10 séries com 100% no Rotten Tomatoes, de Breaking Bad a Mad Men
A quantidade de séries existentes num mundo de proliferação de plataformas de streaming e canais premium é quase avassaladora. Felizmente há barómetros como o Rotten Tomatoes que nos permitem definir que conteúdos televisivos valem mesmo a pena. Neste sentido, deixamos-vos com 10 séries com pontuação de 100% neste website!
O Rotten Tomatoes (RT) é uma das plataformas mais importantes no que diz respeito à agregação de opiniões de críticos de todo o mundo. Hoje apresentamos algumas das narrativas televisivas que conseguiram 100% de pontuação. Que significa isto na prática? Que estas séries tiveram uma avaliação positiva por parte da esmagadora maioria da crítica profissional que pode ser encontrada no RT.
A partir de um editorial recente, atualizado pela última vez a 14 de agosto de 2023, apresentamos 10 das séries com pontuação de 100% no agregador de críticas Rotten Tomatoes. Além de apresentarem 100% (ou seja, todas as críticas presentes na plataforma classificarem a obra com mais de 50%) , estas séries são ainda ‘Certified Fresh’, ou seja, apresentam uma pontuação de pontuação Tomatometer de 75% ou mais alto, garantida por 5 ou mais críticos de topo (no mínimo).
Para este artigo escolhemos entre uma lista considerável de séries, sem qualquer hierarquização e tendo por único critério a diversidade entre os títulos.
ONLY MURDERS IN THE BUILDING – TEMPORADA 1
De acordo com o Rotten Tomatoes, na última atualização do artigo sobre séries com 100% de pontuação: “quantos mais críticos derem a sua opinião, mais valiosa é a pontuação perfeita de 100%”.
Neste caso, foi a opinião coletiva de 107 críticos que colocou “Only Murders in the Building” à frente de todas as outras temporadas com 100%.
Quanto à primeira temporada, o consenso dos críticos no RT estipula que:
A abordagem leve à fixação por ‘true crime’ é hilariante e espirituosa, em grande parte devido ao charme do trio central.
Muita tinta (digital) já correu acerca da relação simbiótica entre Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez. Podem não ter sido a parelha inicial mais evidente, mas o mundo da televisão já não saberia vier sem ela.
Em Portugal, a série pode ser acompanhada na Disney+.
BREAKING BAD – TEMPORADAS 3 E 4
Entre estas listas encontramos alguns clássicos inegáveis, os quais não poderíamos deixar de incluir. A terceira e quarta temporada de “Breaking Bad” foram essenciais para tornar a série de Vince Gilligan num dos maiores triunfos televisivos de todos os tempos e o Walter White de Bryan Cranston num dos anti-heróis mais icónicos de sempre.
Enquanto a 3ª temporada tem capítulos icónicos como “Fly” ou o episódio final “Full Measure”, o quarto ano trouxe-nos momentos inesquecíveis como os de “Crawl Space” ou “Face Off”, mais um adeus temporário imperdível.
Sobre a terceira temporada da série, o consenso no Rotten Tomatoes dita que:
A bem conseguida narrativa de ‘Breaking Bad’ é reforçada nesta temporada com mudanças dramáticas na história e um rumo preciso.
BROAD CITY – TEMPORADA 2,3,4 E 5
Para além do número de críticas contabilizadas (onde a primeira temporada de “Only Murders in the Building” vence), há outros critérios considerados por este edital do Rotten Tomatoes. Por exemplo, embora não seja uma das séries mais badaladas de todos os tempos, pelo menos no que diz respeito à consciência da sua existência por parte do público, “Broad City” é um sucesso notório com a crítica especializada.
De um total de cinco temporadas, quatro figuram no Rotten Tomatoes com 100% de pontuação. Esta aclamada comédia criada e protagonizada por Ilana Glazer e Abbi Jacobson, e também protagonizada pela dupla, segue a vida de duas mulheres em Nova Iorque, tornando os mais pequenos eventos em televisão de qualidade.
Para os críticos do Rotten Tomatoes a última temporada, exibida em 2019, dá ao público tudo o que este quer: “conteúdo relacionável, intimidade questionável e escapadelas engenhosas”.
MAD MEN – TEMPORADA 2
Naturalmente, séries icónicas produzidas há mais alguns anos ficarão em desvantagem natural – com menos críticas publicadas do que fenómenos mais recentes. Não obstante, conseguimos encontrar alguns clássicos atemporais nesta lista. Por exemplo, “Mad Men”, série de época vencedora de 15 Prémios Emmy, que esteve no ar durante 7 temporadas, vê a sua segunda temporada com pontuação perfeita no Rotten Tomatoes. E o que é que os críticos tanto gostaram neste segundo ano? Diz-nos o seu consenso crítico que…
A segunda temporada de ‘Mad Men’ mergulha ainda mais na vida pessoal das suas personagens, sem sacrificar o tom caprichosamente humorístico e a atmosfera de época.
“Mad Men” (2007-2015) acompanha uma das mais prestigiadas agências de marketing da Nova Iorque na década de 1960, com especial atenção prestada ao misterioso e talentoso executivo Don Drapper (que vê o ator, realizador, produtor e comediante Jon Hamm num papel de enorme profundidade dramática que define aqui a sua carreira e lhe vale um Emmy em 2015).
Atualmente, a série pode ser (re)descoberta na Amazon Prime Video.
JANE THE VIRGIN – TEMPORADA 1, 4 E 5
No ar entre 2014 e 2019, “Jane the Virgin” é um dos grandes sucessos da CW, com indicações a múltiplos prémios, como dois Emmy ou Quatro Globos de Ouro (um deles, para Melhor Atriz de Comédia, vencido justamente por Gina Rodriguez em 2015, atriz que entregou um dos discursos mais emotivos na memória recente da cerimónia).
Uma comédia tresloucada, com 3 temporadas com 100% no Rotten Tomatoes, “Jane the Virgin” é muito mais do que aquilo que a sinopse possa anunciar: “Uma jovem mulher, católica devota, descobre que foi artificialmente inseminada”.
Homenagem sentida ao universo das telenovelas da América Latina e marco de representação dos latinos da Flórida e nos EUA em geral, “Jane the Virgin” usa o humor para criticar políticas de migração e para criar uma comovente história acerca da importância da perseverança face a obstáculos. Sem se levar a sério, a série sabe oscilar entre a comédia apatetada e o melodrama e entreter com os seus cenários absurdos.
Sobre a primeira temporada de “Jane the Virgin” o consenso crítico do RT diz:
A premissa dúbia de ‘Jane the Virgin’ tornou-se parte do seu charme improvável, justamente com uma escrita deliciosamente versátil e uma performance arrebatadora de Gina Rodriguez.
THE WIRE – TEMPORADA 3 E 4
O Rotten Tomatoes nasceu em 1998 e a sua popularidade foi crescendo ao longo do século XXI. Esta lista de séries com 100% na plataforma não podia deixar de incluir um dos maiores fenómenos de popularidade do arranque do século XXI – “The Wire”.
Em Portugal, esta gigante série pode ser descoberta na HBO Max (recordamos que esta foi uma das mais importantes séries para a construção da marca HBO). Densa, devastadora e exaustiva no seu estudo da cidade de Baltimore e todos os seus vícios, passando pelo tráfico de drogas, pelas forças policiais, pelo sistema de escolas, pelos sindicatos ou até pela política dúbia e pelos tribunais, não há recanto da sociedade que fique por explorar numa das mais ambiciosas narrativas televisivas alguma vez criadas.
Potencialmente, podemos argumentar que mais temporadas mereciam este selo de 100%. À altura da redação deste artigo, a 3ª. e 4ª. temporada da série mereciam esta distinção, com o consenso crítico acerca do ano quatro a realçar que:
As personagens realistas e com falhas, em circunstâncias angustiantes e duras, juntamente com uma narrativa cativante, fazem de ‘The Wire’ um dos melhores dramas da televisão do seu tempo.
Do agente McNulty a Bubbles, passando pelo eterno Omar Little ( o precocemente falecido Michael Kenneth Williams) ou pelo Stringer de Idris Elba, as personagens de “The Wire” ameaçam ficar connosco para sempre.
CRAZY EX-GIRLFRIEND – TEMPORADA 2 E 4
Mais uma comédia desafiante que ameaça ‘partir o molde’, “Crazy Ex-Girlfriend”, co-criada por Aline Brosh McKenna (argumentista de “O Diabo Veste Prada”) e pela protagonista e liricista Rachel Bloom, partilha em algo em comum com outra série da CW aqui apresentada nesta lista (“Jane the Virgin”) – o facto de ir muito além da sua premissa inicial, a qual pode ser alienante para alguns e também afirmar-se como um marco em termos de representação televisiva.
Neste caso “Crazy Ex-Girlfriend”, uma comédia musical que parodia e homenageia a cultura do teatro musical em igual medida, cria uma heroína que lida com problemas de saúde mental de uma forma franca e invulgar na televisão norte-americana. Rachel Bloom venceu o Globo de Ouro pela sua atuação e o Emmy pela sua música original. Pelo caminho, a equipa conseguiu desmistificar o lugar-comum da “ex-namorada louca”.
Sobre a quarta temporada da série (RT):
Carregada pela excepcional Rachel Bloom e por um restante elenco igualmente talentoso, a última temporada de ‘Crazy Ex-Girlfriend’ explora as profundezas da saúde mental de Rebecca com humor, coração e humanidade.
WHAT WE DO IN THE SHADOWS – TEMPORADA 2, 3 E 5
Voltamos ao clube das três temporadas na lista com “What We Do in the Shadows”, uma comédia fantástica de terror da Hulu que se estreou no ar em 2019 e que se baseia no hilariante ‘mockumentary’ ou falso documentário lançado por Jemaine Clement (conhecido pela aclamada série “Flight of the Conchords”) e Taika Waititi (“Jojo Rabbit”) em 2014.
A série, que adapta o filme prévio, foi criada pelo co-realizador da obra para o cinema, Jermaine Clement, e acompanha a vida de quatro vampiros que vivem juntos em Staten Island há mais de um século.
Por terras lusas, é possível descobrir na HBO Max 5 temporadas do que fazem eles nas sombras.
BOJACK HORSEMAN – TEMPORADA 2 E 3
Com duas temporadas certificadas ‘frescas’ a 100% encontramos a narrativa trágico-cómica ” BoJack Horseman”. Considerada pelo IndieWire como a melhor série de animação de todos os tempos (embora a publicação admita que atribuir tal título possa ser precoce), é por muitos vista como uma das mais densas e pesadas narrativas animadas de que a história da televisão tem memórias. Todavia, a criação de Raphael Bob-Waksberg não deixa de ser, em primeiro lugar, uma comédia. Se bem que uma comédia satírica e impiedosa.
Reutilizo as minhas próprias palavras aquando da temporada final da série: “BoJack Horseman” foi uma maravilhosa surpresa no universo televisivo. De comédia leve a parodiar a indústria de Hollywood evoluiu para um complexo estudo de personagem capaz de abordar de forma sublime temas como: ansiedade, depressão, trauma, vício e o não linear caminho rumo ao melhoramento pessoal”.
Já sobre esta série Netflix, o consenso Rotten Tomatoes acerca da terceira temporada anuncia que:
Magnificamente povoada pela ideia de celebridade e da pela nossa bizarra cultura de obsessão com a mesma, na terceira temporada ‘BoJack Horseman’ continua a ser uma das séries mais engraçadas e devastadoras da televisão.
O cartaz da temporada três anuncia: Soprano. Draper. Underwood. Horseman. É BoJack um dos grandes anti-heróis da televisão do século XXI? Certamente que sim.
FLEABAG – TEMPORADA 1 E 2
“Fleabag”, emitida entre 2016 e 2019, só contou com duas temporadas para ‘mal dos pecados’ de muitos dos seus admiradores. A série, criada e protagonizada por Phoebe Waller-Bridge, baseia-se no seu ‘One Woman Show’ (de 2013).
Tal como outras séries da lista, “Fleabag” lida com trauma como grande força impulsionadora. Esta é a história de uma mulher com um humor seco, que conhecemos apenas como “Fleabag”. A nossa protagonista deambula pelas ruas de Londres, à medida que tenta lidar com uma perda inimaginável. Inicialmente pode-nos parecer demasiado abrasiva, mas mais tarde ou mais cedo apaixonamo-nos por si, por Olivia Colman como a sua dissimulada madrasta e, na segunda temporada, pelo seu amor mal-fadado, o magnético Andrew Scott (do futuro “All of Us Strangers”) na pele de um padre.
O consenso do Rotten Tomatoes, para ambas as temporadas, valoriza a sagacidade e inteligência da personagem, a inventividade desta comédia e ainda o gigante carisma de Waller-Bridge.
Viste quantas destas séries com 100% no Rotten Tomatoes?
