Crossbones T1 | Primeiras Impressões


Neil Cross, não cruzou os braços e apresenta-nos uma proposta inteletualmente desafiante, sem perder o lado mais viril e sangrento que tanto caraterizou a época dourada da pirataria do séc. XVII. John Malkovich é “Barba Negra” – apesar de a ter branca -, mas enche o plateau com uma intensidade e impetuosidade que apaixona do principio ao fim!


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Pragmático, filosófico e calvo de preconceitos, “Edward Teach” é o professor catedrático dos piratas mais barbudos das Caraíbas. Mas, não é por esse motivo másculo que obteve a reputada e temida alcunha de “Barba Negra“. Aliás, a primeira lição que os caloiros marinheiros devem assimilar do Comodoro, diz respeito ao capítulo das execuções sangrentas à queima roupa para inglês ver, literalmente. E esse “Englishman in Santa Compana” é Tom Lowe (Richard Coyle), um 007 da coroa britânica incumbido de livrar o mundo das dores de cabeça horríveis de Ed Teach.

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Não estivesse em jogo um revolucionário dispositivo de orientação marítima em alto mar e, a velha acupuntura ao bom estilo “Hellraiser”, seria o bastante para atenuar as visitas assíduas das almas penadas que pairam na brisa noturna. E ninguém mais apto que John Malkovich para perpétuar o excentrismo psicótico de um tal de “Blackbeard”. O peso do seu carisma efervescente converte as restantes atuações ao estatuto de quase marionetas, não obstante a tentativa parcialmente bem sucedida de Richard Coyle em igualar a profundidade interpretativa do seu arqui-inimigo.

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Cativo na tal ilha que de santa não tem mesmo nada, Tom vai vendendo as artimanhas de um curandeiro hábil e astuto, até a carta astrológica dar luz verde para brindar à saúde óssea do pirata mais vilanesco de todos. E é numa permuta de serviços mútuos, que ambos irão esgrimir o seu folhetim de intenções, animando as hostes com as tangas dramáticas que as damas adoram, coadjuvadas pelas conspirações geoestratégicas; e o que se segue nas entrelinhas com a mesma terminação acentuada.

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E o que dizer das ladies? Bem, elas são belas e perigosas: Selima El Sharad (Yasmine Al Massri) é uma espécie de mentalista privada de “Barba Negra”; Kate Balfour (Claire Foy) é a contramestre responsável pelas negociatas locais; Nenna Ajanlekoko (Tracy Ifeachor) é uma lutadora mortífera e impiedosa. Todas elas têm em comum o facto de possuírem uma agenda própria, que nem sempre se compadece com a submissão a nenhum homem por mais poderoso que possa ser.

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Crossbones é uma aposta arrojada se tivermos em conta que já existe uma oferta do género em “Velas Negras”. Talvez, seja melhor encara-la como uma derivação da segunda, e não como um adversário que compete diretamente pela supremacia. Se procuram um discurso inteligente e uma experiência cultural acima da média, então as Bahamas, são o destino perfeito para as férias de Verão.

P.S – I’ve Crossed Out The Devil…

MS

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