69º Festival de Cannes: Naomi Kawase é a presidente do Júri da Cinéfondation e Curtas-Metragens

A secção Un Certain Regard abriu em 2015 com ‘Les Délices de Tokyo’, uma espécie de poema filmado de Naomi Kawase. Em 2016, a realizadora japonesa vai regressar ao Festival de Cannes como presidente do Júri das secções dedicadas aos jovens cineastas.

Naomi Kawase

Depois de grandes cineastas como Martin Scorsese, Abbas Kiarostami, Jane Campion, Hou Hsiao Hsien, John Boorman ou os Irmãos Dardenne terem presidido às prestigiadas secções Cinéfondation e Curtas-Metragens, do Festival de Cannes, o convite chegou agora para a ilustre cineasta japonesa Naomi Kawase. Já vai longa a relação de Kawase com o Festival de Cannes, que começou em 1997, que aos 27 anos, tornou-se a mais jovem realizadora a receber a Câmera de Ouro, pelo seu primeiro filme Suzaku (Moe no Suzaku). Foi quase que uma descoberta do Festival de Cannes que a selecionou de seguida várias vezes para as suas competições com os filmes: Shara (Sharasojyu), em 2003, La Forêt de Mogari (Mogari no Mori), em 2007, Hanezu l’esprit des montagnes (Hanezu no tsuki), em 2011 e Still the Water (Futatsume no mado), em 2014. Em 2013, foi membro do Júri da Competição de Longas Metragens, no ano presidido por Steven Spielberg.

Vê Trailer de La Forêt de Mogari

Naomi Kawase, formada na Escola de Fotografia de Osaka, revelou-se em primeiro lugar no documentário e o seu cinema caracterizam-se por ser feito com orçamentos relativamente baixos, com actores não-profissionais e sobretudo num cruzamento da ficção com o real, onde se inscreve muitas vezes a sua própria vivência pessoal. Nomeadamente Dans ses bras (Ni tsutsumarete), um filme de 1992, onde Naomi Kawase não hesita em contar a sua própria história de abandono por parte de seu pai ou em Genpin de 2010, onde segue um grupo de mulheres que optaram pelo parto natural. Com La Forêt de Mogari em 2007, Naomi Kawase ganhou o Grand Prémio do Júri, um filme que é uma verdadeira e sensível celebração com a natureza, numa combinação perfeita entre espiritualidade e hiper-realismo sobre Nara, a sua região natal que fica no centro do Japão e onde a cineasta entretanto fundou um festival de cinema dedicado à promoção da jovem criação cinematográfica. Portanto este convite para presidente do Júri das secções Cinéfondation e Curtas-Metragens, do 69º Festival de Cannes, a Naomi Kawase, assenta-lhe que nem uma luva.

JVM

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