A Viagem de Arlo, em análise
Esta nova aventura da Pixar, intitulada ‘A Viagem de Arlo’, explica de alguma forma como seria a vida na Terra se um meteorito caído dos céus e as alterações climáticas não tivessem acabado com os dinossauros e estes coexistissem pacificamente com o Homem.
FICHA TÉCNICA |
Título Original: The Good Dinosaur Realizador: Bob Peterson e Peter Sohn Vozes: Raymon Ochoa, Jeffrey Wright, Steve Zahn. Género: Animação, NOS | 2015 | 92 min[starreviewmulti id=18 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’] |
A pré-história da animação Disney (e da Pixar), nasceu curiosamente com o dinossauro Gertie, a primeira personagem animada criada por Winsor McCay, em 1914. A Píxar depois da sofisticada inteligência do belíssimo ‘Divertidamente’ (Pete Docter, 2015), com ‘A Viagem de Arlo’, dirigida por Bob Peterson e Peter Sohn, faz também como que uma espécie de regresso às origens do cinema, inclusive pelo inesperado piscar de olho, ao género fundacional da 7ª Arte: o western.
‘…um regresso às origens do cinema, inclusive pelo inesperado piscar de olho, ao género fundacional da 7ª Arte: o western.’
‘A Viagem de Arlo, é protagonizada por um tímido e desajeitado Apatosaurus, num filme que nos oferece em primeiro lugar uma mensagem sobre os obstáculos e medos que temos de enfrentar na vida e sobretudo, para a ideia de como a beleza (interior) e a amizade, estão para além das aparências.
O filme começa com uma relação paterno-filial, num belo cenário de grandes paisagens como as do Oeste americano, com grandes correntes de água, e campos verdes, iluminados à noite pelos pirilampos e pelo brilho das estrelas. Um cenário de uma família feliz, que em parte nos recorda e parece quase indicar que se vai repetir, um drama como ‘Rei Leão’ (1994).
‘…em parte nos recorda e parece quase indicar que se vai repetir, um drama como ‘Rei Leão’ (1984).’
O argumento de ‘A Viagem de Arlo’, é no entanto mais moderno e sofisticado, que ‘Rei Leão’, (ou ‘Bambi’), pois começa com um excelente prólogo, não só com umas espectaculares paisagens hiper-realistas, aperfeiçoadas na minuciosa construção digital ‘made in Pixar’, dando logo a ideia de que vem aí uma história mais positiva e divertida.
A história desenvolve-se através da abordagem física e emocional, de uma viagem iniciática dos dois expressivos personagens (Arlo e Spot), que são completamente diferentes, que vivem num mundo cheio de perigos e adversidades, lutam, unem-se (a união faz a força) e relacionam-se, num divertido jogo de coexistência e inversão dos papéis: os dinossauros são civilizados e evoluídos, ao passo que os humanos (as Criaturas) são completamente animalizadas e selvagens, o que os torna bem mais capazes de enfrentar todos os perigos da natureza, justificando a famosa Lei de Darwin.
‘…uma viagem iniciática dos dois expressivos personagens (Arlo e Spot,), completamente diferentes…’
‘A Viagem de Arlo’ é um filme que combina a ironia, diversão, os velhos conceitos da animação da Disney, com a modernidade da Pixar, que nasce de uma boa ideia de argumento, talvez com um final demasiado mecânico e previsível. No entanto, não deixa de ser um excelente filme para toda a família, até porque a mais antiga forma de organização social está igualmente no centro do filme.
Consulta Também: Guia das Estreias de Cinema | Novembro 2015
JVM
O Rei Leão é de 1994, e não 1984 como escreveram aí.
A Viagem de Arlo: 3*
“A Viagem de Arlo” é apenas bom e gostei do seu argumento, contudo o filme em si tem coisas que não me cativaram.
Cumprimentos, Frederico Daniel.