Andor alcança recorde inédito em Star Wars
Andor, o novo grande sucesso Star Wars, não pede licença. Entra, senta-se à mesa, e exige que a escutemos.
Há séries que são como trovoadas distantes—ouvimos o estrondo, mas a chuva nunca nos molha. Depois, há “Andor” T2. A segunda temporada da série Star Wars do Disney+ não só trouxe a tempestade como nos empurrou para o seu olho, sem para-quedas. E agora, no meio do turbilhão, o oitavo episódio acaba de cravar o seu nome entre os mais bem avaliados de toda a história da televisão. Sim, leste bem. Mas como? Porquê? E o que diz isto sobre o estado da saga mais amada—e, por vezes, mais maltratada—do cinema? AVISO – SPOILERS
Andor entra no panteão da televisão
Segundo o IMDb, o oitavo episódio da segunda temporada de “Andor” entrou nos 10 melhores episódios de sempre na sua estreia, com uma classificação que faz até “Breaking Bad” coçar a cabeça. O feito é ainda mais impressionante quando percebemos que este não é um episódio de climático, mas sim um meio — parte de um arco de três capítulos que prepara o terreno para o derradeiro confronto. E, no entanto, aqui está: brutal, tenso, e tão bem executado que até os céticos de “Star Wars” se renderam.
O episódio em questão traz, finalmente, o Massacre de Ghorman — um evento até agora apenas mencionado nos livros e jogos Star Wars, onde o Império esmaga civis inocentes como forma de “lição” à rebelião nascente. A forma como a série o retrata é de uma frieza quase documental: não há heroísmo, não há discursos inspiradores. Só há o peso do terror, a banalidade do mal imperial, e Cassian Andor no meio, tão pequeno quanto qualquer um de nós perante a máquina de guerra.
E é precisamente essa pequenez que torna “Andor” tão grande. Enquanto outras séries do universo se perdem em cameos de Jedi ou em batalhas épicas entre o bem e o mal, esta agarra-se ao chão. Mostra-nos a sujidade, o medo, e a coragem que nasce não de poderes especiais, mas de pessoas comuns que, um dia, decidem que chega.
Porque Andor é o Star Wars que merecemos
Há quem diga que “Star Wars” se perdeu no fan-service, nas referências vazias, nas histórias que se recusam a arriscar. “Andor” é a antítese disso. Não há sabres de luz a piscar, não há vilões a rosnar slogans épicos. Há, sim, um retrato implacável de como o fascismo se instala—e de como, às vezes, a única resposta é um murro na mesa.
Tony Gilroy, o showrunner, conseguiu contar uma história sobre o custo da resistência. Cada personagem paga um preço. Cada vitória é manchada de sangue. Até os vilões—como Dedra Meero e Syril Karn—são retratados com nuances que os tornam humanos, o que, paradoxalmente, os torna mais assustadores. Quando um opressor não é um monstro caricato, mas sim alguém que acredita estar certo, o terror ganha outra dimensão.
E é por isso que o episódio 8 funciona tão bem. Ele não glorifica a violência; expõe-na. Não romantiza a revolução; mostra-a como um ato desesperado. E, no meio disso tudo, lembra-nos porque “Star Wars” importa: não pelos raios laser, mas pelas pessoas que se parecem demasiado connosco.
Concordas que esta é a melhor coisa que a saga produziu em décadas? Ou ainda há esperança noutros cantos da galáxia? Deixa a tua opinião nos comentários.