fechar aos montes. E foi aí que um gerente de cinema, chamado R. J. McKenna, teve uma ideia: vender pipocas.
E o que aconteceu? Aparentemente, a melhor coisa que podia ter acontecido à indústria do cinema. Assim, ao invés de olhar para as pipocas como algo “de rua”, McKenna viu uma oportunidade de lucro. Logo, começou a vender pipocas à entrada das salas e, mesmo com os bilhetes de cinema a preço reduzido, faturou mais de 200 mil dólares naquele ano. O negócio de pipocas no cinema estava oficialmente lançado, e com ele, um novo modelo de lucro.
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Por que as pipocas ainda são as grandes vencedoras?
Mas porque é que, hoje em dia, as pipocas ainda são o rei dos snacks de cinema? Simples: são baratas de produzir e oferecem uma margem de lucro altíssima. O milho é barato, e a máquina de pipocas, bem, essa não precisa de uma cozinha elaborada para funcionar. E a experiência de comer pipocas? É quase um ritual. Além disso, o simples som do milho a estourar é um espetáculo por si só.
Portanto, em plena época de filmes com orçamentos milionários, o cinema ainda depende das pipocas para manter a máquina a funcionar. Não é apenas a nostalgia que fala mais alto.
O que faz as pipocas tão irresistíveis?
Hoje em dia, muitos cinemas tentam sofisticar a experiência de assistir um filme com cadeiras reclináveis, menus gourmet e até vinho em certos instantes. Mas, no fim, quando a ecrã se acende e os trailers começam, as pipocas continuam a ser o snack por excelência, o verdadeiro emblema do que é um filme. Assim, qual é a tua relação com as pipocas no cinema? Será que é o snack em si ou o ritual que ele carrega?
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