New Dreams é o novo álbum de JFDR
Com a partilha do segundo single “My Work”, a islandesa JFDR anuncia o próximo disco, New Dreams. Etéreo e melancólico, como o indicam as duas canções já disponíveis.
Há já muito tempo que a cantora e compositora Jófríður Ákadóttir tem vindo a lançar música e a ganhar renome na cena musical islandesa em bandas como Samaris e Gangly, ainda antes de criar o seu projecto a solo. Intitulado JFDR (quase tão impronunciável quanto o seu nome próprio), o projecto teve a sua estreia oficial em 2017, com o lançamento do álbum Brazil, no qual fomos introduzidos à glacial, bela e espaçosa música que é agora a imagem de marca de Jófríður Ákadóttir. Desde então, têm havido algumas aventuras avulsas como um cover da canção de Frank Ocean “White Ferrari” e um EP embalado com uma barra de chocolate proveniente de uma fábrica local de Reykjavik.
Mas os sinais de um segundo esforço propriamente dito só vieram em meados de Outubro com a divulgação do single principal, ainda sem um anúncio oficial mas já com a promessa de um álbum a caminho. A canção “Taking Part of Me” está cheia de uma agridoce gratidão ao sofrimento causado por um amor falhado (“Blessed be every wound”, “Thank you for making me fragile”), sublimando em doloroso bem o que poderia ter sido apenas uma ocasião de destruição.
O anúncio chegou agora com a partilha do segundo single, “My Work”. New Dreams sairá a 13 de Março do próximo ano, por meio da White Sun Recording, editora fundada pela própria JFDR. Num comunicado de imprensa, Jófríður Ákadóttir explica que “este álbum é mais deliberado; a pessoa que canta é mais honesta, não tão ‘encoberta’ e ‘poética’ como em Brazil; é menos eloquente, talvez, mas é mais o que me está a acontecer agora.” Quanto a “My Work”, na sua conta de Instagram, JFDR refere-se a ela como uma “nova/velha canção”, porque de facto já a vinha a tocar ao vivo há algum tempo. Eis como Ákadóttir explica a génese deste tema:
“’My Work’ marca um momento de transição, em que me andava a esticar até ao limite, a viajar constantemente, a fugir de casa, dos meus demónios. Andava há algum tempo a trabalhar nestes acordes, estava a fumar um cigarro no andar do meu amigo Aaron em Brooklyn, onde passara já algumas semanas e estava a ficar frio. Lembro-me de uma muito bela solidão; estava excitada por estar lá, mas era tudo estranho para mim. E estava a olhar pela janela e a pensar sobre a morte (suponho que por causa do cigarro), mas também estivera a pensar sobre a ingenuidade e a inocência, glorificando qualquer coisa que eu fora (ou pensara que fora) antes de experimentar a tristeza e a solidão de uma forma adulta.
Pensava na minha mãe, como uma mãe não pode estar contente se a sua criança não o estiver, e tive pena, senti quão mais triste isso era do que a minha tristeza. A canção lembra-me esses momentos em que vivi no apartamento, sob todos os climas, nas escadas a contemplar a cidade à distância, no telhado, no quarto do Aaron, no meu quarto, de tarde ou à noite, a fumar, a existir, a perguntar-me o que estaria ali a fazer, a processar esta mágica, mas de partir o coração, falta de pertença, era isso o que eu queria?”
JFDR | “MY WORK”
JFDR | “TAKING A PART OF ME”
NEW DREAMS | Alinhamento do álbum
- “Care For You”
- “Taking A Part Of Me”
- “Think Too Fast”
- “My Work”
- “Gravity”
- “Juno”
- “Dive In”
- “Falls (No Wonder)”
- “Shimmer”
- “I Wish I’d See The Way You See Me”
- “Drifter”
