Óscares quebra recordes e já garantiram o próximo apresentador da cerimónia
Quando o absurdo encontra a elegância numa dança perfeita, até as estatuetas douradas dos Óscares parecem sorrir.
Os Óscares, essa instituição quase centenária de Hollywood, têm vivido montanhas-russas de popularidade nas últimas décadas. Entre apresentadores esquecíveis e controvérsias memoráveis, a cerimónia tem tentado manter a sua relevância num mundo cada vez mais digital. No entanto, por vezes, a solução para os problemas complexos reside nas escolhas mais simples.
Conan O’Brien regressa para apresentar os Óscares de 2026
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou que Conan O’Brien voltará a ser o anfitrião dos Óscares em 15 de Março de 2026. A decisão surge na sequência de números de audiência impressionantes de acordo com o Hollywood Reporter. A cerimónia conseguiu uns impressionantes 19,69 milhões de espectadores, um máximo de cinco anos, com particular destaque no cobiçado segmento dos 18-49 anos. Mais impressionante ainda, a cerimónia tornou-se o programa de entretenimento com maior interação social do ano, acumulando 104,2 milhões de interações, ultrapassando até o Super Bowl (62,4 milhões) e superando por pouco os Grammys (102,2 milhões).
O êxito de O’Brien não se limitou aos números. O seu estilo inegavelmente irreverente e absurdo, que fez dele uma figura de culto na televisão noturna americana durante décadas, traduziu-se numa apresentação que equilibrou magistralmente o respeito pela tradição cinematográfica com momentos de comédia surreal – como as aparições recorrentes da “minhoca da areia de Dune” a tocar vários instrumentos musicais. A sua capacidade de alternar entre a amabilidade genuína e a ironia mordaz direcionada a figuras como Drake, Timothée Chalamet e a estrela de “Emilia Pérez“, Karla Sofía Gascón, demonstrou uma versatilidade rara no palco dos Óscares.
Numa breve declaração sobre o seu regresso, O’Brien revelou, com o seu habitual humor: ” A única razão pela qual estou a apresentar os Óscares no próximo ano é que quero ouvir Adrien Brody terminar o seu discurso” (Hollywood Reporter). Isto é claramente uma referência irónica ao infame momento em que Brody prolongou o seu discurso de agradecimento muito além do tempo regulamentar.
Quando o clássico encontra o contemporâneo
“Estamos entusiasmados por trazer de volta Conan, Raj, Katy, Jeff e Mike para os 98.º Óscares. Este ano, produziram um espetáculo tremendamente divertido e visualmente deslumbrante que celebrou os nossos nomeados e a comunidade cinematográfica global da forma mais bela e impactante. Conan foi o apresentador perfeito – guiando-nos habilmente através da noite com humor, calor e reverência. É uma honra trabalhar novamente com eles.”, revelou o CEO da Academia, Bill Kramer numa declaração oficial.
Esta continuidade na equipa de produção sugere que a Academia encontrou finalmente uma fórmula que funciona. Uma formula que consiste em misturar tradição e inovação que respeita a herança dos Óscares enquanto se adapta às exigências do público contemporâneo. É uma lição que Hollywood parece estar a aprender lentamente. Por vezes, o humor inteligente e acessível pode ser mais impactante que tentativas forçadas de relevância ou solenidade excessiva.
No entanto, nem tudo foram rosas na cerimónia de 2025. Muitos espectadores que tentaram assistir à transmissão ao vivo através do Hulu relataram interrupções e problemas de conectividade ao longo da noite. A situação agravou-se quando a transmissão foi interrompida prematuramente, com o serviço de streaming aparentemente a não prever que o programa (que habitualmente ultrapassa o tempo previsto) iria… ultrapassar o tempo previsto. Assim, isto resultou em muitos espectadores a perderem os dois últimos prémios apresentados ao vivo – um incidente que, com quase 100% de certeza, integrará o monólogo de O’Brien em 2026.
Qual foi o teu momento favorito da apresentação de Conan este ano, e que piadas esperas ouvir no seu próximo monólogo? Partilha connosco a tua opinião nos comentários.
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