"Eleanor the Great" © Sony Pictures Classics

Tribeca Lisboa 2025 | Mais filmes, mais salas e mais estrelas

A segunda edição do festival nova-iorquino Tribeca Festival Lisboa 2025 com franchising no Beato cresce em ambição, programação e convidados de renome. E, ao contrário do ano passado, não coincide com o DocLisboa.

Scarlett Johansson estreia-se como realizadora também em Lisboa, Edie Falco e Ava DuVernay juntam-se às conversas do Convento do Beato e Meg Ryan vem para falar de como envelhecer no ecrã. O Tribeca Festival Lisboa 2025 chega maior, mais diverso e mais aberto à cidade. Vamos ver se este ano nos convence?

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Festival de Venexa 2025.
Oscar Isaac interpreta do duplo papel do escritor e de Dante. ©Biennale Cinema

Assim Lisboa prepara-se para receber, de 30 de outubro a 1 de novembro, a segunda edição do Tribeca Festival Lisboa. Depois da estreia em 2024, que trouxe para a cidade a energia e o prestígio do festival fundado em Nova Iorque em 2002, a versão lisboeta regressa em 2025 com uma programação reforçada: mais filmes, mais salas, mais conversas e mais nomes sonantes do cinema e da cultura internacional.

O destaque vai inevitavelmente para Scarlett Johansson, que escolheu também Lisboa para apresentar “Eleanor the Great”, a sua estreia atrás das câmaras, embora não esteja presente para apresentar o seu filme. É de facto um dos filmes mais aguardados do festival, ao lado de “Bugonia” de Yorgos Lanthimos, com Emma Stone, “In the Hand of Dante” de Julian Schnabel, ou “Além do Horizonte – A Travessia”, de Fernando Vendrell, sobre o épico voo transatlântico de Sacadura Cabral e Gago Coutinho. A estes títulos juntam-se ainda estreias e antestreias portuguesas e internacionais, reforçando a ideia de que Lisboa está cada vez mais ligada ao circuito dos grandes festivais.

Best of Tribeca Lisboa 2025

Mas o Tribeca Festival Lisboa 2025 não é só cinema. É também palco de encontros, debates e conversas intimistas que cruzam atores, realizadores, escritores, jornalistas e até humoristas. Meg Ryan estará em diálogo com Catarina Furtado sobre envelhecer perante o olhar público. Edie Falco e Verónica Falcón vão discutir o retrato de mulheres em conflito. Ava DuVernay partilhará uma conversa sobre o poder das histórias como ferramentas de empatia. Já Ricardo Araújo Pereira, Daniel Oliveira e José Maria Pimentel vão debruçar-se sobre os desafios do politicamente correto.

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Entre os espaços escolhidos, o Convento do Beato volta a ser o epicentro, transformado em “The Chapel”, uma sala de cinema de grande impacto visual e sonoro. O festival espalha-se também pelo Teatro Ibérico (The Theater), pela Unicorn Factory Lisboa (Lisboa Stage), pela Escola 42 (The Studio) e pela Tumo Lisboa (The Auditorium). Uma rede de locais que mostra bem a ambição de tornar o Beato Innovation District num verdadeiro bairro cultural durante três dias. Pena que sejam só três dias…

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Bugonia de Yorgos Lanthimos e Emma Stone

 

O programa de podcasts gravados ao vivo reforça esta ideia de proximidade com o público. Entre eles estão “Voz de Cama” de Ana Markl e Tânia Graça, “Debaixo da Língua” de Rui Maria Pêgo, “Geração 90” de Júlia Palha, ou “The Heart & Hustle of Portugal” de Tony Gonçalves. Iniciativas que ligam novas gerações a linguagens diferentes e abrem espaço para formatos cada vez mais relevantes na comunicação cultural.

O cinema português terá também uma presença significativa. Estão confirmados filmes como “Match” de Duarte Neves, “A Memória do Cheiro das Coisas” de António Ferreira e o já referido “Além do Horizonte – A Travessia” de Fernando Vendrell. Títulos que comprovam a aposta do festival em dar visibilidade ao talento nacional e em criar pontes com produções internacionais.

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Entre os convidados internacionais já anunciados estão Kim Cattrall, Meg Ryan, Giancarlo Esposito e Ed Westwick, que se junta ao elenco da série “Sandokan: The Pirate Prince”. O festival sublinha assim a sua vocação cosmopolita, mas também a ligação ao talento português, com nomes como Albano Jerónimo, Joaquim de Almeida ou Afonso Pimentel a participarem em conversas e sessões.

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Joaquim de Almeirda © Tinseltown via Shutterstock, ID 331916138

Um dos pontos positivos deste ano é que o Tribeca Lisboa não coincide com o DocLisboa, como aconteceu em 2024. As datas estão alinhadas para evitar choques de programação, o que beneficia tanto o público como os próprios festivais.

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Do lado da Câmara Municipal de Lisboa, há ainda o compromisso de resolver os atrasos verificados nos apoios ao Queer Lisboa e ao MOTELX. A autarquia garante que os contratos-programa e as transferências de verbas estão em curso e que os festivais terão os apoios “no mais curto espaço de tempo possível”. Um sinal de que, apesar das dificuldades, há vontade de manter viva a diversidade da oferta cultural em Lisboa.

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A Memória do Cheiro das Coisas de António Ferreira

No total, o passe geral para os três dias custa 255€, enquanto os bilhetes individuais de cinema ficam por 15€. Há ainda pacotes de três sessões (35€) e seis sessões (65€), e o acesso às conversas e gravações de podcasts pode ser adquirido por 45€.

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Mais do que um festival, o Tribeca Lisboa 2025 quer ser uma afirmação cultural: Lisboa como palco global, onde histórias de várias geografias se cruzam e onde o público tem acesso a experiências únicas, do cinema às conversas. Uma segunda edição que se anuncia mais equilibrada e consistente do que a primeira, e que confirma que a cidade tem espaço — e público — para receber eventos internacionais desta dimensão, sem deixar de valorizar os festivais que já fazem parte do seu ADN cultural.

JVM

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