Que Mal Fiz Eu a Deus?, em análise

 

Que_Mal_Fiz_Eu_a_Deus
  • Título Original: Qu’est-ce qu’on a fait au Bon Dieu?
  • Realizador: Philippe de Chauveron
  • Elenco:  Christian Clavier, Chantal Lauby
  • Género: Comédia
  • 2014 | 97 min

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Os tempos mudam e o ideais também, mas isso não significa que o que vem de trás aceite a mudança tão facilmente, principalmente se for francês.

Claude (Christian Clavier) e Marie Verneuil (Chantal Lauby) têm quatro filhas, para as quais sempre desejaram o melhor. Mas quando três destas decidem casar-se com homens de etnias diferentes, os pais ficam à beira de um ataque de nervos. Pior ainda, é quando a sua última esperança decide seguir o exemplo das irmãs e ficar noiva de um homem que ela sabe não ser do agrado dos pais. Agora, cabe a Claude e Marie fazerem um esforço por aceitar os seus genros e mudar a sua noção antiquada das coisas.

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Muitos vêem os franceses como pessoas orgulhosas, de mente fechada e pouco amigáveis, Claude e Marie são bons exemplos disso. Tudo o que eles queriam era que as suas filhas se casassem com um francês católico, e a única maneira de estes ficarem felizes era se elas o tivessem feito. O humor do filme gira todo à volta da xenofobia dos franceses em relação ao estrangeiro, fazendo piadas com os estereótipos que a sociedade nos apresenta. E de facto tem piada observar as diferenças culturais e vê-las em conflito, mostrando que não são só os franceses que sentem uma certa antipatia pelo desconhecido, e que talvez o mundo ainda não tenha evoluído tanto como se pensa. Mas no final, com o empurrão certo, essas religiões e formas diferentes de pensar fazem um esforço por se entenderem e perceberem que na verdade a única coisa que os estava a separar eram eles.

Philippe de Chauveron fez um trabalho fantástico na criação de uma grande comédia. A sua capacidade de pegar numa ideia simples e explorar o que de melhor ela tem para oferecer é de tirar as palavras da boca. Esta é um comédia inteligente que não é dada de bandeja e nunca cai no ridículo. O humor é subtil, e se não estivermos concentrados no filme, este pode-nos passar ao lado. Apesar de dar um bocadinho mais de trabalho, é este o aspecto de uma boa comédia, que nos faz rir e sair do cinema com um sorriso na cara. É uma bênção existir alguém como Chauveron que não tem medo de tornar as gargalhadas um bocadinho mais sofisticadas.

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O elenco fez um trabalho fantástico, principalmente Ary Abittan, Medi Sadoun, Frédéric Chau e Noom Diawara, ou seja, os genros. Não que o restante elenco não tenha feito um bom trabalho, mas estes quatro esmeraram-se, até porque se não fossem eles o filme não tinha metade da piada que tem. A credibilidade e o trabalho que estes puseram na criação dos papeis é fenomenal e uma grande mais valia para o filme.

No final ficamos sem saber que bem fizemos a Deus para este nos proporcionar uma experiência tão divertida e original como esta. Esta é uma boa aposta para o cinema francês nos Óscares.

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