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Estes são os riscos das redes sociais no desenvolvimento infantil segundo os especialistas

Os miúdos de hoje já não crescem a trocar cartas Pokémon no recreio, crescem a trocar seguidores nas redes sociais. O problema? O cérebro ainda está em construção, a identidade em formação e, segundo especialistas, a vulnerabilidade à comparação social é explosiva.

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Há risco nas redes sociais para crianças?

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Sim, as redes sociais representam múltiplos riscos para as crianças, alerta a psicóloga Raquel Raimundo, da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Ela aponta para várias consequências preocupantes: perturbações do sono, diminuição da atenção, isolamento, sedentarismo e até alterações na visão. estudos que sugerem que, até 2050, mais de 50 % da população será míope.

Mas não termina aí. Portanto, o uso excessivo das redes sociais pode empobrecer as amizades presenciais, provocar irritabilidade, ansiedade e até dependência digital. Assim, a psicóloga Jean Twenge, investigadora da Universidade Estadual de San Diego, afirma que as redes sociais podem amplificar inseguranças naturais da adolescência e expor as crianças a pressões para as quais não estão preparadas.

A saúde mental depressa entra no ringue. Estudos mostram que o tempo de ecrã elevado está relacionado com sintomas depressivos, sobretudo em raparigas, além de atrasos no desenvolvimento da linguagem e problemas cognitivos.

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Como identificar estes riscos?

Telemóveis Escolas (1) Redes sociais
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  • Sinais visíveis de alerta – Drástica necessidade de aprovação online, FOMO (medo de perder um acontecimento), perfeccionismo exagerado, isolamento e alterações no humor são bandeiras vermelhas para o efeito negativo das redes sociais. Tudo isto pode ser um grito silencioso de que algo não está bem .
  • Dependência digital e insónia – O ciclo viciante das redes sociais estimula a dopamina e pode tornar as crianças mais impacientes e alterar-lhes os padrões de sono, e não apenas do ponto de vista comportamental. Há impacto biológico: o córtex pré-frontal, importante no autocontrolo, pode ficar afetado; o cérebro em desenvolvimento sofre.
  • Adultização precoce e autoestima em risco — A exposição a conteúdos adultos nas redes sociais (moda, sexualidade, comportamentos impróprios) chega demasiado cedo às crianças, distorcendo expectativas e acelerando uma maturidade prematura. E quando se somam comentários críticos e comparações constantes, temos ingredientes suficientes para insegurança crónica, ansiedade e sofrimento emocional.

Quais são as estratégias práticas?

  • Limita o tempo de ecrã com sabedoria — A OMS sugere ser nulo até aos 2 anos, cerca de 1 h/dia até aos 5 anos, e no máximo 2–3 h nos mais velhos .
  • Sê guardião, não espião — Dialoga com a criança, pergunta “O que viste hoje nas redes sociais?”, incentiva conversas abertas, promove tempo juntos sem ecrãs, tipo “sábado à tarde sem ecrãs”, por exemplo, funciona muito melhor do que “controlo total”.
  • Estimula o “mundo real” — Brincadeiras ao ar livre, livros, amigos, desporto, gargalhadas. Encontra maneiras de fazer o mundo real tão interessante se não mais que o das redes sociais.

O que une todos estes riscos é, no fundo, a nossa responsabilidade enquanto pessoa com olhos no futuro das crianças. Portanto, vamos criar um ambiente digital equilibrado e saudável, em que a infância floresça, em que a autoestima seja construída com base na autenticidade. Que gesto (mesmo que pequeno) estás disposto a implementar hoje para fazer a diferença na vida digital das crianças que conheces?

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