Beyond: Two Souls (PS3) | Antevisão

 

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  • Editora: SCEE
  • Produtora: Quantic Dream
  • Plataformas: PlayStation 3

 

 

Até onde poderá ir a experiência de jogar um videojogo? Quando em 1998 Kojima e a Konami lançaram “Metal Gear Solid”, os videojogos aproximaram-se da experiência cinematográfica que muitos tinham idealizado mas ninguém tentara concretizar. A partir desse momento foram muitos os jogos que tentaram oferecer uma experiência que nos aproximasse do cinema e da realidade, tentando criar um novo nível de emoção durante o jogo e que nos levasse a sentir preocupação com a personagem. Já nesta geração, em 2011, “L.A. Noire” aproximou-se ainda mais na parte gráfica e agora “Beyond: Two Souls” promete quebrar uma nova barreira no realismo e na junção entre cinema e videojogos.

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Mas esta junção não teve uma aproximação apenas no grafismo, mas também na forma como jogamos o próprio jogo e até que ponto somos incutidos a entrar no  enredo. O exemplo mais óbvio/famoso é o anterior jogo da Quantic Dream: “Heavy Rain”. A forma como temos de tomar decisões, por vezes extremas, levantando várias questões morais e de sobrevivência, tornam o jogo intenso. A isso juntou-se uma jogabilidade diferente, onde o jogador é “conduzido” no enredo, tendo menos poder de ação e mais de decisão em certos momentos. No fim fica a sensação que estivemos a controlar a personagem principal de um filme e ganhamos a noção que estamos perante o primeiro passo para o verdadeiro “drama interativo” que a ficção-científica tantas vezes criou.

Com “Beyond: Two Souls”, David Cage dá um novo passo e coloca atores (Ellen Page e Willem Dafoe) no papel de personagens, criando uma nova ligação e potenciando o realismo da experiência, pois a verdade é que estamos a controlar algo que se parece imenso com atores que conhecemos. Será este o futuro? Personagens quase reais que nos levam a tomar decisões difíceis e a sentir o jogo mais como um filme do que como um jogo? Poderá no futuro dos jogos existir, de forma coesa, este género de jogos onde o jogador fica emocionalmente “preso” a um enredo, onde irá rir de alegria e chorar de tristeza?

Willem Dafoe, David Cage e Ellen Page

Na demo que nos foi apresentada começámos a ganhar uma noção de até onde a Quantic Dream quer chegar. A flutuação de ritmo torna-se necessária para uma melhor exposição da personagem e evolução da mesma, enquanto a cada instante poderemos ter uma revelação. Pelo que vimos na demo, o jogo prepara-se para nos “agarrar” com vários saltos temporais que nos levarão a presente e passado, de forma a só nos explicar o que devemos saber, deixando, possivelmente, o jogador como o interveniente que menos saberá, aumentando assim, certamente, a intensidade que as nossas decisões poderão ter.

A grande questão do jogo passará pela personagem de Ellen Page, Jodie Holmes, e o enredo irá mostrar-nos 15 anos da sua vida, dos 8 aos 23, onde estaremos então perante o crescimento e definição da sua personalidade. Pelo meio teremos os vários momentos em que a história cria vários caminhos possíveis. No nosso caso, foram vários os momentos, em que enquanto jogávamos, ouvíamos a frase “ainda não tinha visto esta opção”, demonstrando que, tal como “Heavy Rain”, o que no início poderá parecer insignificante, no fim poderá fazer a diferença.

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O realismo gráfico é incrível, levando os jogos para um novo patamar e que nos deixa a pensar quais serão então os limites da próxima geração. A jogabilidade parece-nos muito boa e a banda sonora criou a cada instante uma sensação de tensão. Mas o que fica na memória são dois momentos em que o enredo nos dá “um murro no estômago”, deixando-nos a desejar ardentemente continuar esta história.

“Beyond: Two Souls” parece ser o próximo passo para a Era em que o jogador comece a sentir uma real sensação com a personagem. No momento em que nos começarmos realmente a preocupar com a nossa personagem, cada minuto de jogo será real e cada ação será ponderada. David Cage parece estar a tentar fazê-lo, dando-nos visualmente personagens quase reais e uma jogabilidade que nos leva a ficarmos hipnotizados com o enredo.

Para já, parece fantástico, e não temos de esperar muito para ter o resultado final à nossa frente.

LP

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