Sigourney Weaver revela planos para o futuro da saga Alien
A escuridão nas estrelas, monstros nos silêncios e uma heroína que sempre sobrevive, ou renasce, das cinzas são os pilares da saga Alien. Assim, hoje falamos de Sigourney Weaver, de Ellen Ripley e de um plano que pode reacender um dos universos mais fascinantes da ficção científica: a possibilidade de retomar o papel que a tornou lendária.
O que sabemos sobre o futuro de Alien?
Num painel especial na New York Comic Con, Sigourney Weaver confirmou que teve uma reunião recente com a Disney (detentora agora dos direitos da saga Alien) para discutir a possibilidade de retomar o icónico papel de Ellen Ripley. (Entertainment Weekly) Segundo Weaver, o produtor Walter Hill (antigo colaborador da saga) já escreveu cerca de 50 páginas onde Ripley estaria no futuro da saga, com ideias que a atriz descreveu como “muito extraordinárias”.
Weaver fez questão de sublinhar que, até agora, nunca sentiu necessidade de voltar à personagem, ela afirmou: “Nunca senti essa necessidade [de voltar a interpretá-la]. Sempre pensei: ‘Deixem-na descansar, deixem-na recuperar.’” (Variety)
Porém, o que Hill escreveu “parece tão verdadeiro para mim, muito sobre uma sociedade que encarceraria alguém que tentou ajudar a humanidade, mas que é um problema para eles, então ela é meio que escondida.” Weaver admitiu que pensa trabalhar com Hill para desenvolver o resto da história.
Quando foi a ultima vez que vimos Ripley?
Importa contextualizar: a última aparição de Ripley no grande ecrã aconteceu em Alien: Resurrection (1997), onde a personagem foi clonada após os eventos de Alien 3. Desde então, várias tentativas (algumas abortadas) de continuar ou reinventar a linha de Ripley foram consideradas, entre elas um projeto de Neill Blomkamp que nunca chegou a concretizar-se.
Além disso, o universo Alien continua em expansão: a mais recente incursão é a série Alien: Earth, da FX, que Weaver elogiou pelo seu escopo mais profundo e pela forma como expande o universo já existente.
Portanto, sim, há mais do que meros rumores, estamos perante uma hipótese com bases reais.
Que desafios surgem com este retorno a Alien?
Se Ripley realmente regressar, não será tarefa fácil alinhar expectativas antigas com um futuro inédito. A primeira questão: onde encaixar esta nova história no cânone atual? O universo Alien já sofreu várias adaptações, reinícios, prequelas e sequências que por vezes se contradizem ou coexistem de forma fluida. Qual Ripley seria: a original, a clonagem de Resurrection, ou algo novo, poderá ser uma decisão fundamental.
Depois, está a ambição artística que Weaver e Hill parecem querer imprimir a este regresso. Weaver deixou claro que não imagina um filme de ação genérico: “Não envolveria correr por condutas de ar. Seria um tipo de ‘Alien’ muito diferente.” Isto sugere uma abordagem mais introspetiva, onde a personagem e a sociedade, e não os monstros, são o motor da narrativa. Mas se bem executado, pode ressaltar o que tornou Ripley única: a força, a vulnerabilidade, o peso moral.
Outro problema prático é convencer o público e os estúdios de que esse regresso vale a pena, narrativamente e comercialmente. Portanto, a saga Alien já viu altos e baixos, com divisões críticas acerca de filmes como Alien 3 (cuja controvérsia ainda ecoa) e Resurrection. Um retorno de Ripley exigirá justificar o seu lugar, inovar sem perder identidade e encontrar uma narrativa que se mantenha coerente com o legado.
O que esperar?
Alien ensinou-nos que o terror e o fascínio resultam do desconhecido e este possível regresso de Ripley carrega uma carga simbólica enorme.
Assim, se Sigourney Weaver e Walter Hill conseguirem transformar aquelas 50 páginas extraordinárias num filme digno, estaremos diante de algo mais que uma simples continuação: uma reinvenção cuidadosa. Se Ripley voltar, como gostarias que fosse a nova história?