Duas Miúdas nas Lonas – T1 em Análise

 

Se, à primeira vista, “Duas Miúdas nas Lonas” pode parecer uma série superficial e igual a tantas outras, a verdade é que a nova aposta da RTP2 traz muito mais…

A série conta a história de duas jovens de Nova Iorque, Max e Caroline, interpretadas por Kat Dennings e Beth Berhs, duas raparigas que trabalham como empregadas de mesa num pequeno restaurante. Enquanto que Max sempre se habituou a uma vida simples e sem grandes projetos, Caroline vê o seu mundo desabar quando o seu pai é detido por fraude fiscal e todos os vestígios da sua outrora “rica vida” se desvanecem. Tem agora que trabalhar “no duro” para conseguir ter dinheiro para pagar as contas.

Devido a uma sucessão de acontecimentos hilariantes, Max e Caroline passam a viver sob o mesmo tecto, acompanhadas de Chestnut, o cavalo vencedor de Caroline.

Estando estas Duas Miúdas (mesmo) nas Lonas, Caroline, que estudou gestão na faculdade, decide juntar os seus conhecimentos à capacidade extraordinária de Max – fazer cupcakes – planeando a abertura de um negócio de venda destes bolos, apesar do cepticismo de Max. Desta forma, ambas começam a juntar dinheiro e a criar uma rede de contactos sólida, que pode ser útil no futuro.

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Entre aulas de decoração de cupcakes falhadas, passando por segundos (e até terceiros!) empregos de qualidade duvidosa, e sem esquecer as vantagens das lojas de compra de ouro usado, Max e Caroline divertem os fãs de comédia com situações hilariantes e verdadeiramente surpreendentes.

A série ganha pontos por não se prender a clichés do género e conseguir conciliar aquilo que se espera de uma comédia deste tipo com humor inteligente e subtil.

A própria construção de personagens é feita de forma inteligente – nem vemos em Max a típica rapariga pobre sem sonhos, nem em Caroline a rapariga oca da alta sociedade. Ambas evoluem ao longo da série e (como seria de esperar) aprendem uma com a outra.

A verdade é que também não se poderia esperar um “produto” de fraca qualidade quando os criadores da série são, nem mais nem menos que, Whitney Cummings, uma das mais conceituadas humoristas norte-americanas, e Michael Patrick King, que fez parte da equipa de produção da famosa série “O Sexo e a Cidade”.

A banda sonora de “Duas Miúdas nas Lonas” ficou a cargo dos Peter Bjorn and John, com a música “Second Chance”, que traz à série um toque jovem, fresco e rebelde.

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Não, não é uma série intelectual, ao estilo de “Mad Men” ou “CSI” mas também não estamos perante “mais uma” comédia. “Duas Miúdas nas Lonas” é a “casa” da comédia contemporânea, e é, de certa forma, uma paródia à conjuntura económica actual nos EUA.

Se a trama que aqui lhe apresentámos não o motivou a dar uma hipótese a esta série, partilhamos consigo o testemunho das próprias protagonistas:

As audiências da primeira temporada, nos EUA, surpreenderam os críticos e o próprio canal responsável pela exibição da série – a CBS – o que levou rapidamente a uma renovação para uma segunda temporada que, entretanto, já teve a sua estreia na América.

Por cá, poderá ver “Duas Miúdas nas Lonas” de segunda a sexta, às 18h30 na RTP2.

De uma forma geral, esta é uma série que prima por um contacto tão direto entre aquilo que é uma comédia típica cheia de clichés com um argumento bem estruturado e inteligente, que chega mesmo a ser hilariante. E sim, se é daquelas pessoas que dificilmente se consegue rir… acredite em nós – vai valer a pena!

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