Walton Goggins (Fallout) junta-se ao criador de John Wick neste novo filme de ação
Walton Goggins, o nome por si só já carrega aquele tipo de magnetismo raro em Hollywood, o de um ator que transforma até o caos em poesia. Mas a nova jogada do protagonista de The White Lotus e Fallout promete mais do que charme sarcástico: Goggins junta-se a Amber Midthunder num projeto explosivo que, convenhamos, parece o sonho de qualquer fã de cinema de ação moderno.
Antes de falarmos sobre tiros, pincéis e James Cameron, vale a pena contextualizar: o realizador de Avatar raramente mete o nome em algo que não pretenda redefinir a escala de espetáculo. E quando o criador de John Wick está por trás do guião, é seguro dizer que o sangue vai espirrar como uma coreografia de balé.
Como é que James Cameron se meteu neste filme?
De acordo com o The Hollywood Reporter, Painter é o novo projeto da 20th Century Studios, recentemente adquirido com o selo de aprovação de James Cameron como produtor executivo. O filme marca a estreia na realização de Garrett Warren, coordenador de duplos lendário que trabalhou em Avatar: The Way of Water e Logan. Ou seja, o homem que pôs atores a voar com cabos vai agora comandar as câmaras.
O guião vem de Derek Kolstad, o cérebro por trás de John Wick e Nobody, conhecido por transformar vinganças pessoais em obras de arte cinética. Aqui, o foco está numa jovem, interpretada por Amber Midthunder (Prey, Legion), treinada desde criança para sobreviver em qualquer cenário. Quando o pai é raptado, ela usa todas as suas capacidades para o salvar. O detalhe curioso? O pai é interpretado pelo próprio Walton Goggins.
A 20th Century viu o potencial logo à partida, mas foi Cameron quem puxou o gatilho final, levando o projeto para casa. Warren, que trabalhou lado a lado com o realizador em duas produções de Avatar, convenceu-o de que este seria um filme onde o corpo fala tanto quanto a alma, algo que Cameron sempre defendeu.
Porque é que Painter pode ser o novo John Wick?
A combinação Kolstad–Warren–Cameron é praticamente uma receita explosiva. Kolstad sabe como esculpir assassinos com alma, Warren domina a fisicalidade e Cameron adiciona a escala mítica. Painter promete um mundo de adrenalina mais íntimo, algo como um John Wick pintado à mão, com texturas humanas e sangue que respira arte.
O projeto começou como um título em venda na FilmNation durante o American Film Market, onde causou furor entre os investidores. A ideia de um especialista em duplos estrear-se num argumento de Kolstad chamou a atenção de todos, especialmente de Cameron, que, depois de ver uma apresentação do conceito, decidiu apoiar pessoalmente a produção. Foi também aí que Alan Ritchson (Reacher) esteve ligado ao projeto, mas acabou por sair devido a conflitos de agenda.
Para Midthunder, que já demonstrou uma fisicalidade impressionante em Prey, o filme representa um novo passo em Hollywood. Este ano, a atriz protagonizou Novocaine (ao lado de Jack Quaid) e Opus, da A24, ambos lançados no mesmo fim de semana de março. Agora, com Painter, ela assume definitivamente o papel de estrela de ação moderna, uma mistura de vulnerabilidade e força que Hollywood tem andado a procurar desde os tempos de Kill Bill.
Walton Goggins está de volta à ribalta?
Walton Goggins vive um dos momentos mais prolíficos da sua carreira. Logo, depois de brilhar na terceira temporada de The White Lotus, onde arrecadou uma nomeação ao Emmy, e de encerrar The Righteous Gemstones, o ator regressou ao cinema com The Uninvited, realizado pela mulher, Nadia Conners. E ainda não acabou: volta ao papel de The Ghoul na segunda temporada de Fallout, que estreia a 17 de dezembro na Prime Video.
O que o torna tão magnético? Talvez o sorriso que parece esconder segredos, talvez o olhar de quem está sempre a dois passos de um colapso emocional, ou talvez o facto de ser um dos poucos atores capazes de fazer de vilão e de herói sem mudar o tom de voz. Em Painter, Walton Goggins promete ser o coração do drama: o pai capturado cuja filha luta para o recuperar, um papel mais contido, mas certamente cheio da intensidade quase bíblica que o ator costuma trazer aos ecrãs.
Assim, para Cameron, é uma jogada estratégica: unir um ator de prestígio televisivo, uma estrela emergente e um estreante realizador num projeto que promete energia física e emocional. E, claro, um argumento de Kolstad que sabe sempre onde acertar: no coração.
O que esperar de Painter?
Ainda não há data oficial de estreia, mas o filme está em pré-produção sob o selo da 20th Century Studios. O que se sabe é que a promessa é clara: Painter será uma história de redenção e vingança, mas com uma execução visual e física que faz jus ao seu título, cada movimento, cada golpe, cada gota de sangue, como uma pincelada de arte.
Produzido por Drew Simon, Sam Speiser e Josh Adler, o filme pretende posicionar Warren como um novo nome a seguir no mundo da ação. Afinal, quem melhor do que um duplo lendário para coreografar o caos com elegância?
Se Cameron viu algo aqui, é porque há mais do que pólvora, há visão. E quando o homem que nos levou a Pandora decide apoiar um projeto, o mínimo que podemos fazer é prestar atenção. Mas talvez Painter não seja só ação, talvez seja um lembrança de que o cinema ainda sabe dançar entre o brutal e o belo. Agora diz-me, tu também sentes falta de filmes de ação com alma?