The Walking Dead – Season 2 (PS4) | Análise

 

 walking dead  

  • Editora: Telltale Games
  • Produtora: U&I Entertainment
  • Plataformas: PS4, PS3, Xbox One, Xbox 360

Classificação  [starreviewmulti id=8 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

 

No jogo anterior a este (The Walking Dead – Season 1) a Telltale Games ofereceu-nos um enredo poderoso, emocional e marcante, capaz de nos levar a tomar decisões impossíveis e que recordaremos por muitos anos. Foi considerado, de forma global, como um dos grandes jogos do ano e agora Clementine regressa como personagem principal para dar continuidade à sua história. Mas estará The Walking Dead – Season 2 ao nível do anterior? Teremos pela frente decisões impossíveis e que nos farão repetir o jogo para vermos as consequências das nossas decisões ou para alterarmos algo que agora nos arrependemos de ter decidido?

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Em primeiro lugar devemos assinalar que é quase obrigatório jogar The Walking Dead – Season 1 para conseguirmos retirar tudo o que Season 2 nos oferece. A Telltale, ciente de tal necessidade, adaptou para as novas consolas o anterior jogo e ainda bem que o fez, pois estas histórias devem ser vividas, e de seguida ainda melhor!

Sendo um jogo em que tudo tem como base a poderosa história, e não querendo oferecer spoilers quer deste, quer do jogo anterior, vamos tentar fazer uma análise objetiva e concisa. Em primeiro lugar temos de assinalar a fantástica atmosfera que o jogo tem em todos os minutos que estaremos a jogar. Existe uma clara sensação de que a qualquer momento poderá acontecer algo que nos deixe em apuros e aos poucos temos a certeza, tal como tinha acontecido no jogo anterior, que estamos perante um verdadeiro survival game, porque tudo é importante e cada decisão pode levar-nos a situações complicadas.

A grande interação entre jogador e enredo está nas nossas decisões e é um grande catalisador (apesar de frustrante em alguns momentos) o facto de o jogo nos dar um tempo limite para as nossas decisões serem tomadas, empurra-nos para uma adrenalina mais real, necessária quando tomamos decisões em cima da hora e sobre stress, tal como o enredo assim pede. Na fase inicial o enredo demora a arrancar, parecendo algo perdido, não nos mostrando qual poderá ser o objetivo. Esta falta de objetivo no início torna-se depois normal, e até essencial,  para que a nossa atenção se foque na nossa personagem principal, que tem neste enredo um grande crescimento. Este é, inevitavelmente, um enredo sobre o aprofundar de algumas personagens, e Clementine é quem ganha mais com isso, tornado-se numa rapariga com a qual ganhamos uma simpatia quase imediata (caso não o tenhamos feito no primeiro jogo).

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Felizmente esta evolução da personagem principal tem como base as nossas decisões, o que nos confere uma sensação de peso nas nossas escolhas. Aos poucos, o enredo torna-se adulto e explora de forma quase perfeita a evolução de uma rapariga num mundo onde existem inimigos por todo o lado, quer sejam zombies ou humanos que a observam como uma fonte de prazer sexual facilmente explorada. E é ao explorar sobrevivência, violações, crenças, fome, liderança social e traições, entre muitos outros temas, que o enredo se torna adulto, com momentos que nos deixam um nó na garganta, mas também outros em que respiramos mais forte por raiva, por necessidade de sobreviver, por vontade de carregar naquela botão que irá matar aquela personagem…

Somos assim encaminhados por diálogos inteligentes (existem alguns que não parecem encaixar totalmente com algumas das nossas escolhas anteriores) até ao último terço do enredo, momento em que as nossas decisões se tornam mais importantes para o enredo, levando a muitos caminhos possíveis que nos obrigarão a repetir o jogo, com novas decisões, para percebermos a magnitude deste enredo.

Nos aspetos técnicos, não há muito a assinalar. O jogo apresenta uma boa jogabilidade, intuitiva e que nunca compromete a experiência, tal como a parte sonora se apresenta a um bom nível, quer em termos de banda sonora e efeitos, quer no trabalho de vozes. Em termos gráficos existe uma evolução em relação ao jogo anterior, e apesar de o jogo não brilhar nas novas consolas, o jogo também não tem como objetivo ser um colosso gráfico, mas sim algo consistente. Existem alguns problemas de frame rate em que o jogo se arrasta e existem outros problemas com a câmara que por vezes não nos facilita a vida.  Todavia, é bom ver que o aspeto do jogo está melhor, com o grafismo “cartoon” a ter mais qualidade, com melhores movimentos corporais e faciais.

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The Walking Dead – Season 2 é uma história que merece ser vivida. Tal como a sua prequela, este é um jogo que marca o jogador por muitos anos ao colocá-lo em situações marcantes. Iremos tomar decisões que não iremos gostar, mas é nesses momentos que o jogo se eleva, transformando-se em algo mais realista e que está ao nível das grandes narrativas que os jogos nos podem oferecer. A vida não nos dá decisões fáceis, muito menos num mundo apocalíptico.

Se gostam de uma boa narrativa, com personagens bem construídas e um enredo maduro, este é um jogo a ter na vossa consola. Mas ficam avisados, é um jogo com cenas fortes, e se assim não fosse, não encaixaria neste universo onde a esperança parece não existir.

 

Pontos fortes:

  • Tenso, do início ao fim
  • Bons diálogos levam a escolhas marcantes
  • Momentos que ficam na memória
  • Clementine mais adulta, demonstra uma evolução fantástica

Pontos fracos:

  • Alguns problemas de câmara e frame rate

LP

 


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