Os 25 Melhores Álbuns de 2017 | 10 – 6

Em tempos difíceis vem ao de cima a boa música que há em nós. Estes são os 25 Melhores Álbuns de 2017, que nos ajudaram, aqui na MHD, a ver como há sempre vida a latejar.

E a latejar mais intensamente, agora que continuamos a contagem decrescente em direcção às grandes preferências da nossa pequena comunidade. Eis uma série de discos que não poderão não conquistar os corações dos que os ouvirem. E se não conquistarem, desculpem, mas o problema não é deles.

 

Melhores Álbuns 2017
Julie Byrne, Not Even Happiness

 10. Julie Byrne, Not Even Happiness (Ba Da Bing, 13 Janeiro 2017)

Este não é um disco que se possa ouvir uma vez. Só a repetição contínua traz ao de cima as subtilezas das melodias e da cadência. O que pensávamos já ter ouvido antes (“soa a Joni Mitchell”), no tempo, revela-se como vindo não sabemos de onde. Habituamo-nos às inflexões da sua voz, torna-se um “é ela”. As canções vão-se distinguindo cada vez mais umas das outras, até ao dia em que decidimos ouvi-las com as letras à frente. E aí apaixonamo-nos. (MPA)

Incontornáveis: “Follow My Voice”, “Sleepwalker” e “I Live Now as a Singer”

 

Lorde, Melodrama

9. Lorde, Melodrama (Republic / Lava, 16 Junho 2017)

Enquanto todos pediam o extermínio de “Royals” das playlists das rádios por esse mundo fora, uma jovem com potencial nascia do mal-amado género pop-fast-food-pastilha-elástica. Lorde sempre se diferenciara dos seus pares, mas em Melodrama atinge um estatuto que, confessamos, nunca pensámos que pudesse atingir. Com uma produção irrepreensível, o sucessor de Pure Heroine é a banda-sonora perfeita para os nossos picos emocionais, sejam eles compostos por alegrias colossais ou espaços depressivos. Em Melodrama, Lorde conta a sua história, capturando de forma magistral o emotivo processo de maturação de uma jovem com dores de crescimento. Umas vezes apetece-lhe dançar (“Perfect Places”), outras vezes tem vontade de se sentar e pensar (“Liability”), e seja numa festa com confetis coloridos a sobrevoar o ar ou na tranquilidade de um quarto a meditar sobre o passado, Lorde tem sempre a melodia certa e o poema que nela encaixa na perfeição. (DR)

Incontornáveis: “Writer In The Dark”, “Liability”, “Perfect Places” e “The Louvre”

 

The National, Sleep Well Beast

8. The National, Sleep Well Beast (4AD, 8 Setembro 2017)

Com Sleep Well Beast, os the National jogam pelo seguro, apostando em composições melancólicas, esporadicamente negras, recheadas de sussurros expressivos, slow-motions catárticos, emoções tristes e sorrisos nostálgicos. É nesta aposta em adicionar ao seu incontornável canon um álbum que não foge à sua zona de conforto, que os The National experienciam o suprassumo jackpot. Sleep Well Beast não reinventa aquilo que são os The National, mas coloca-os, sem margem para dúvida, no topo da hierarquia do que melhor se faz (e alguma vez se fez) no mundo do rock. (DR)

Incontornáveis: “Nobody Else Will Be There”, “Dark Side of the Gym”, “The System Only Dreams in Total Darkness” e “Guilty Party”

 

Cigarettes After Sex, Cigarettes After Sex

7. Cigarettes After Sex, Cigarettes After Sex (Partisan, 9 Junho 2017)

Também fazem parte daquele grupo de pessoas que conheceram Cigarettes After Sex através das sugestões do YouTube? Praticamente toda a gente conta essa mesma história que acabou por colocar o dream/ambient pop da banda texana no mapa e, por esta altura do ano, em praticamente todas as listas de melhores álbuns de 2017. O seu primeiro trabalho discográfico é cinemático na sua concepção, com influências Godardianas do período nouvelle vague, mas também fortes referências líricas aos filmes do faroeste americano. Cigarettes After Sex, o álbum, é tão cinematográfico ao ponto da sua apresentação se assemelhar a uma extensa composição musical dividida em capítulos sonoramente idênticos mas onde somos capazes de atentar em novos detalhes a cada nova escuta. O estilo minimalista dos Cigarettes After Sex parece ser extraído de uma simbiose perfeita entre Mazzy Star e Cocteau Twins. No entanto, para lá das suas inspirações, a banda de Greg Gonzalez parece ter encontrado o seu próprio mundo. E nós cá estaremos para o continuar a explorar. (DR)

Incontornáveis: “K”, “Sweet”, “Young & Dumb” e “Truly”

 

6. The War On Drugs, A Deeper Understanding (Atlantic Records, 25 Agosto 2017)

Depois de Lost In a Dream, que foi considerado por muitos o melhor álbum de 2014 (por aqui também), o rumo dos War On Drugs parece promissor, com mais um álbum nos primeiros lugares de dezenas de listas de melhores de 2017. A noite está menos escura e assombrada na mente de Adam Granduciel e, se dúvidas houvesse acerca da contagiante alegria quase festiva que marca este novo álbum, bastariam os primeiros acordes de “Up All Night”, a primeira faixa de A Deeper Understanding, para as desfazer. (RR)

Incontornáveis: “Up All Night”,  “Nothing To Find”,  “Burning”

 


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