Deadpool & Wolverine, a Crítica: Um adeus satírico e emotivo à vida dos mutantes
“Deadpool & Wolverine” ressuscita Logan dos mortos e diverte-se muito a fazê-lo. A definição de “no plot, just vibes”, a nova aventura Marvel é exatamente o que podemos e deveríamos esperar da inesperada e deliciosa parceria entre Ryan Reynolds e Hugh Jackman no grande ecrã.
Realizado por Shawn Levy, rei da referência mais conhecido pelo seu trabalho em “Stranger Things” e “Free Guy”,“Deadpool & Wolverine” é uma miscelânea divertida de alusões a cultura popular e à própria história da Marvel e particularmente dos X-Men durante a sua passagem longa pela Fox.
Parte genuína homenagem ao período áureo dos super-heróis no início do milénio, parte paródia ao fim pouco cerimonial da 20th Century Fox, “Deadpool & Wolverine”, que chegou aos cinemas a 25 de julho de 2024, é um dos grandes blockbusters do verão e uma fatia deliciosa de tarte de nostalgia. Não acreditam? Prova 1, o filme, gravado em formato IMAX, recorre a uma tecnologia que tem vindo a ser cada vez mais colocada de lado: pode ser visto em 3D. Sim, com óculos 3D. Há quanto tempo!
Em “Deadpool & Wolverine”, o produtor, co-argumentista e co-protagonista Ryan Reynolds nunca deixa que a intromissão do Wolverine de Hugh Jackman, recuperado dos mortos, lhe roube o spotlight. Este continua a ser o espetáculo do Deadpool, que o diga a procissão infinita de Deadpools que se concentra perto do final do filme e que origina uma das mais idiotas sequências finais de luta. Idiota no bom sentido, como será sempre quanto falamos deste filme de Shawn Levy.
Auto-referencial e disposto a quebrar a quarta barreira a cada segundo, “Deadpool & Wolverine” sabe como não se levar a sério e criar, com Ryan Reynolds e Hugh Jackman, o bromance violento, sangrento e irascível que nos foi prometido ao longo dos últimos meses. E sim, não há aqui muito enredo, há mesmo muito pouco, mas há antes uma vilã caricatural, muito humor e referências ao mundo real que baralham a nossa perceção como membros da audiência e ainda cameos verdadeiramente imperdíveis.
Sem levantar o véu demasiado, pois o valor surpresa é mesmo muito importante nesta obra com Reynolds e Jackman, as surpresas e participações especiais são sem dúvida um ponto alto, senão o derradeiro ponto alto. Os nossos favoritos: a entrada de “Deadpools” de outras dimensões trazem-nos o belo e aprazível “Nicepool” e a maravilhosamente feia “Dogpool” ou Mary Puppins (que nome maravilhoso, que presença tão apaziguadora no meio de todo o sangue!).
De paisagens vazias a máquinas que fazem recuar o tempo, o enredo de “Deadpool & Wolverine” é realmente embrulhado, nem sempre coerente e pautado por uma certa falta de consequências. Estamos lá para passar um bom bocado, e esse bom bocado não nos é roubado. Para quem não é muito fã de Marvel, ou da sua ocasional excessiva seriedade, este filme é então o antídoto perfeito!
Ah, e quase nos esquecíamos: um thumbs up enorme para a banda sonora, que continua com a onda nostálgica e evoca também musicalmente o período áureo da Marvel na Fox, antes de o declarar assumidamente no passado (e bem, morto). Aconselhamos ouvir a playlist oficial, mas acima de tudo ouvir e sentir os temas toscamente espalhados pela longa-metragem de Levy:
“Deadpool & Wolverine” chegou às salas de cinema de norte a sul no dia 25 de julho e promete ser o filme de super-heróis do ano. Hugh Jackman regressa ao papel do Wolverine, o mais icónico do universo X-Men e, diz-nos Reynold, continuará a interpretar a personagem até aos 90 anos…
Deadpool & Wolverine, a Crítica
Movie title: Deadpool & Wolverine
Movie description: DEADPOOL & WOLVERINE, da Marvel Studios, apresenta o derradeiro e icónico confronto cinematográfico de equipas.
Date published: 25 de July de 2024
Country: EUA
Duration: 127'
Author: Ryan Reynolds, Rhett Reese, Paul Wernick
Director(s): Shawn Levy
Actor(s): Ryan Reynolds, Hugh Jackman, Emma Corrin,
Genre: Ação , Aventura, Comédia
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Maggie Silva - 76
CONCLUSÃO
Divertido do início ao fim e abençoado com uma sequência inicial verdadeiramente ultrajante( no melhor sentido), “Deadpool & Wolverine” não é nada sério e garante uma transição maravilhosa dos mutantes para o universo Marvel.
Pros
- Uma dinâmica relação entre os dois protagonistas, com uma abundância de momentos de construção desta simbiose inesperada entre Wolverine e Deadpool;
- A participação em grande número de cameos, quer do período áureo da Marvel na Fox, quer de outras personagens deste universo;
- A natureza auto-referencial levada ao limite;
- Uma banda sonora muito pouco séria, mas muito eficaz;
- Nostalgia a potes e até alguma emotividade mais para o fim.
Cons
- Convenhamos, uma falta de sentido, direção ou propósito quase (quase!) difícil de ignorar;
- Quem era ou não “Ladypool” era irrelevante e Ryan Reynolds esteve mesmo a fazer render a sua relação de amizade com Taylor Swift para tentar criar mistério à volta do filme. Não era preciso, um blockbuster deste nível e orçamento não precisa desses jogos.