69º Festival de Cannes: ‘Mad Miller Max’, presidente do júri

 

O maior festival de cinema do mundo que se realizará de 11 a 22 de Maio já mexe: está na altura dos pedidos de acreditação dos jornalistas e entretanto George Miller, o realizador da mítica saga Mad Max, aceitou o convite para ser o presidente do júri.

Depois de no ano passado ‘Mad Max: Estrada em Fúria’, ter sido apresentado no Festival de Cannes, eis que agora o veterano realizador, argumentista e produtor australiano é convidado para presidir ao júri da competição do maior evento do cinema mundial: “Que imenso prazer! Estar no coração deste Festival carregado de história que revela as jóias do cinema mundial, passar horas a debater apaixonadamente com os meus colegas do Júri, é uma grande honra. Não perderia isto por nada deste mundo”!, disse Miller, citado no site do festival depois de ter aceite o convite.

Ver trailer de Mad Max: Estrada em Fúria

A apresentação de ‘Mad Max: Estrada em Fúria’, extra-concurso na Selecção Oficial do ano passado, marcava regresso do herói Max Rockatansky, mas  também o retorno de um cineasta visionário que aos 70 anos, é internacionalmente reconhecido pela sua obra espectacular e diversificada em vários géneros na arte e indústria do cinema, algo que o Festival de Cannes faz questão de conciliar. Aliás 30 anos depois do último Mad Max, o festival foi mesmo a enorme rampa de lançamento, mesmo fora competição oficial, desta quarta aventura da saga pós-apocalíptica, (agora marcadamente feminista e anti-totalitária), que foi já considerada pela crítica como um dos melhores filmes da temporada de 2015, com dez nomeações aos Óscares de 2016, (Melhor Filme e Melhor Realizador, entre outras) e acaba de receber nove troféus nos Critics Choice Awards, dos quais o de Melhor Realizador.

Durante a rodagem de 'Mad Max: Estrada em Fúria'.
Durante a rodagem de ‘Mad Max: Estrada em Fúria’.

Originário de uma pequena localidade de Queensland, (Austrália), a carreira de George Miller nasce ao lado de uma geração de ouro do cinema australiano dos anos 80, onde se destacam cineastas como: Peter Weir, Bruce Beresford e Phillip Noyce. Miller começou por escrever e realizar a curta-metragem ‘Violence in the Cinema, part 1’, em 1971, um curta produzida pelo seu sócio Byron Kennedy, com quem fundou a companhia de filmes Kennedy Miller. O filme deu nas vistas e recebeu dois prémios do Australian Film Institute, que encorajaram George Miller a realizar a sua primeira longa-metragem. 

Filmografia ilustrada de George Miller, criador de um mito

Em 1979, estreia ‘Mad Max – As Motos da Morte’, inspirado no género “outback gothic”, que estava então em voga na Austrália, o inicio da saga que transforma Mel Gibson numa estrela e um filme que foi um sucesso mundial, num diálogo perfeito com o cinema de Hollywood. ‘Mad Max – As Motos da Morte é um filme pós-apocalíptico ultra-violento que mistura os códigos do cinema de acção com outros géneros de série B: road movie, western e ficção científica. Nascia assim uma saga única que continuaria com Mad Max 2: O Guerreiro da Estrada (1981), Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão (1985) e Mad Max: Estrada da Fúria (2015).

Contudo a carreira de George Miller não se esgotou em ‘Mad Max’, não parando de experimentar os vários géneros cinematográficos, sempre em diálogo com o cinema de Hollywoods e aliando as exigecias artísticas com os gostos do grande público. Em 1983, realizou o último segmento do fantástico ‘No Limiar da Realidade’ (Twilight Zone: The Movie), ao lado de John Landis, Steven Spielberg e Joe Dante. Seguiu-se o surreal ‘As Bruxas de Eastwick’ (1987) e ‘Acto de Amor’ (1992), um drama intimista com Susan Sarandon e Nick Nolte, um filme que foi nomeado para os Óscares de Melhor Argumento e Melhor Actriz.

Em 1995, Miller adaptou e produziu o inicio de outra saga: ‘Um Porquinho Chamado Babe’ realizado por Chris Noonan, um filme que recebeu sete nomeações para os Óscares, entre as quais a de Melhor Filme e Melhor Adaptação e teve continuidade. Em 2006, realiza ‘Happy Feet’, o seu primeiro filme de animação que tem um sucesso estrondoso junto do público infantil e que recebeu um Óscar de Melhor Filme de Animação. A história do pinguim continua em ‘Happy Feet 2’, em 2011. Além de um grande cineasta George Miller é um fervoroso cinéfilo  e portanto torna-se uma escolha acertada para presidente do júri de Cannes 69.

JVM

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