Tales of Zestiria – (PS4) | Análise
Tales of Zestiria chegou à nossa consola para muitas horas de diversão. Mas trará algo de novo?
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Em primeiro lugar, devemos analisar o enredo, sempre peça fundamental neste género. Tales of Zestiria demora a arrancar com o seu enredo, tendo um início lento e sem grandes motivos para nos agarrar de imediato apesar de percebermos que a base está a ser construída. Após essa fase inicial, as personagens começam a ganhar espaço e profundidade, tornando-se fácil criarmos ligação com alguma. Todavia, nunca senti particular ligação com as personagens principais, talvez por a narrativa não explorar algumas questões que para mim seriam importantes em certos momentos. Tal facto não retirou qualidade ao jogo mas fez com que eu demorasse a “entrar” no enredo.
No entanto, Tales of Zestiria apresenta um bom leque de personagens maduras, com momentos cómicos e um passado que ajuda à construção da personagem e também do enredo. O enredo é adulto, com bastante humor em alguns momentos, mas principalmente focado numa maturidade constante e em algumas questões morais que encaixam muito bem no jogo. Para a qualidade do enredo muito ajudam os diálogos. Claro que muitos dos que teremos pela frente não são totalmente objetivos, normal num jogo tão grande, mas a grande maioria ajuda a melhorar o nosso conhecimento do mundo, das personagens e dos objetivos de cada um. Para tal, é essencial perceber os motivos de cada personagem que iremos controlar, e isso verifica-se.
Com muitas horas de jogo pela frente, iremos explorar vários cenários e aqui devemos salientar a diversidade dos mesmos. Este é, provavelmente, o melhor mundo alguma vez presente nesta série. Com detalhe, com vida, com variedade e coerência. Claro que não o podemos comparar a enormes mundos abertos que temos noutros jogos de enormes orçamentos, mas este mundo consegue oferecer tudo o que este jogo precisa, e isso é a essência de ter um mundo que se queira explorar e que torna o enredo coerente enquanto se encaixa na própria jogabilidade.
Um aspeto interessante é o facto de os combates serem imediatos, sem cortes nem transições. Com isto o ritmo está sempre alto, existe uma maior sensação de intensidade e também ajuda, neste caso, a aumentar a necessidade de estratégia antes dos combates. A antecipação do que iremos enfrentar é algo importante neste jogo, e é sempre bom quando sentimos que tem de existir estratégia e que não chega apenas ir avançando sem pensar muito.
Inicialmente o combate pode parecer algo confuso, com muitos poderes e magias, mas facilmente nos adaptamos. Nas batalhas contra vários inimigos, a camera nem sempre ajuda, mas a intensidade das batalhas é bastante agradável, proporcionando bons momentos e a necessidade de se evoluir, e aos poucos vamos começando a controlar totalmente o nosso personagem. Neste aspeto é interessante salientar que a estratégia necessária para o uso de magias e stamina de cada personagem oferece ao jogo um toque de qualidade e que nos obriga a estarmos atentos na maioria das batalhas. Infelizmente devido à pouca diversidade de poderes durante a evolução dos personagens, por vezes os combates tornam-se repetitivos, sendo este um problema de sempre no género mas que aqui se nota simplesmente porque temos muitas opções logo no início do jogo e depois no fim fica a sensação que não existe uma evolução tão significativa em relação ao início.
Graficamente é um jogo bonito e agradável com personagens bem desenhadas e mundo coloridos e brilhantes. No entanto, em termos técnicos, o jogo não tem a qualidade gráfica que este bom design merecia. Não é algo essencial para a experiência de jogo mas seria bom vermos um jogo com este design e ritmo ter gráficos de topo. Na parte sonora Tales of Zestiria está bastante bem, sendo o ponto mais alto do jogo com um trabalho de vozes de grande qualidade, bons efeitos e uma banda sonora de topo, encaixando muito bem no que está a acontecer e criando um bom ambiente nos momentos mais importantes do enredo.
Tales of Zestiria é viciante e divertido, mas também é um jogo emocional e maduro. Não é um portento e acaba por ser esmagado pelos muitos e bons lançamentos dos últimos tempos. Todavia, se são fãs do género ou se querem experimentar, então este é um jogo que merece ser jogado, e quando o acabarem, terão vontade de o jogar novamente.
Pontos fortes:
- Componente sonora
- Viciante e divertido
- Enredo maduro
- Mundo muito interessante
Pontos fracos:
- Início lento
- Graficamente abaixo dos outros aspetos do jogo
Hardware usado pela MHD para teste de jogos:
PS4:
- PlayStation 4 Glacier White
- DualShock 4 White
- Razer Leviathan Sound System
PC:
- Headphones Razer Carcharias
- Keyboard Razer Epic Chroma
Luís Pinto