Orgulho, em análise

 

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  • Título Original: Pride
  • Realizador: Matthew Warchus
  • Atores: Bill Nighy, Imelda Staunton, Dominic West, George MacKay, Ben Schnetzer
  • NOSi | 2014 | Comédia | Drama | 120′

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“Orgulho” é um filme surpreendente que envolve uma parte frequentemente desconhecida da História da Greve dos Mineiros da Grã-Bretanha entre 1984 e 1985.

Em 1984, Joe (George MacKay) chega a Londres de Bromley para a sua primeira Marcha do Orgulho Gay, e acaba por conhecer um grupo de homens gays e Steph (Faye Marsay), a única lésbica do grupo, acabando por surgir uma ideia entre eles, a de criar uma organização de apoio aos mineiros, que se encontravam a viver sérias dificuldades devido à greve. É assim que surge o Lésbicas e Gays Apoiam os Mineiros. Quando conseguem arrecadar dinheiro suficiente, Mark (Ben Schnetzer), o líder do grupo, decide doar esse dinheiro a alguma comunidade de mineiros. Contudo, quando estas descobrem qual é o grupo que os apoia, nunca aceitam o dinheiro. No entanto, graças a um feliz acidente, Onllwyn aceita o apoio, e uma curiosa e atribulada amizade começa a surgir entre os mineiros e o grupo, deitando abaixo os preconceitos e agressividade iniciais.

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O mais fascinante de toda esta história é que foi real, e que raramente é abordada. A relevância deste grupo de apoio à greve dos mineiros não foi de todo pequena, tendo sido responsável por imensos fundos indispensáveis à sobrevivência dos mineiros, conseguindo no caminho derrotar sérios estereótipos que levaram o Partido Trabalhista a incluir os direitos dos homossexuais na sua agenda política pouco depois do final da greve.

O filme está repleto de momentos bonitos, bem como de situações muito sérias, sendo no fundo uma janela para tudo aquilo que faz de nós humanos: o medo do desconhecido, a agressividade daí resultante, e uma curiosidade subjacente que por fim leva à exploração e aceitação. Para além disso, consegue explorar temas bastante distintos sem cair no erro de os abordar apenas superficialmente. Tanto o receio de Joe de se assumir, como a discriminação, e as diversas relações entre as personagens são retratados de forma profunda e exemplar, não existindo qualquer falha a apontar. Mesmo a eventual previsibilidade que poderia ser apontada ao filme acaba por não fazer sentido, uma vez que todos estes foram eventos reais.

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A representação é fabulosa, não há um único ator que não acrescente imenso valor ao enredo. Contudo, há que dar especial destaque a Ben Schnetzer e George MacKay, que conseguem criar uma empatia enorme na audiência, um pela forma como representa a sua personagem ativista, e outro pela forma como retrata o papel de Joe, um jovem homossexual ainda a descobrir-se a si próprio.

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“Orgulho” é um bonito e comovente exemplo do que a união entre os seres humanos consegue atingir, quando olhamos para além das nossas diferenças, e descobrimos que no final somos iguais.

SL

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