Viggo Mortensen (Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei) © New Line Cinema

A razão de J. R. R. Tolkien discordar do título do último volume de Senhor dos Anéis

A publicação de “O Senhor dos Anéis” não foi tão tranquila quanto podes pensar. O grande sucesso de J. R. R. Tolkien passou por diversas alterações e uma delas prende-se com os títulos que o autor desejava para os seus livros, versus o que o editor Rayner Unwin estava preparado para fazer.

O primeiro conflito nasce quando Tolkien revela “O Senhor dos Anéis” como um livro único. Contudo, devido à escassez de papel, consequência da Segunda Guerra Mundial, e ao enorme tamanho da obra, Rayner Unwin contrapropôs com uma divisão em volumes.

O problema passa então a quantos volumes seriam publicados. Enquanto J. R. R. Tolkien pedia seis, de forma a dividir a obra “corretamente”, o editor preferiu os três que conhecemos. Esta opção não foi aprovada pelo autor de início mas nada poderia ser feito, e assim nasce a trilogia de “O Senhor dos Anéis”, publicada entre 1954 e 1955.

Lê Também:
A razão de J. R. R. Tolkien (Senhor dos Anéis) criticar fortemente a Disney

“Senhor dos Anéis: A Guerra do Anel”, o terceiro livro que Tolkien desejou

Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel, um dos grandes filmes na tv
Liv Tyler (Senhor dos Anéis) © 2003 – New Line Cinema

Em cartas trocadas entre J. R. R. Tolkien e o editor Rayner Unwin, é referido que o título dos livros deveria ser, nomeadamente, “A Irmandade do Anel”, “As Duas Torres” e “A Guerra do Anel”. Um destes documentos é conhecido como Letter 140, datada de 17 de agosto de 1953. O autor refere que gostaria de dar ao terceiro volume o nome “The War of the Ring”.

“Após reflexão, prefiro ‘A Guerra do Anel’ para o Vol. III, uma vez que, menciona novamente o Anel; e também não se compromete, e dá menos pistas de como termina a história: os títulos dos capítulos foram escolhidos de forma a exporem o mínimo possível.” – refere J. R. R. Tolkien na carta. No entanto, ele menciona ainda “aceitar” a escolha de Unwin, se assim tiver de ser.

Lê Também:
LEGO Senhor dos Anéis, a Crítica | The Shire surpreende apesar do pequeno tamanho

“O Regresso do Rei” sublinha a grande lição da obra do autor

Viggo Mortensen em Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei, inspirado na obra de Tolkien
Viggo Mortensen (Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei) © New Line Cinema

O título escolhido por Tolkien de facto faz mais sentido. Primeiro, foca-se no evento principal da história: o anel e a guerra que este causa. Depois não diz ao leitor como terminará a narrativa, deixando algum suspense no ar no que toca ao futuro de Aragorn. “O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei” não é apenas sobre a ascensão de Aragorn ao lugar que lhe pertence por direito. Conta as aventuras de diversas personagens, incluindo os seus desafios e desenvolvimento que destes advêm.

No entanto, é preciso também compreender a escolha de Rayner Unwin. “O Regresso do Rei” deixa o leitor mais curioso para saber o que irá acontecer. Enquanto “A Guerra do Anel” parece “apenas” mais um capítulo da história. Assim, a opção do editor dá um tom maior tom de finalidade e urgência.

Além disso, sublinha uma lição muito importante da obra de J. R. R. Tolkien. Sauron tentou dividir a Terra Média, e consegue-o até. Porém, “O Regresso do Rei” não indica somente a coroação de Aragorn. Mas que Sauron falhou. E, no fim, o Bem vencerá. A Terra Média unir-se-á em Paz.

Lê Também:
Senhor dos Anéis: Afinal quantos livros existem sobre a saga de J. R. R. Tolkien?

Loading poll ...
Em breve
A Tua Opinião Conta: Qual é a melhor?

Também do teu Interesse:



About The Author


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *