17ª Festa do Cinema Francês: Cantona Está Convocado!
O filme ‘Cézanne e Eu’, de Danièle Thompson abre 17ª Festa do Cinema Francês, de 6 a 16 de Outubro em Lisboa, e depois o festival dá a volta a Portugal por onze cidades portuguesas, terminando em Setúbal (11-13 de Novembro). Se as estrelas são os filmes o ponta de lança é Éric Cantona, o ex-futebolista convertido em actor, que está entre vários os convidados.
A 17ª Festa do Cinema Francês apresenta cerca de 25 antestreias, além de um ciclo dedicado a clássicos e outro dedicado ao cinema independente numa extensão do Acid, uma das secções paralelas do Festival de Cannes. A realizadora Anna Fontaine — que tem este ano tem direito a uma retrospectiva dos seus filmes — é a ‘madrinha’ desta edição, mas a grande estrela francesa é Éric Cantona, o antigo futebolista, — agora a viver em parte em Lisboa — que é actor do filme Marie et Les Naufragés, de Sébastien Betbeder.
A realizadora Danièle Thompson do filme sobre a amizade entre o pintor Paul Cézanne e o escritor Émile Zola, vai estar igualmente presente em Lisboa na abertura. No entanto, a 17ª Festa do Cinema Francês mostrará em antestreia as grandes novidades do cinema francófono: Tão Só o Fim do Mundo, de Xavier Dolan (esteve na Competição Oficial de Cannes 2016) que encerrará a 17ª Festa em Lisboa a 16 de outubro; La Danseuse, de Stéphanie di Giusto, que abrirá o festival no Porto a 24 de outubro; La Vie Très Privée de Monsieur Sim, de Michel Leclerc, e Les Malheurs de Sophie, de Christophe Honoré, foram igualmente escolhidos para a Festa, entre outros filmes, numa vasta e alinhada programação do mais recente cinema produzido e co-produzido na indústria francesa.
Esta 17.ª Festa propõe verdadeiramente Uma Viagem Pelo Cinema Francês, título do documentário do veterano Bertrand Tavernier, que abre um ciclo na Cinemateca Portuguesa, e um filme que permitirá redescobrir o cinema francês através do olhar deste realizador. Mas também com uma homenagem genérica aos clássicos do cinema francês, com filmes de Jean Renoir, Claude Chabrol ou Claude Sautet.
Pela primeira vez na Festa o cinema mais alternativo francês terá o seu espaço, através do ciclo ACID-Association du Cinéma Indépendant pour sa Diffusion, uma secção paralela do Festival de Cannes que existe há mais de 20 anos, e que trás novos olhares e mostra a pluralidade do cinema francês da actualidade, através dos filmes mas também de encontros e master-classes no Porto e Lisboa. Neste ciclo podem-se destacar algumas obras: Isola, de Fabianny Deschamps — esta realizadora é a representante da Acid em Portugal — La Jeune Fille Sans Mains, um filme de animação de Sébastian Laudenbach, e Willy 1er, do jovem grupo Ludovic e Zoran Boukherma, Marielle Gautier e Hugo P. Thomas, um filme que conta a história de Willy, ‘um inadaptado’ que sai pela primeira vez de casa dos pais aos 50 anos, em busca de um mundo que não conhece.
Anne Fontaine (Nettoyage à Sec, 1997 e Coco Avant Chanel, 2009) apresentará na 17ª Festa — além de uma retrospectiva da sua obra — o seu mais recente, As Inocentes, um filme que conta a história de Mathilda, uma jovem médica francesa que recebe uma mensagem de uma freira polaca a pedir-lhe que se dirija a um convento, onde parte das freiras foram violadas, meses antes, por soldados soviéticos, durante a II Guerra Mundial.
Vê trailer da 17ª Festa do Cinema Francês
Dos convidados da 17ª Festa, além da conceituada realizadora e argumentista Danièle Thompson, estarão também Fabianny Deschamps, Marielle Gautier, Wissam Charaf e Sébastien Betbeder, o realizador de Marie et Les Naufragés, um filme que será igualmente apresentado por uma das grandes atrações deste ano: o antigo futebolista Éric Cantona, actor no filme.
Destaque ainda para o ciclo de cinema de animação com as curtas- metragens que foram exibidas nos últimos cinco anos no Festival de Annecy e com longas-metragens não apenas para o público infanto-juvenil com filmes como La Tortue Rouge, Louise en Hiver e o belo e poético Tout en Haut du Monde, a história de Sacha, uma jovem filha de um aristocrata russo, que parte para o Polo Norte em busca de um famoso navio, construído pelo seu avô Oloukine.
JVM