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“Foi de doidos”, Shia LaBeouf quebra o silêncio sobre trabalhar com Francis Ford Coppola

Shia LaBeouf retira o véu sobre uma das colaborações mais enigmáticas da sua carreira e, como sempre, não poupa nas palavras.

Francis Ford Coppola não é um homem; é um monumento. O cineasta por trás de “O Padrinho” e “Apocalypse Now” carrega uma aura mítica, quase shakespeariana. E quando um projeto pessoal, “Megalópolis“, finalmente ganhou vida após décadas de gestação, a expectativa era de uma obra-prima. Mas, como Shia LaBeouf revela, o processo foi menos epifania e mais… confusão existencial.

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“Tornei-me um incómodo”, a revelação de Shia LaBeouf

Shia LaBeouf
Crédito editorial: Debby Wong / Shutterstock.com

Shia LaBeouf não é estranho a polémicas, mas desta vez a sua crítica é direcionada não a um sistema, mas a um ícone. Num diálogo franco com The Hollywood Reporter, o ator admitiu que a colaboração com Coppola foi um exercício de paciência e frustração mútua. “Coppola acha que é o Dave”, disse, referindo-se a David Mamet, seu interlocutor na entrevista. “Ele acredita que é um encenador de teatro, o tipo que fala a língua dos atores. Mas não é. Isso não significa que não seja incrível – só que a sua genialidade não se manifesta dessa forma.”

Assim, a linguagem de Coppola, segundo Shia LaBeouf, era um enigma. “Ele era muito específico, mas a sua especificidade não estava no guião. Era como se tivéssemos de escavar a sua mente para perceber do que raio estávamos a falar. Não era linguagem normal; era um ritmo arcaico que ele perseguia.” O resultado? Perguntas. Muitas perguntas. “Tornei-me um incómodo. Precisava de respostas, e isso frustrou a nossa relação.”

E o filme? “Ficou muito mais doido do que eu imaginava”, confessou. “Achei que a minha personagem era excêntrica, mas não pensei que o filme inteiro o fosse.” “Megalópolis”, afinal, não foi o triunfo esperado. Com um orçamento de 120 milhões de dólares e um elenco estelar (incluindo Adam Driver), o filme arrecadou menos de 15 milhões e dividiu a crítica. Seria o projeto demasiado pessoal para ser compreendido? Ou Coppola, como Shia LaBeouf sugere, perdeu-se no próprio mito?

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Quando o génio colide com a realidade

© 2024 Lionsgate

Coppola não é inegavelmente um homem que aceite limites – financeiros, criativos ou mesmo linguísticos. Mas “Megalópolis” pode ter sido, finalmente, o projeto que expôs o abismo entre a sua visão e a execução. Assim, Shia LaBeouf descreve um ambiente onde até Adam Driver, outro ator metódico, se via perdido. “O Driver fazia perguntas que esgotavam o Coppola. Quando chegava a minha vez, a energia já era diferente. Tive de me adaptar.”

O que fica, então, desta experiência? Para Shia LaBeouf, mais uma peça no puzzle da sua própria redenção. Assim, o ator, cuja carreira tem sido tão marcada por escândalos quanto por talento, prepara-se agora para “Henry Johnson“, uma adaptação de uma peça de Mamet. Fala de “reabilitação”, de corrigir erros. “Espero que a minha vida seja sobre acertar o que errei”, disse. “E há muito para acertar.”

Quanto a Coppola, o silêncio. Os seus representantes não comentaram as declarações de Shia LaBeouf. Talvez, no fim, o cineasta prefira deixar que o seu trabalho fale por si – mesmo quando esse trabalho é, nas palavras do seu próprio ator, “muito doido”.

Acreditas que um génio como Coppola pode perder-se na própria grandiosidade, ou será que o tempo acabará por absolver “Megalópolis”? Deixa tua opinião nos comentários.


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