Tudo por um Bébé, em análise

 

tudoporumbébé Título Original: The Babymakers

Realizador: Jay Chandrasekhar

Elenco: Paul Schneider, Olivia Munn, Kevin Heffernan

Género: Comédia

ZON | 2013 | 95 min

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“Tudo por um Bébé” é uma comédia divertida, que aborda um assunto complicado para muitos casais com problemas de fertilidade de uma forma mais leve e despreocupada, tentando desdramatizar uma situação complexa e emotiva.

Ao fim de três anos juntos, Audrey (Olivia Munn) e Tommy (Paul Schneider) decidem começar uma família. O entusiasmo inicial desvanece-se após meses de tentativas falhadas, o sexo torna-se uma tarefa e o casal começa a ponderar a possibilidade de não poderem conceber, decidindo então consultar um médico. A conclusão final não é boa. Tommy tem uma contagem de espermatozóides demasiado baixa para conseguir engravidar Audrey. No entanto, ainda há uma hipótese, uma esperança. Tommy doou sémen no passado e, se recuperar alguma dessas amostras, o casal pode finalmente ter o bébé que tanto deseja. É assim que Tommy, com a ajuda dos seus amigos mais próximos e de um ex-membro da máfia indiana, toma a decisão de assaltar um banco… Um banco de esperma.

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É mais que óbvio que esta decisão é exagerada e, muito provavelmente, nunca aconteceria na vida real. Contudo, este exagero propositado tem o objectivo de realçar a intensidade da dor de não ser capaz de conceber uma criança e corresponder às expectativas de masculinidade que a sociedade impõe aos homens. Já é mau o suficiente para Tommy ter essa incapacidade, e este sentimento agrava-se ainda mais com a necessidade que todos à sua volta têm de oferecer a sua opinião ou até algumas “receitas caseiras” para resolver o problema.

O certo é que Paul Schneider representa bem o seu papel, sendo capaz de contrabalançar o conteúdo mais cómico do enredo com outra faceta mais séria, que se apresenta sempre abaixo da superfície mas que, ainda assim, está presente.

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 Na verdade, o que confere a “Tudo por um Bébé”  a sua capacidade de provocar gargalhadas na sala de cinema são as personagens secundárias. Wade (Kevin Heffernan) e Zig-Zag (Nat Faxon), amigos inseparáveis de Tommy, proporcionam dos melhores momentos cómicos que já experienciei através de um filme. Ron Jon (Jay Chandrasekhar), o mafioso indiano, também é outra personagem excelente, com uma personalidade peculiar. A clara química entre todos cria situações completamente hilariantes que levam ao riso compulsivo.

No entanto, este não é um filme para ver com crianças, tendo conteúdos bastante explícitos, tanto visualmente como de linguagem. Nudez, palavrões e conversas sexuais são o que não falta ao longo dos noventa e cinco minutos. Apesar de não ser o que eu consideraria vulgar, a expressão  “inapropriadamente picante” estaria bastante correcta se fosse utilizada para descrever “Tudo por um Bébé”. Por vezes, o título pode induzir em erro, dando até uma ideia de que este é um filme doce e terno quando, na verdade, pode até ferir a sensibilidade de algumas pessoas.

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Por fim, é importante referir que o propósito de “Tudo por um Bébé” não é ridicularizar o sofrimento de quem tem dificuldade em conceber uma criança. Apenas tenta ser uma comédia descontraída acerca de um tema sério, e atinge o seu objectivo com imenso sucesso.

 

SL

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